sábado, 30 de dezembro de 2017

É A VELHA LUTA DE CLASSES, SENHORES.É O BRASIL SENDO O BRASIL DA SENZALA E DA CASA GRANDE.


(JB) - O Datafolha acaba de divulgar análise estatística multivariada sobre a base de dados da última pesquisa nacional de intenção de voto, com o objetivo de identificar nichos da população brasileira em que são observadas altas concentrações de eleitores dos dois principais candidatos à Presidência da República até o momento. 

Nenhuma grande surpresa.

Entre garotos brancos escolarizados de até 24 anos – com uma compreensível ignorância que advêm também da idade e uma enorme penetração nas redes sociais - Bolsonaro é majoritário.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Impostos: implacável com o mais pobre


Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Do ponto de vista contábil, o Estado devolve através de políticas públicas para o conjunto da sociedade o que capturou na forma de tributação do excedente gerado pelo processo econômico, após deduzir o custo do seu próprio funcionamento. Nesse sentido, interessa saber a eficácia e o custo do Estado para gastar o que arrecada pelos impostos, taxas e contribuições, bem como de onde vem e para onde vai a tributação de responsabilidade estatal.

Historicamente, a preocupação arrecadatória no Brasil sempre esteve distante de qualquer preocupação de equidade, pois voltada à acumulação privada e por consequência favorável aos detentores de riqueza. Noutras palavras, a evolução das receitas e dos gastos não deixou de apontar o caráter de classe do Estado, justamente porque tem se apresentado implacável com o pobre e afável com o rico.

A encruzilhada de 2018: entre 1968 e 1988


Por Guilherme Mello, no site Brasil Debate:

Dois mil e dezessete está terminando e com isso inaugura-se a temporada de previsões para o ano vindouro. Se em tempos normais tal exercício já deve ser enxergado com boa dose de ceticismo, tais previsões merecem uma dose extra de desconfiança diante da atual situação brasileira e internacional. A crise política e institucional que vive o país parece só guardar paralelo com alguns poucos episódios da história brasileira recente, dentre eles o golpe militar e a retomada da democracia, ambos acontecimentos envoltos em um enorme ambiente de incerteza.

Espírito de Natal e a multa para mendigos


Os vereadores de Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, aprovaram em plena semana de Natal um projeto de lei que prevê multa de 500 a 2 mil reais a moradores de rua que pedirem dinheiro no semáforo. O objetivo final é colocar todos os mendigos da cidade na cadeia, já que nenhum terá dinheiro para pagar a multa. O prefeito Fabrício Oliveira (PSB) ainda pode vetar o projeto.

A justificativa do autor da ideia, o vereador de direita Marcos Augusto Kurtz (PMDB), é que os pedintes “prejudicam o trânsito”. As multas também serão aplicadas a vendedores e artistas de rua, como os malabaristas que se apresentam enquanto os sinais estão fechados. A primeira medida tomada será uma advertência e, depois, a multa.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Por que as universidades particulares estão demitindo professores?

por Ana Luiza Basilio — publicado 19/12/2017 16h57, última modificação 19/12/2017 18h16

Para especialista, a reforma trabalhista e a retirada de direitos induzem as demissões em massa

Professores demitidos alegam sofrer perseguição por se oporem a reformas na Universidade
“Os sentimentos se misturam. O Brasil está vivendo um momento de pessoas pequenas que transformam o pensamento numa atividade grosseira, que operam a negação da alteridade. É difícil ser afastado por configurar uma ameaça”. O professor José Salvador Faro, que atuou por 21 anos na Universidade Metodista de São Paulo, é um dos 60 demitidos pela instituição este semestre.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Acesso desigual à internet aprofunda injustiça social

É o que diz recente relatório da Unicef, apontando para a universalização do acesso e a necessidade de proteger as crianças de abusos online.


Apesar da enorme presença on-line das crianças – 1 em cada 3 usuários de internet em todo o mundo é uma criança – muito pouco é feito para protegê-las dos perigos do mundo digital e para aumentar seu acesso a conteúdos virtuais seguros, afirma a UNICEF em seu Relatório Anual de Alerta.

O Estudo The State of the World’s Children 2017: Children in a digital world apresenta o primeiro olhar abrangente da UNICEF sobre as diferentes maneiras pelas quais a tecnologia digital está afetando a vida das crianças e as chances de vida, identificando perigos e oportunidades. O relatório argumenta que os governos e o setor privado não acompanharam o ritmo da mudança, expondo as crianças a novos riscos, prejudicando e deixando para trás milhões de crianças.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O 1% mais rico do Brasil fica com 27% da renda nacional. Os 10% mais ricos, com 55%

Nova pesquisa liderada pelo francês Thomas Piketty mostra níveis alarmantes de desigualdade no País
Homem dorme na favela Nova Holanda, no complexo da Maré, no Rio de Janeiro, em 13 de dezembro. Desigualdade e pobreza marcam a imagem do Brasil
Um estudo coordenado pelos franceses Thomas Piketty, autor do best-seller O Capital no século XXI, e Lucas Chancel, da Paris School of Economics, mostrou que a desigualdade de renda no Brasil, a depender do critério utilizado, é a maior do mundo ou tem padrões equivalentes aos verificados em regiões como o Oriente Médio e a África Subsaariana. 

Como crises humanitárias aumentam a vulnerabilidade de pessoas com deficiência


Violações de direitos humanos, riscos de vida e exclusão da ajuda humanitária estão entre os principais desafios enfrentados por pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis

Por Vivian Alt


A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 15% da população mundial, ou aproximadamente mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, possua algum tipo de deficiência. Esse número tende a ser ainda mais elevado quando há ocorrência de desastres naturais ou conflitos armados, onde há maior probabilidade de acidentes e/ou violênica. Apesar do amplo conhecimento de que pessoas com deficiência estão mais expostas a riscos em crises humanitárias, na prática sua vulnerabilidade acaba sendo exacerbada. Entre as causas deste problema, estão a falta de mecanismos para identificar pessoas com deficiência, ausência de especialistas no tema atuando em organizações humanitárias e o não envolvimento de grupos ou indivíduos com deficiência no planejamento, implementação e monitoramento de intervenções humanitárias.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O STF, O GRANDE GOLPE DO PAÍS DA IMPUNIDADE E O INEXORÁVEL AVANÇO DA ARBITRARIEDADE.



(Revista do Brasil) - Contrariamente ao que determina o texto constitucional - quem for contra que se candidate e altere a legislação no Congresso - a AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros vai questionar no Supremo Tribunal Federal as decisões de assembleias legislativas estaduais que liberaram parlamentares da prisão ou do cumprimento de cautelares.

A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, enviou mensagem aos ministros do STF, nesse sentido.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A Coca-Cola, a Zona Franca de Manaus e o rombo de 7 bilhões

Os maiores produtores de refrigerantes há anos driblam a Receita e são reembolsados por impostos que nunca pagaram


A Receita Federal e organizações da área de saúde tentam há anos desmontar um distorcido sistema de incentivos fiscais que beneficia grandes produtores de refrigerantes. Empresas instaladas na Zona Franca de Manaus cobram créditos tributários por impostos que nunca foram pagos.

Segundo cálculos conservadores, as companhias beneficiadas deixam de repassar aos cofres públicos 7 bilhões de reais por ano, o equivalente a 84 meses de manutenção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, ameaçada de fechamento, ou um terço do orçamento anual da saúde em São Paulo. O Fisco reclama da “distorção”. Não bastasse o incentivo em si, há sinais de superfaturamento nas notas fiscais emitidas pelos beneficiários.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Homicídios no Brasil são pouco elucidados, diz pesquisa

Apenas seis estados do Brasil disponibilizam dados sobre investigações de homicídios, mas nenhum os sistematizam

Policiais Civis durante curso de capacitação no  Pará, em
fevereiro. Impunidade é reflexo de falta de investimentos
  em investigações.
Em 2017, o Brasil registrou o maior registro histórico de homicídios, foram mais de 61 mil óbitos por motivos violentos. O salto corresponde a 40% em apenas dez anos.

Apesar disso, 80% dos crimes de homicídio nos estados não são solucionados pelo poder público. Segundo levantamento Onde Mora a Impunidade?, publicado pelo Instituto Sou da Paz na última terça-feira 28, apenas seis estados foram capazes de fornecer dados à pesquisa sobre a taxa de crimes de homicídio solucionados. É o caso do Pará (4%), Espírito Santo (20%), Rondônia (24%), São Paulo (38%), Rio (12%) e Mato Grosso do Sul (55,2%).

Nos demais casos, os governos estaduais não souberam informar quantos casos foram investigados ou solucionados. 

domingo, 3 de dezembro de 2017

ONU revela IDH dos negros para os brancos em uma década de diferença



A Organização das Nações Unidas (ONU) efetuou um estudo em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro, que revela a diferença do IDH entre brancos e negros no Brasil em mais de uma década.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Brasil, refém de uma ideia perigosa

por Pedro Rossi* — publicado 28/11/2017 15h03, última modificação 28/11/2017 17h01

O livro de Mark Blyth, recém-lançado no País, mostra que a austeridade não passa de um programa de distribuição de renda e riqueza ao contrário


A editora Autonomia Literária marca um gol de placa ao lançar a edição brasileira do consagrado livro “Austeridade: a história de uma ideia perigosa”, de Mark Blyth. A austeridade é marca registrada da crise econômica brasileira e pré-requisito para se entender o sentido dos sacrifícios impostos à população brasileira: a precarização dos serviços públicos, a redução das transferências sociais, os milhões de novos desempregados etc.

Com a leitura do livro se entende que a austeridade tem uma longa história de fracassos e que, no fundo, trata-se de um programa de distribuição de renda e riqueza ao revés. Para além de perigosa, a austeridade é uma ideia falaciosa, repetida incessantemente pelo governo e pelos meios de comunicação no Brasil. Desconstruir essa ideia e a retórica que a sustenta é uma tarefa necessária.