domingo, 28 de março de 2010

FILA, ORA A FILA

Este texto eu consegui no grupo Cidadania Brasil faz dois anos e que agora estou republicando. Atualizadissimo!

Proponho a todos o seguinte: Mudança na FILA! Isso mesmo! Uma mudança radical, a começar pelo conceito. Engana-se o nosso respeitoso Dicionário Aurélio quando afirma: "fila = fileira de pessoas que se colocam umas atrás das outras pela ordem cronológica de chegada...". Justifico-me desta forma: primeiro, não há uma fila onde as pessoas se coloquem nessa disposição, sempre existirá um "alguém" que achará um "outrem" que permitirá que aquele fique em seu lugar, ou melhor, não exatamente em seu lugar, mas ao lado, esquecendo das outras tantas que o sucedem na "fila", resultando naquele aglomerado paralelo. E afirmo que, seja qual for o tamanho da fila, os furões hão de tirar proveito daquele vizinho, do porteiro, da comadre, do amigo, do guardador de carro e até mesmo da pessoa que se prestou a fornecer algumas informações. Quando você menos espera, pronto, lá estão eles, sendo atendidos. Segundo, a "ordem de chegada" deveria se chamar "ordem de encaixe" ou "ordem telefônica" ou "ordem do poder", "ordem de influência" ou até mesmo a famosa "ordem do senhor chegado", aquela famosa pessoa que implora por exceção, o jeitinho cara-de-pau de se dar bem. E, por último, a mudança do nome "fila" para "aglomeração quem se importa?". 

sexta-feira, 5 de março de 2010

A BRIGA PELAS COTAS NAS UNIVERSIDADES

      O assunto do momento é o problema das cotas na universidades. Tem muito aluno, que estudava em escola particular, se dizendo prejudicado pelo sistema de cotas da universidade e que o direito de entrar na universidade tem que ser iguais. Não pode haver discriminação. O estranho é que o direito a escola pública de qualidade é igual para todos e esses alunos simplesmente abriram mão desse direito (não reivindicaram) e preferiram gastar dinheiro estudando em escolas particulares (questão de status?).

      Os alunos das escolas particulares nunca se preocuparam em saber como funciona e como vai o estado de ensino nas escolas públicas de ensino fundamental. Alias, do jeito que a escola pública funciona beneficia e facilita a entrada desses alunos na universidade, já que irão competir com alunos despreparados devido a qualidade inferior do ensino básico nas escolas públicas.

      Só que agora a universidade limitou metade das vagas para o estudantes oriundos das escolas públicas e a outra metade pra os alunos das escolas particulares. Agora, os pais e alunos das escolas particulares perceberam que os direitos são iguais e entraram na justiça exigindo direitos iguais conforme prega a constituição. Na vida real as pessoas não tem os mesmos direitos e todo mundo sabe disso.

      O estranho é que a escola pública é controlada justamente pela parte da sociedade que estuda nas escolas particulares. Vamos explicar melhor o assunto: quem são as pessoas responsáveis pelas administração e funcionamento das escolas públicas e consequentemente responsáveis de garantir o direito de ensino de qualidade para todos (inclusive para os alunos de escolas particulares)?

Pra responder é só olharmos pelos poderes constituídos: no poder executivo temos governador, secretários, diretores de departamentos e escolas, no poder judiciários temos juízes, desembargadores, defensores públicos, etc e no poder legislativos temos Deputados Federais, Deputados Estaduais, vereadores e Senadores. Todo esse pessoas é considerado da classe media e tem uma pergunta bem simples: quantos desses cidadãos tem seus filhos estudando em escolas publicas do ensino básico?

     Pra clarear mais o assunto tem outra pegunta: o Conselho de Educação é composto por membros em suas maioria provenientes das Escolas Públicas?

      Mas, a pergunta mais inquietante é : se as pessoas responsáveis de melhorar o ensino básico das escolas públicas tem os seus filos estudando nas escolas particulares por que iriam se preocupar em melhorar o ensino público?

Se a pessoas ir a fundo no caso irá perceber que os alunos provenientes das escolas particulares estão exigindo direitos iguais para entrar na universidades por que não tem como pagar uma mensalidade de um curso de medicina nas Universidades Particulares. Agora eles estão sentindo-se discriminado por não terem acesso ao ensino público por problema financeiro iguais aos alunos pobres que não podem estudar em escolas particulares.

      Claro que a pessoas pode sair dizendo que os pobres passem a exigir um ensino público de qualidade. Só que tem um detalhe: o pobre quando faz manifestação é qualificado de baderneiro e vagabundo, pra entrar na justiça não tem dinheiro pra contratar advogado, os agentes públicos responsáveis pela melhoria do ensino público tem seus filhos estudando em escolar particulares e não estão preocupados com os filhos dos outros e sem falar que o ensino de qualidade inferior nas escolas públicas beneficiam seus próprios filhos que terão uma concorrência menor nos vestibulares e concursos públicos para preenchimento dos empregos na administração pública e empresas estatais.

      Esse tipo de organização nas escolas garante que as estruturas sociais permaneçam inalteradas durante o passar dos tempos.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia