terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O SILÊNCIO DA CUMPLICIDADE


Foi lançado recentemente o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Júnior, que está causando um estardalhaço na internet, mais especificamente nas chamadas  Rede Sociais e um silêncio profundo na Câmara dos Deputados e Senadores, em alguns grandes meios de comunicação, principalmente na Rede Globo, Folha de São Paul, O Estado de São Paulo (O Estadão) e Revista Veja e nos meios de comunicação são alinhados aos meios de comunicação já citados. Silêncio esse que chegou a ser questionado por alguns jornalistas de outros meios de comunicação com menor audiência, como o comentário feito pelo jornalista  Bob Fernandes no vídeo abaixo:

Acredito que o jornalista Bob Fernandes ao fazer esse questionamento ainda não tinha lido o livro recém-lançado "A Privataria Tucana", porque se tivesse lido, iria perceber que o motivo deste silêncio, é que o livro trás documentos que comprometem esses mesmos meios de comunicação, como denunciado no texto "Famílias midiáticas estão na cola do Amaury. Saiba por quê", escrito por Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania (clique aqui).

O único canal de televisão que mostrou reportagem com o autor do livro, o Jornalista Amaury Júnior, até o momento desta publicação, foi a Record News, como pode ser visto no vídeo abaixo:

O Jornalista Paulo Henrique Amorim abriu espaço para entrevista do autor do livro em questão:

Na Bandnews - FM, o colunista Ricardo Boechat tirou "A Privataria Tucana" do fundo do armário e rasgou o verbo:
- Não há como os tucanos negarem que houve roubalheira na privataria;
- Não há como negar as ligações "incestuosas" dos tucanos com Daniel Dantas na privataria;

domingo, 11 de dezembro de 2011

Cadê a imparcialidade da impressa?


Quando do lançamento dos livros de Diogo Maynard (O Lula é minha anta) e de Reinaldo Azevedo (O Pais dos Petralhas) foram destaques na grande imprensa (Rede Globo, Revista Veja, O Estadão, Folha de São Paulo, etc) e com direito a entrevistas no programa de Jô Soares na Rede Globo. Para ver a entrevistas com Diogo Maynard clique aqui e com Reinaldo Azevedo clique aqui. Para quem teve a oportunidade de ler esses dois livros irão perceber que se fazem acusações sem as devidas apresentações de documentação como provas, sem falar que o título do Livro de Diogo Maynard por si só já é pejorativo!

 Esta semana foi lançado o livro "Privataria Tucana"  do Jornalista Amaury Junior, que denuncia os fatos com a apresentação de provas documentais (isso é muito importante)  e até agora nenhum desses meio de comunicação, citados acima, tocou no assunto e aí vem as perguntas: cadê a imparcialidade desses meios de comunicação? Cadê a famosa liberdade de imprensa que tanto esses mesmos meios de comunicação vivem pregando? Ou essa liberdade de expressão só serve para expressar o que os donos desses meios de comunicação querem? Só eles tem direito a voz?
Censurado pela grande imprensa!!!

Assita  a seguir entrevista do Jornalista Amaury Júnior

Este vídeo foi conseguido neste endereço:
http://profdiafonso.blogspot.com/2011/12/lancamento-de-privataria-tucana-e.html

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Brasil: a Copa (não) é nossa


ALAI AMLATINA, 26/11/2011.- Para que um país funcione bem é preciso regras. São necessárias leis e aqueles que as façam cumprir, caso contrário, caímos numa anarquia. O Brasil possui mais leis que população. Em princípio, nenhuma delas pode contradizer a lei maior: a Constituição. Só na teoria. Na prática, e no próximo Campeonato de Futebol, a teoria é outra. 

Ante o megaevento do futebol tudo se torna um transtorno. A legislação corre o perigo de ser ignorada e, se acontece assim, as empresas associadas à FIFA ficarão isentas de pagar impostos. 

A lei de responsabilidade fiscal, que limita o endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas ao Campeonato e às Olimpíadas. Como enfatiza o professor Carlos Vainer, especialista em planificação urbana, um município poderá endividar-se para construir um estádio, porém não para efetuar obras de saneamento... 

A FIFA é um cassino. Num cassino muitos jogam, porém poucos ganham. E quem não perde nunca é o dono do cassino. Assim funciona a FIFA, que se interessa mais pela ganância que pelo esporte. Por isso, desembarca no Brasil com sua tropa de choque para obrigar o governo a esquecer leis e costumes. 

A FIFA quer proibir, durante o campeonato, a comercialização de qualquer produto num raio de 2 km ao redor dos estádios. Exceto as mercadorias vendidas pelas empresas associadas a ela. Que fique bem claro: para o comércio local, portas fechadas; para camelôs e ambulantes, a polícia contra eles. Abram alas para a FIFA! Quase 170 mil pessoas serão removidas de suas casas para que sejam construídos estádios. E quem garante que serão devidamente indenizadas? 

A FIFA quer o povo longe do Campeonato. Que se contentem acompanhando pela TV. Entrar nos estádios será privilégio da elite, dos estrangeiros e dos que possuem dinheiro para comprar entradas. Vale ressaltar que uma boa quantidade de entradas será vendida na Europa antecipadamente. 

A FIFA quer impedir o direito à meia-entrada. Fora estudantes e idosos! E nada de entrar nos estádios com as empadinhas da vovó ou o lanche dietético recomendado pelo médico. Até a água será proibida. 

Todos serão revistados na entrada. Só uma empresa de fast-food (lanchonete) poderá vender seus produtos nos estádios. E a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios, que está em vigor no Brasil, será quebrada em prol de uma marca de cerveja produzida nos EUA. 

O prestigioso jornal Le Monde Diplomatique comenta: “A celebração de um megaevento desportivo como este autoriza também a megaviolação de direitos, o megaendividamento público e as megairregularidades”.
A FIFA quer suspender, apenas durante o campeonato, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e o do Código de Defesa do Consumidor. Todas essas propostas ilegais estão contidas no Projeto de Lei 2.330/2011, que se encontra em trâmite no Congresso. No caso de ser aprovado, o Governo poderá fazê-las efetivas através de medidas provisórias. 

Se você quiser fazer uma camiseta com a frase “Copa 2014”, tenha cuidado. A FIFA está solicitando ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro de mais de mil títulos, entre os quais o numeral “2014”. 

(Não) confiem numa desordem como esta: a FIFA quer instituir tribunais de exceção durante o campeonato. Sanções relacionadas com a venda de produtos e com o uso de ingressos e publicidade. No projeto de lei antes citado, o artigo 37 permite criar juizados especiais, grupos e câmaras especializadas para as causas relacionadas aos eventos. Uma justiça paralela! 

Na África do Sul, foram criados 56 Tribunais Especiais do Campeonato. O roubo de uma câmera fotográfica foi sancionado com 15 anos de prisão! E pior ainda: caso gerassem danos e prejuízos para a FIFA, a culpa e a reparação dos mesmos ficariam a cargo do Estado. Ou seja, o Estado brasileiro passa a ser fiador da FIFA em seus negócios particulares.

Já e hora de os torcedores organizados e dos movimentos sociais colocarem a bola em jogo e mirarem o gol. Pressionar o Congresso e impedir a aprovação da lei que deixa a legislação brasileira no banco de reservas. Caso contrário, o torcedor brasileiro vai ter que se conformar em assistir aos jogos pela televisão.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza

Texto original neste endereço:

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O COMANDO DAS TRANSNACIONAIS

          A globalização de produção é liderada pelas companhias transnacionais, que funcionam como destacamentos avançados da Tríade Imperial no interior de cada um dos países em que possuem filiais, não só buscando a valorização do capital, mas também influenciando a política econômica destas nações. Estas corporações, com as suas redes de filiais espalhadas pelo mundo, têm a possibilidade, especialmente na periferia, de se aproveitar das melhores possibilidades de cada país, em termos de matérias-primas, mão-de-obra barata, concessões fiscais e creditícias e podem ainda articular a produção em escala global, rompendo assim os estreitos limites da produção nacional e eventual escassez de matéria-prima ou mão-de-obra.

          Em outras palavras, as transnacionais transformaram o mundo numa imensa reserva de matérias-primas e mão de obra à sua disposição. Ganharam a flexibilidade para a reprodução ampliada do capital a partir de bases internacionais, quer segmentado as peças, de acordo com o menor custo de produção, e montando o produto final nos países centrais, quer fabricando o produto inteiro e vendendo-o nos próprios países onde é fabricado, ou simplesmente podendo desenhar o produto num país, fazer o protótipo em outro e produzir em massa onde haja a mão-de-obra mais barata (como ocorre com o tênis NIKE) e posteriormente vender a mercadoria no mercado mundial.

          As companhias transnacionais compreendem um conjunto de cerca de 63 mil matrizes e cerca de 690 mil filiais (WIR, 20000), além de um conjunto de milhares empresas a elas vinculadas (fornecedores, comerciantes etc.), cujo espaço geográfico envolve praticamente todas a regiões do planeta. Do conjunto destas corporações o que conta mesmo são as 100 principais, cuja produção representa o núcleo mais dinâmico da produção mundial. “As filiais estrangeiras das 100 primeiras empresas transnacionais concentram sua atividade principal na área de equipamentos eletrônicos e elétricos, automóveis, petróleo, produtos químicos e produtos farmacêuticos” (WIR, 2002). Ressalta-se que neste grupo de grandes conglomerados, até 2001, constava apenas uma empresa da periferia, a Petróleo de Venezuela – PDVSA. No relatório de 2002, estão listadas mais duas empresas desse grupo de países: A Whampoa, de Hong Kong, e a Cemex, do México. Portanto, das cem maiores do mundo, apenas três pertencem a países da periferia.

          Para se ter uma ideia do peso das corporações transnacionais na economia mundial, continuamos expondo mais dados do relatório da Unctad: o produto bruto associado à produção internacional e às vendas das filiais estrangeiras destas corporações aumentou mais rápido que o produto bruto mundial. Em 1980, aumentou mais rápido que o produto bruto mundial. Em 1980, as vendas destas empresas em todo o mundo somaram US$ 3 trilhões, 1999 já atingiram US$ 14 trilhões, representando quase o dobro das exportações mundiais no período. O produto bruto das vendas no estrangeiro representa uma décima parte do produto bruto mundial, enquanto em 1982 representava somente a vigésima parte (WIR, 2000). Esses dados demonstram o imenso poder econômico que as corporações possuem e provam que a produção mundial tem sua dinâmica centrda nos negócios realizados por etas empresas.

          Esse poderio po ser verificado examinando-se o ranking destas empresas e sua relação com o PIB de vários países do mundo. Por exemplo, as sete maiores firmas tem um volume de negócios anual de US$ 961 bilhões, portanto semelhante ao PIB da China, o país mais populosos do mundo. As seis maiores têm um um volume de negócios maior que o PIB do Brasil. As cinco maiores geram recursos maiores que o PIB das Ásia Sul (inclusive a Índia). A General Motors, Daimler, Crysler e Ford, com negócios somando 460,3 bilhões, superam o PIB da Índia. Somente a General Motors e a Daimler tem volume de negócios maior que o PIB da Rússia. Ou somente a General Motors tem um volume de negócio anual maior que os 48 países menos avançados (Toussaint, 2002, p. 57). Por esses dados pode-se ver claramente a dimensão econômica das corporações transnacionais e o imenso potencial que possuem para influenciar as políticas governamentais dos países da periferia no sentido de atender aos seus interesses.

          Além do gigantismo econômico, essas empresas controlam vários setores da economia mundial,  do comércio aos ramos de produção propriamente ditos. Por exemplo, no setor de micro-processadores, apenas o grupo Intel controlava, em 1977, 60% de todo o mercado mundial. Na aeronáutica civil, somente dois grupos, Boeing e Airbus, detinham, em 1998, 95% da produção mundial. No setor de equipamentos para telecomunicações, em 1997, quatro grupos possuíam mais de 70% das vendas mundiais. No setor de bancos de imagens, em 1994, três empresas eram responsáveis por 80% da produção mundial. No setor de fumo, apenas três empresas controlavam 87% de tudo que era comercializado no mercado mundial. No setor de material médico, cinco empresas detinham em, 1989, 90% da produção mundial (Toussaint, 2002, p. 64).

           No que se refere ao comercio mundial, as transnacionais não só romperam as tradicionais teorias das vantagens comparativas, ao transformar o comércio intra-firma num elemento fundamental do comercio mundial, atualmente por volta de 40% do volume global, como controlam 70% do comércio mundial. O comércio intra-firma não obedece aos preços internacionais de mercado, posto a que relação entre matriz e filial é de inteira subordinação por parte da segunda. Neste caso, são bem conhecidas as formas com que as filiais transferem renda para as matrizes. Existe farta documentação sobre os processo de superfaturamento o (venda da matriz para a filial a preços acima do mercado) e subfaturamento (venda de filial para a matriz a preços abaixo do mercado). A essa nova forma de transferência de recursos da periferia para o centro os especialistas procuram dar o nome pomposo de preços de transferências.

          As transnacionais também controlam com mão de ferro a inovação tecnológica, bastando dizer que 95% da pesquisa e desenvolvimento mundial são realizados nos países da organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a  elite do grande capital mundial.

A transnacional é o único participante do sistema de inovação que pode escolher entre  três forma de valorização de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento: a produção de bens para a exportação, baseada em inovação de processos ou incorporando inovações de produtos; a venda das patentes ou concessões de licença, cedendo o direito de utilizar as inovações , por fim e sobretudo, a exploração das tecnologias no interior do espaço privado dos grupos. (Chesnais, 1996, p. 147)

          A concentração das inovações tecnológicas por parte das corporações transnacionais é fruo de privatizações do conhecimento, que vem se consolidando desde o aparecimento dos monopólios no início do século passado. Esse processo faz com que, cada vez mais, as tecnologias avançadas passem a ser criadas nos países centrais, retando aos países periféricos apenas a utilização das inovações, sem a transferência dos padrões e códigos que permitam desenvolver e internalizar esse conhecimento. Dessa forma, amplia-se de maneira geométrica o fosso tecnológico entre os países centrais e os periféricos, fato que vem se consolidando com a maior rapidez após os acordos do Gatt (Acordo Geral para Tarifas e Comércio), atualmente substituídos pela Organização Mundial do Comércio.

          Esses acordos, elaborados a partir das pressões dos grandes grupos, reforçam os direitos de propriedade, impedem o desenvolvimento de produtos semelhantes e permitem que as corporações se apropriem, inclusive, da biodiversidade mundial e do intenso patrimônio do saber popular acumulado ao longo da história da humanidade.

As trasnacionais da bioindustria agrlimentar(...) percorrem o mundo para estabelecer seus direitos de "descoberta" fazendo registrá-lo no seu nome. Pilham assim o partimonio elaborado pacientemente pela humanidade. (Toussaint, 2001, p. 152)

          Enquanto concentram a tecnologia de ponta nos países de origem, desenvolvem políticas que visam depreciar os trwmos de troca entre o Norte e Sul, em função do controle que exercem no comércio mundial.  Por exemplo, o preço da tonelada de soja, em m1908, era de US$830, caiu para US$447,3 em 1990 e US$336,20 em 2000. O preço do café robusta (centavos por quilo) decresceu de US$450,5 em 1990 para US$90,8 em 2000. A laranja, que em 1980 caLIA us$555,8 a tonelada retrocedeu para US$361,40 em 2000. O minério de ferro, que custava US$39 centavos a tonelada caiu para US$28,6; a prata que despencou de US$2.866,1 centavos-onça para US$497, todos no mesmo período. Os dois úncios produtos que opbtiveram algum aumento de preço no nperíodo foi a maedira cortada da Malásia, que subiu de US$500 o metro cúbico para US$593 no período considerado e o zinco, que crescedu de US$105,7 centavos por queilo para US$112,2 entre 1980 e 2000 (Toussaint, 2001, p.81).

          Em termos de perspectiva, as relações de trocas desiguais e o monopólio tecnológico criam um círculo vicioso nas relações entre as nações e aprofundam proporcionalmente o atraso em que esses países vivem desde os tempos em que o capital internacional passou a delimitar o seu destino.

Tudo converge para que esses países permanençam prisioneiros de especializações tornadas obosoletas pela evolução dos conhecimentos cientificos e das tenologicas acumuladas pelos países avançados, especialmente dentro dos grandes grupos. Como antigos países colonizados, herdeiros de aparelhos estatais herdados da potência tutelar, com elites dirigentes formadas nas escola do parasitismo e da corrupção, eles ficam praticamente sem meios de defesa dianate dessa evoluções. (Chesnais, 1986, p.211)

Textos relacionados:
Os Apologistas da Globalização
Vozes contra a Globsalização

TEXTO RETIRADO DO LIVRO

COSTA, Edmilson, A Globalização e o Capitalismo Contemporâneo. Editora Expressão Popular – São Paulo - 2008

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Gota D' Água e a Tempestade!


Nos últimos dias temos sendo bombardeado pelas opiniões dos artistas da Rede Globo onde eles dão opiniões sobre a Construção da Hidrelétrica Belo Monte no Pará. Recentemente recebi outro vídeo que  se opõe as opiniões dos artistas da Globo e que são a favor da construção desta hidrelétrica. Em vista disso resolvi postar os dois vídeos para quem possam ver as duas versões dos fatos.


Vídeo dos artistas da Rede Globo
É a Gota D' Água


Vídeo dos alunos  e professores da Unicamp
Tempestade em Copo D'água?


Indicações dos vídeos:
Dos artistas da Rede Globo me foi indicado pelo Blog da Cidadania
Dos Alunos e Professores da UNICAMP foi indicado pelo Blog Janela do Abelha 

A submissão étnica no Brasil


A imagem acima simboliza uma afronta que é feita diariamente à maioria do povo brasileiro, maioria essa que o IBGE, a partir do Censo de 2010, diz que passou a ser composta por afrodescendentes.

O censo revelou que o contingente de pessoas que se declaram negras e pardas superou o das que se declaram brancas. 91 milhões se dizem brancas (47,7%), 15 milhões se dizem pretas (7,6%), 82 milhões se dizem pardas (43,1%), 2 milhões se dizem amarelas (1,1%) e 817 mil se dizem indígenas (0,4%). Negros e pardos, portanto, somam 97 milhões.

O pior é que grande parte dos que se dizem brancos, não é. Tem pele morena mais clara, mas com evidentes traços negros. Por que isso? Simplesmente porque uma carteira de identidade que diga que o indivíduo é negro ou pardo equivale a uma condenação.

Corte para uma cena típica neste país. A casa é a de uma família negra – homem, mulher e uma filha. É fim de tarde e a jovem de quinze anos se acomoda ansiosamente no sofá, diante da televisão. “Vai começar Malhação”, diz à mãe.

A cena chama atenção e perturba porque um pensamento vem à mente: será que a garota não se sente incomodada por não se ver representada na novela das cinco, das seis, das sete ou das oito, dia após dia?

Dirão que sempre há um negro e até um mestiço nas novelas, ainda que na propaganda isso seja muito mais raro. Mas como é possível que essa maioria da população não se incomode ao ver que nessas novelas é praticamente todo mundo branco?

Vejamos, abaixo, outro exemplo de novela com elenco “nórdico”, a das seis, também da Globo, uma tal de “A vida da gente”. Dê uma boa olhada no perfil étnico do elenco, leitor, e reflita se é mesmo a vida “da gente” que está na telinha.

Antes de prosseguir, há que constatar que essa situação não vige só na Globo, mas em todas as concessões públicas de televisão, no teatro, no cinema… A menos que seja uma trama de mocinhos e bandidos. Aí os negros aparecem mais, mas não como mocinhos…

Em alguma parte do país existe um povo como o dessa ou o de qualquer outra novela? Nem no sul há população tão branca. Pior ainda onde as emissoras ambientam a maioria de suas novelas, ou seja, no Rio ou em São Paulo.

E se isso ocorresse só nas novelas, não seria nada. Cristiane Costa, leitora do blog, envia comentário que mostra como o racismo paira sobre esta sociedade majoritariamente afrodescendente.
Há, sim, bonecas negras. Mas não é fácil achar. E a maioria é de brancas e loiras. Meninas negras brincam com bonecas brancas assim como meninos negros brincam com bonecos brancos de super-heróis, por exemplo.

É só? Claro que não. A publicidade é ainda mais racista. É raro ver uma propaganda com uma família negra. Pode ser de banco, de plano de saúde, de loja de departamentos, de supermercados…

Pode-se dizer, no entanto, que quem movimenta a economia é a massa, aquela massa que o IBGE diz que é majoritariamente negra. Depois vêm outras etnias. Essa etnia que aparece nas novelas, na publicidade ou em brinquedos não deve chegar nem a 10% da população.

Por que, então, uma população tão discriminada não boicota o supermercado, o banco ou o plano de saúde que retratam este povo como se fosse norueguês ou sueco e escondem o verdadeiro povo brasileiro?

Apenas porque essa maioria étnica aprendeu a se submeter a coisa muito pior. Submete-se a ganhar menos e até a não poder freqüentar determinados ambientes, tais como casas noturnas e, sobretudo, clubes.

Um amigo está entre os raríssimos negros de classe média alta. Mora em um dos bairros mais elegantes de São Paulo, um bairro quase totalmente branco em que, apesar de residir ali há quase vinte anos, quase não tem amigos.

O amigo negro tentou várias vezes associar a família a um clube e jamais conseguiu. Dizem-lhe que não há títulos disponíveis para venda apesar de ele saber que é mentira porque antes de se apresentar pessoalmente pede informação por telefone e lhe dizem o oposto.

Ao ser perguntado sobre por que não denuncia isso, baixa os olhos e deixa escapar, de forma quase inaudível, que “seria pior”. E muda de assunto.

A pergunta, então, torna-se recorrente: se, como diz o IBGE, a maioria do povo brasileiro é negra ou descendente de negros, por que essa maioria não se revolta com uma situação tão absurda de legítima discriminação racial?

Não há estudos sobre isso apesar de que todos sabem a razão da submissão étnica que flagela a maioria dos brasileiros: trata-se de uma herança histórica, de uma história de submissão negra ao senhor branco.

Daí as pessoas negras vibrando com novelas brancas e que continuam dando dinheiro a empresas que as discriminam nas propagandas. Até porque, não há alternativas de entretenimento ou consumo que não passem pelo cordial racismo brasileiro.
A auto-imagem do negro em sociedades racistas



Texto original neste endereço:

Textos relacionados:

domingo, 27 de novembro de 2011

Retaliação ou incompetência????

Modelo de Lap Top que  o
 Governo de Minas Gerais não
aceitou colocar nas escolas
Que a política partidária vem esquentando cada vez mais os ânimos, principalmente da oposição (liderada pelo PSDB), isso é notório mas, acho que essa disputa não deveria trazer prejuízos a população, os governadores eleitos pela oposição ao Governo Federal deveriam pensar nas atitudes antes de se colocarem contra tudo que venha de Brasilia e não fazer retaliações sem olharem se isso não venha provocar prejuízo ou não as populações dos Estados que governam. Vou mostrar apenas três casos que prejudicam a população e que  considero de retaliações: 

a) Durante a campanha o então candidato José Serra acusou o Governo Lula de ter ter cortados a ajuda as APAES e depois o que se descobriu na verdade é que durante o Governo de Geraldo Alkmim a ajuda estadual para as APAES do Estado de São Paulo tinham sido suspensas pelo então governado Geraldo Alkmim.!! Não sei dizer se os convênios atualmente foram reestabelecidos na atual Gestão!!!!

b) O Segundo caso,  é que o Estado de São Paulo não contribui com o SAMU (clique aqui), isso mesmo, durante o Governo Geraldo Alkmim (sempre ele) foi cortado a contribuição do Estado de São Paulo para com o SAMU. A atuação do SAMU em São Paulo é feito entre o Governo Federal em convênio direto com as prefeituras e o Estado mais rico da federação não contribui com esse importante serviço

c) O caso mais recente que soube de retaliações ocorreu e ocorre no Estado de Minas Gerais que não aceitou que se implantasse nas escolas estaduais o Projeto UCA (Um computador por Aluno), onde os alunos recebem Lap Tops (computadores portáteis) para estudarem. O convênio está sendo feito entre o Governo Federal , por intermédio do MEC (Ministério da Educação), e as prefeituras do Minas Gerais, ou seja, somente nas Escolas Públicas Municipais os alunos estão recebendo esses incentivo.

Além desses casos, é bom observar que  os Programas  Sociais Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida tiveram dificuldades para serem plenamente colocados em funcionamento no Estado de São Paulo na Administração do então governador José Serra.

OBSERVAÇÃO: 
A colocação de mini computadores nas escolas não irá resolver o problema da qualidade da educação mas, é mais uma ferramenta para auxiliar professores e alunos na difícil tarefa de se tentar fazer da Educação Pública uma coisa de qualidade e fica a seguinte pergunta: e por que não???



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Brasil e o pleno emprego: Desemprego em outubro é o menor no mês desde 2002

Mesmo com a crise financeira mundial, o Brasil tem números positivos para comemorar, pelo menos por enquanto. Os dados que apontam que estamos presenciando o pleno emprego no Brasil, que é caracterizado quando as taxas de desemprego ficam na casa de 5%, fora divulgado hoje:

A taxa de desemprego de 5,8% no mês de outubro (leia AQUI), registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas, é a menor para o mês desde a reformulação da pesquisa de emprego, em 2002. As seis regiões pesquisadas pelo instituto são Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A taxa de desemprego de 5,8% em outubro também foi menor que a de 6,0% registrada em setembro.

A massa de rendimento real habitual dos trabalhadores ocupados somou R$ 36,9 bilhões em outubro, um montante estável em relação a setembro. No entanto, houve alta de 0,9% na comparação com outubro de 2010, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada pelo IBGE.

A massa de rendimento real efetivo dos ocupados ficou em R$ 36,7 bilhões em setembro de 2011, estável em relação ao mês anterior, mas 0,7% maior que a registrada em setembro do ano passado. O rendimento médio real habitual dos ocupados foi de R$ 1.612,70 em outubro, sem variação na comparação com setembro e 0,3% menor que o registrado em outubro do ano passado.

TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:
http://mariorangelgeografo.blogspot.com/2011/11/o-brasil-eo-paeno-emprego-desemprego-em.html