sábado, 25 de agosto de 2012

A MÍDIA IMPARCIAL III

Quem assiste ao Jornal Nacional, da Rede Globo, sempre questiona onde está a manipulação da notícia se eles nunca percebem isso quando estão assistido o dito jornal. Claro que a manipulação não irá aparecer na tela. A eficiência da manipulação é garantida justamente na ocultação dela dos fato em si. 

No vídeo abaixo, o JN da Rede Globo,  é noticiado que a alteração da constituição por alguns governos da América Latina são golpes de Estado e sai relatando os casos que ocorreram. Mas, não falam do caso da alteração da Constituição Brasileira de 1988 pleo ex-presidente Fernando Henrique para garantir a própria reeleição. Ora, se as alterações das constituições dos demais países da América latina são consideradas golpes de Estado, então o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu um golpe de Estado!!!!

O Jornal da Rede Globo esqueceu esse fato ou escondeu???? Assistam o vídeo abaixo, até o final, e tirem as suas conclusões:


Neste outro vídeo, o Ciro Gomes comenta a atuação dos meios de comunicação que tomou lugar dos partidos de oposição (e se dizem isentos!!!). A parte mais interessante fica n o final do vídeo, assistam e tirem suas conclusões:



Textos relacionados:
A mídia imparcial I
A mídia imparcial II
A mídia imparcial III

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Lewandowski absolve João Paulo Cunha e provoca a corte sobre os R$ 7 milhões destinados à mídia

publicado em 24 de agosto de 2012 às 8:35

O ministro Lewandowski pronuncia seu voto (Foto Fellipe Sampaio, SCO/STF). 

Revisor diverge do relator e pede absolvição de João Paulo Cunha

Ministro Ricardo Lewandowski afirma que a maior parte dos R$ 10,9 milhões repassados pela Câmara à agencia de Marcos Valério e sócios foi destinado ao pagamento de publicidade veiculada pela mídia. E provoca: se a corte entender que houve subcontratação ilegal de serviços, como propõe a defesa, terá que pedir ressarcimento dos R$ 7 milhões pagos aos veículos de comunicação do país. Os advogados presentes à corte acreditam que o voto de Lewandowski muda a perspectiva do julgamento.


Brasília – O revisor do processo do “mensalão”, ministro Ricardo Lewandowski, inocentou o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), candidato à prefeitura de Osasco nas eleições deste ano, de todas as quatro acusações que pesavam contra ele: uma de corrupção ativa, duas de peculato e outra de lavagem de dinheiro.

O voto foi comemorado pela maioria dos advogados presentes à sessão, que o consideraram uma reviravolta no processo que, até então, vinha corroborando com todas as acusações da defesa.

O ponto mais polêmico foi a interpretação de que João Paulo Cunha não cometeu peculato ao permitir a subcontratação de serviços pela agência SMP&B, de Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.

Enquanto a defesa sustenta que a empresa subcontratou, irregularmente, 99,9% dos serviços prestados, o revisor afirma, com base em parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) e laudo da Polícia Federal (PF), que o percentual real foi de 88,62%, o que atende aos padrões convencionais do serviço.

O ministro comprovou que, dos R$ 10,9 milhões movimentados pela SMP&B, cerca de R$ 7 milhões foram destinados à mídia, para o pagamento de propaganda veiculada. “Se essa corte entender que o percentual de subcontratação foi de 99,9%, terá que pedir ressarcimento dos R$ 7 milhões recebidos de boa fé pelos veículos de comunicação do país”, provocou.

Segundo relação apresentada pelo ministro, a TV Globo foi a campeã em recebimento de verbas públicas para publicidade (R$ 2,7 milhões), seguida pelo SBT (R$ 708 mil) e pela Record (R$ 418 mil). Entre os impressos, o Grupo Abril, que edita a revista Veja, foi quem mais lucrou (R$ 326 mil), seguido pelo Grupo Estado (R$ 247 mil) e pelo Grupo Folha (R$ 247 mil).

A fundação Vitor Civita, do Grupo Abril, recebeu outros R$ 66 mil. 

Com a descaracterização das subcontratações ilícitas, o ministro desmontou a tese sustentada pela defesa — e corroborada pelo ministro relator, Joaquim Barbosa — de que a SMP&B desviou da Câmara quase R$ 2 bilhões em comissões pagas pelos veículos de comunicação pela publicidade veiculada, os chamados “bônus de volume”.

“O voto do ministro Lewandowski deixa muito claro que não houve crime de peculato, porque a SMP&B prestou todos os serviços para os quais fora contratada. E ele fez isso invocando o parecer do TCU e o laudo da PF, o que é muito importante porque mostra que os honorários recebidos foram frutos de uma prestação de serviço cumprida”, afirmou Alberto Toron, que defende Cunha.

Lewandowski refutou também a acusação de que o ex-presidente da Câmara tenha cometido um segundo peculato, ao autorizar a subcontratação da empresa de comunicação IFT, do jornalista Luís Costa Pinto, para lhe prestar assessoria individual.

Segundo o revisor, a IFT prestou serviços para a Câmara, conforme testemunho de diversos deputados, jornalistas, peritos e técnicos ouvidos na instrução penal. E não para o deputado.

Ele, inclusive, questionou por que o MP não denunciou o proprietário da agência como coautor do crime, já que sustenta a tese de peculato.

“Se João Paulo Cunha tivesse cometido este crime, o jornalista Luís Costa Pinto seria coautor”, sustentou. Lewandowski lembrou também que, antes de criar a empresa para prestar serviços à Câmara, Costa Pinto trabalhou em grandes veículos da mídia, como a revista Veja e o jornal Correio Braziliense.

O ministro refutou a acusação do Ministério Público Federal (MPF) de que Cunha recebeu R$ 50 mil de propina para favorecer a SMP&B em licitação da Câmara. Segundo ele, a licitação foi feita dentro do padrão legal. E os R$ 50 mil, comprovadamente, foram repassados ao réu pelo PT, para que o deputado pagasse serviços de pesquisa eleitoral.

Ele enfrentou, ainda, a acusação de que Cunha teria cometido crime de lavagem de dinheiro, ao pedir a sua esposa que sacasse o dinheiro em uma agência do Banco Rural. Para o revisor, ao contrário de outros corréus, que recorreram a laranjas para ocultar a origem e a destinação do dinheiro, o ex-presidente da Câmara fez tudo “às claras”.

Reação contrária

O ministro-relator, Joaquim Barbosa, não concordou com os argumentos do colega. No final da leitura do voto do revisor, pediu um espaço para réplica, a ser concedido no início da próxima sessão da corte, marcada para segunda (27). Lewandowski rebateu com um pedido de tréplica, que não foi acatado pelo presidente da corte, ministro Ayres Britto.

“Nunca vi um pedido de tréplica e nem o voto do revisor ser maior do que o do relator”, afirmou Joaquim Barbosa à imprensa, em rápida entrevista no final da sessão. De acordo com ele, sua réplica é importante porque irá responder a todos os questionamentos apresentados pelo revisor. “Quase metade do voto dele [revisor] diverge do que apresentei até agora. Minha intervenção, na segunda, vai servir para iluminar o voto dos outros ministros”, acrescentou.

De acordo com o que antecipou à imprensa, Barbosa vai esclarecer, por exemplo, que o jornalista Luís Costa Pinto está respondendo processo por improbidade administrativa em primeira instância. E defender que, apesar de ter sido a esposa de Cunha a sacar os R$ 50 mil, o repasse foi feito pelo mesmo esquema criminoso utilizado pela SMP&B para lavar outros recursos.

Lewandowski saiu da corte sem falar com a imprensa.

Mudança de perspectivas

Os advogados presentes à corte acreditam que o voto de Lewandowski muda a perspectiva do julgamento. “Foi um belo voto. Sem dúvida alguma, uma reviravolta no processo”, avaliou o advogado José Carlos Dias, que defende a ex-dirigente do Banco Rural, Kátia Meirelles.

Para ele, a nova perspectiva aberta com a interpretação do revisor pode fazer justiça a outros réus, também acusados por crimes semelhantes.

“O voto do revisor faz uma análise equilibrada e típica de juiz”, afirmou o advogado Marcelo Leonardo, que representa o publicitário Marcos Valério.

“Ele deixou muito claro como funciona, por exemplo, a questão do bônus de volume, que a acusação e o ministro relator parecem não ter entendido”, acrescentou. 

O advogado lamentou, apenas, que a linha de interpretação apresentada nesta quinta não tenha norteado o item anterior do voto do revisor, que tratou das relações do seu cliente com o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, na sessão de quarta (22).

Leia também:

Paulo Moreira Leite: Pressa tem pouco a ver com Justiça
Leandro Fortes: Os protetores do antijornalismo
Janio de Freitas: Apresentação das defesas fez ruir pretensas provas da acusação
Marcos Coimbra diz que pesquisa Datafolha “parecia de encomenda”
Washington Araujo: Crônica da injustiça contra Luiz Gushiken

Texto replicado deste endereço: http://www.viomundo.com.br/politica/lewandowski-absolve-joao-paulo-cunha-e-provoca-a-corte-sobre-r-7-milhoes-destinados-a-midia.html

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Só o "Mensalão" acabou na justiça!!! E o restante?????

A chamada grande mídia não viu os outros mensalões (que são muitos) e dá um destaque enorme para o "Mensalão" e as outras dezenas de escândalos que tentam esconder!!! E se dizem imparciais!!!!!
Mas, um país que não tem uma imprensa democrática jamais terá um regime político democrático!!!!
Basta vê que estão tentando abafar o caso do envolvimento da Revista Veja com o contraverto Carlos Cacheira!!!!!
Além do escândalo do livro Privataria Tucana com farta documentação (clique para ter acesso um resumo do livro),  os vários áudios comprovando o envolvimento de Policarpo Júnior(Diretor da Revista Veja) com o Carlos Cachoeira , tem o "Mensalão Tucano" na qual o processo foi aberto primeiro que o que está sendo julgado. Por que só este está sendo julgado  pior, por que um processo idêntico, aberto muito antes,  ficou em segundo plano??????

Escutem este ótimo vídeo de Bob Fernandes:


Textos relacionados:
O SILÊNCIO DA CUMPLICIDADE
E a CPI da Privataria Tucana?

TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:
http://profdiafonso.blogspot.com.br/2012/08/bob-fernandes-so-o-mensalao-acabou-na.html

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Burguesia inútil diz: “É nordestino querendo fazer coisa em São Paulo”

Um grupo de socialites clientes da Daslu e do JK Iguatemi dão show de arrogância, preconceito e desinformação

Por: Eliseu

Na última terça (7), conforme divulgou o jornal ultraconservador Folha de São Paulo, um grupo empresárias, socialites e “descoladas” integrantes ativas da fétida burguesia paulistana, com sua costumeira desinformação e preconceito comentavam o “mensalão” (Ação Penal 470), enquanto assistiam ao desfile de lançamento da nova coleção de verão da Daslu, no shopping Cidade Jardim. Naquele momento, o STF (Supremo Tribunal Federal) realizava a segunda sessão para ouvir os advogados dos réus do mensalão.

Esqueceram as burguesas que em 2005, no auge do escândalo, a dona da butique, Eliana Tranchesi, foi presa por suspeita de sonegação. A investigação que atingiu a empresária, ícone do luxo, foi interpretada por sua clientela como retaliação, uma forma de o governo desviar a atenção. Eliana morreu em fevereiro, sem que seu julgamento, ao contrário do mensalão, chegasse ao fim. E teve órgãos da imprensa que insinuaram que o culpado pela sua morte seria Lula. A Daslu foi vendida, mas conserva parte da freguesia, que torce, de forma quase unânime, pela prisão dos principais réus.

“Chego em casa à noite e leio quem falou que mentira. Fico nervosa e não consigo dormir”, diz Marcela Tranchesi, 21, filha da empresária. “O ideal é que todos sejam condenados. Não digo os 38 (réus), não sei se todos são culpados. Mas muitos.” diz a burguesa desinformada, que além de sonegar, também é chegada num contrabandozinho, como já foi divulgado sem grande destaque pela nossa mídia golpista.

E o show de preconceito, arrogância e desinformação continua: “Eu tenho nojo! Fico com a Carminha (da novela Avenida Brasil, da Globo), não com o Zé Dirceu!”, diz a socialite Anna Maria Corsi, 71.

Carolina Pires de Campos incentiva a amiga a continuar: “E o que é o mensalão, Anna?”.”Sabe o que é isso? É nordestino querer fazer alguma coisa em São Paulo”,responde Anna. “E é erradíssimo. Eles têm de ficar lá, em Garanhuns (cidade de Lula), lá no fuuundo do Pernambuco, lá no fuuundo do Ceará. Aqui, não, aqui é de paulista e de paulistano. É por isso que isso está acontecendo”, disse a preconceituosa e arrogante senhora.

Ela é lembra que há vários paulistas no mensalão. “Ah, claro...”, diz ela, para arrematar:“Eu não gosto do [José] Serra. Aqui, nós precisamos é de pessoas como o Fernando Henrique!”. diz sem saber que são carne e unha.

A stylist polonesa Ela Pruszynska, 45, é casada com um brasileiro e mora em SP há dois anos. Diz que não tem a menor ideia do que é o mensalão. “É uma coisa grave?”

O marido de uma tradicional cliente da Daslu, empresário que tem concessão do governo e se aproximou do PT na era Lula, relatou à coluna que quase “apanho”" no casamento de um amigo, na igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins. “Quase quebrei o pescoço, de tanta tensão”, disse, pedindo que seu nome não fosse revelado. Na festa, ele foi cobrado por ser amigo de alguns dos réus, que eram chamados de “ladrões, bandidos”. “Eu tentava argumentar, mas não deixavam. Principalmente as mulheres.” Elevou a voz e, segundo relata, afirmou: “Vocês querem fazer um bullying na era Lula”.

Diz que não negou a existência do mensalão, mas argumentou que não ocorreu apenas no governo do PT. “Eu disse: 'Gente, nós estamos numa sala de aula. A classe toda tá colando. E agora estamos querendo pegar um aluno, aquele barbudo, com a voz rouca, que não tem um dedo, e expulsá-lo da sala. Isso é bullying puro, bullying da elite branca, que aliás também 'cola' na prova.”

Leia também:

Edson Freitas: Parece mas não é

TEXTO REPLICADO DESE ENDEREÇO:

sábado, 11 de agosto de 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA


Desde o tempo das cavernas quando o homem passou de nômade ao sedentarismo, veio a necessidade de cultivar plantas para suprir suas necessidades, dessa forma, surgiu nova e importante atividade: a agricultura; considerada atividade do setor primário, sem ela não existiriam as atividades urbanas.

Com a invenção mecânica para auxiliar e facilitar o trabalho na agricultura, cada vez mais a indústria foi se desenvolvendo e pessoas migraram para as cidades para produzir ferramentas para os agricultores.

A inventabilidade humana cresceu e a produtividade das indústrias cada vez maior, moveu intensamente o mundo dos negócios atraindo cada vez mais gente do campo para a cidade e, sem espaço para todos, gerou pobreza, favelas, mais lixo, vários problemas sociais e menos recursos para subsidiar o agricultor.

O homem não parou de inventar e nem sempre foi para o melhor.

Cada vez mais investiram em maquinários e tecnologias sem dar a devida atenção aos produtores que ficaram em minoria, e o alimento produzido já não garante a todos e a fome se agrava. Visando somente e cada vez mais o dinheiro, as invenções humanas evoluíram muito, mas o próprio ser humano não.

A produção de armas, venenos, substâncias químicas que poluem o ar, terra e água vem causando doenças e mortes e as máquinas que substituíram homens fez com que sobrasse gente sem trabalho.

Essa é a agricultura de máquinas e venenos – agricultura moderna.

Hoje preocupados, os governantes correm atrás de novas formas e sistemas para recuperar o meio ambiente, sem contar o pobre do agricultor que não ganha o suficiente para sua própria sobrevivência e produz o alimento de quem o explora e dos que ganham muito sem produzir nada.

Há muitos discursos e projetos que são apontados como solução como: produção orgânica e agregação de valor aos produtos, desenvolvimento sustentável e menos tecnologia, sistemas agroflorestais produzindo por mais tempo menos quantidade e mais qualidade.

Outros procuram coletar sem mudar muito o meio enquanto alguns, desmatam e plantam para ter facilidade em colher considerando o que é mais importante para eles.

Um problema que atinge a todos mas poucos se esforçam, não entendem as dificuldades e simplesmente jogam a culpa nos outros. As pessoas mais simples e honestas, infelizmente, acreditam demais e pensam de menos e há os que buscam solução fácil apostando em mais tecnologias.

Para os bem-intencionados trata-se de um resgate, para outros pode ser uma boa oportunidade, alguns se declaram até contra a tecnologia mas, quase todos moram na cidade.

O fato é que precisamos da agricultura, fonte do nosso alimento, mas com qualidade e regularidade. Precisamos ter o suficiente sempre e não o melhor só de vez em quando. Para isso é preciso unir consciências e buscar caminhos de importância para todos valorizando a mão-de-obra do agricultor e procurarmos, civilizadamente, nos adaptarmos à natureza e encontrar meios para ter o que se precisa.

Plantar é o meio que produz alimento gerando a energia que nos possibilita trabalhar. Portanto, energia e trabalho têm a mesma grandeza mas falta um denominador comum para resolver a questão e, ainda assim, mesmo que não seja a solução para todos, que minimize o problema do menos favorecido e resgate um pouco do nosso habitat.

Genha Auga – Jornalista MTB:15.320

Texto retirado: Gazeta ValeParaibana

Textos relacionados:
Dossiê mostrará impacto dos agrotóxicos na saúde das pessoas.
Veja mente sobre os agrotóxicos

sábado, 4 de agosto de 2012

A relação da Revista Veja envolvida com o Mensalão!!!!

Acompanhando as capas da Revista Veja se consegue tirar conclusões de que tipo de imprensa temos, será que a Revista Veja serve ao Carlos Cachoeira ou é o Carlos Cachoeira que servia a Revista Veja?????  Será que  o congresso irá chamar o Policarpo Júnior a depor ou ficaram com medo.

Existem boatos de que existe um acordo entre a Rede Globo e o vice-presidente (na realidade com o PMDB) para evitarem que Roberto Civita (Diretor Geral de Revista Veja) e Policarpo Júnior (Diretor da Revista Veja na sucursal em Brasilia).  Assistam ao vídeo abaixo e tirem suas conclusões:


Texto relacionado :
Vinte anos na capa da Revista Veja

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A MALDIÇÃO DA ABUNDÂNCIA

A “maldição da abundância” é uma expressão usada para caracterizar os riscos que correm os países pobres onde se descobrem recursos naturais objeto de cobiça internacional.

A promessa de abundância decorrente do imenso valor comercial dos recursos e dos investimentos necessários para o concretizar é tão convincente que passa a condicionar o padrão de desenvolvimento econômico, social, político e cultural.

Os riscos desse condicionamento são, entre outros: crescimento do PIB em vez de desenvolvimento social; corrupção generalizada da classe política que, para defender os seus interesses privados, se torna crescentemente autoritária para se poder manter no poder, agora visto como fonte de acumulação primitiva de capital; aumento em vez de redução da pobreza;

Polarização crescente entre uma pequena minoria super-rica e uma imensa maioria de indigentes; destruição ambiental e sacrifícios incontáveis às populações onde se encontram os recursos em nome de um “progresso” que estas nunca conhecerão;

Criação de uma cultura consumista que é praticada apenas por uma pequena minoria urbanamas imposta como ideologia a toda a sociedade; supressão do pensamento e das práticas dissidentes da sociedade civil sob o pretexto de serem obstáculos ao desenvolvimento e profetas da desgraça. Em suma, os riscos são que, no final do ciclo da orgia dos recursos, o país esteja mais pobre econômica, social, política e culturalmente do que no seu início.

Nisto consiste a maldição da abundância.

Depois das investigações que conduzidas em Moçambique entre 1997 e 2003 visitou-se o país 
várias vezes.

Em uma das visitas colheu-se uma dupla impressão que a solidariedade com o povo 
moçambicano transforma em dupla inquietação.

A primeira tem precisamente a ver com a orgia dos recursos naturais. 

As sucessivas descobertas (algumas antigas) de carvão (Moçambique é já o sexto maior  produtor de carvão a nível mundial), gás natural, ferro, níquel, talvez petróleo anunciam um El Dorado de rendas extrativistas que podem ter um impacto no país semelhante ao que teve a independência.

Fala-se numa segunda independência.

Estarão os moçambicanos preparados para fugir à maldição da abundância?

Duvido!

As grandes multinacionais, algumas bem conhecidas dos latino-americanos, como as empresas Rio Tinto e a brasileira Vale do Rio Doce (Vale Moçambique) exercem as suas atividades com muito pouca regulação estatal.

Celebram contratos que lhe permitem o saque das riquezas moçambicanas com mínimas contribuições para o orçamento de estado (em 2010 a contribuição foi de 0,04%); violam impunemente os direitos humanos das populações onde existem recursos, procedendo ao seu reassentamento (por vezes mais de um num prazo de poucos anos) em condições desumanas, sem respeito para com o os lugares sagrados, como é o caso dos cemitérios e dos ecossistemas.

Sempre que as populações protestam são brutalmente reprimidas pelas forças policiais e militares.

A Vale é hoje um alvo central das organizações ecológicas e de direitos humanos pela sua arrogância neocolonial e pelas cumplicidades que estabeleceu com o governo. 

Tais cumplicidades assentam por vezes em perigosos conflitos de interesses, entre os interesses do país governado pelo Presidente Guebuza e os interesses das empresas do empresário Guebuza donde podem resultar graves violações dos direitos humanos como quando o ativista ambiental Jeremias Vunjane, que levava consigo para a Conferência da ONU, Rio+20, denúncias dos desmandos da Vale, quando foi arbitrariamente impedido de entrar no Brasil e deportado (e só regressou depois de muita pressão internacional), ou quando, às organizações sociais é pedida uma autorização do governo para visitar as populações reassentadas como se estas vivessem sob a alçada de um agente soberano estrangeiro.

São muitos os indícios de que as promessas dos recursos começam a corromper a classe política de alto a baixo e os conflitos no seio desta são entre os que “já comeram“ e os que “querem também comer”.

Não é de esperar que nestas condições, os moçambicanos no seu conjunto beneficiem dos recursos.

Pelo contrário, pode estar em curso a angolanização de Moçambique.

Não será um processo linear porque Moçambique é muito diferente de Angola: a liberdade de imprensa é incomparavelmente superior; a sociedade civil está mais organizada; os novos-ricos têm medo da ostentação porque ela é exposta semanalmente na imprensa e também pelo medo dos seqüestros;

O sistema judicial, apesar de tudo, é mais independente para atuar; há uma massa crítica de acadêmicos moçambicanos credenciados internacionalmente capazes de fazer análises sérias que mostram que “o rei vai nu”.

A segunda impressão e inquietação, relacionada com a anterior, consiste em verificar que o impulso para a transição democrática que observara em estadias anteriores parece estancado ou estagnado.

A legitimidade revolucionária da FRELIMO sobrepõe-se cada vez mais à sua legitimidade democrática (que tem vindo a diminuir em recentes atos eleitorais) com a agravante de estar agora a ser usada para fins bem pouco revolucionários;

A partidarização do aparelho de estado aumenta em vez de diminuir. 

A vigilância sobre a sociedade civil aperta-se sempre que nela se suspeita dissidência; a célula do partido continua a interferir com a liberdade acadêmica do ensino e investigação universitários.

Mesmo dentro da FRELIMO, e, portanto, num contexto controlado, a discussão política é vista como distração ou obstáculo ante os benefícios indiscutidos e indiscutíveis do “desenvolvimento”.

Um autoritarismo insidioso disfarçado de empreendedorismo e de aversão à política (“não te metas em problemas”) germina na sociedade como erva daninha.

Ao partir de Moçambique, uma frase do grande escritor moçambicano Eduardo White é marcante: “nós que não mudamos de medo por termos medo de o mudar” (Savana, 20-7-2012).

Uma frase talvez tão válida para a sociedade moçambicana como para a sociedade portuguesa e para tantas outras acorrentadas às regras de um capitalismo global sem regras.

Autor: Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Publicado no jornal: GAZETA VALEPARAIBANA