por Felipe Arrojo Poroger* — publicado 24/04/2018 00h30, última modificação 23/04/2018 18h23
Os alertas e as consequências políticas da popularização de câmeras digitais
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“Filho, não é incrível como, daqui a mil anos, as pessoas poderão assistir a vídeos de nossas vidas?”. Era 2007, no Museu de Arte de São Paulo, quando meu pai lançou a questão e seguiu para o próximo quadro. Eu, paralisado, ainda me debato com ela.
Por mais simples que a pergunta possa parecer em um primeiro momento, suas implicações não são triviais: afinal, muito mais do que um exercício divertido de imaginação, vislumbrar um passado integralmente conservado em registros filmados concretiza a obsessão humana em armazenar – e portanto controlar – a experiência que a memória não pôde reter.