Tem certas coisas que existem, mas não acreditamos por achar impossível de acontecer. Uma onda em plena região de seca é uma dessas coisas que temos de ver para acreditar. Claro que nos dias atuais e com as tecnologias de se registrar os acontecimentos, fica fácil provas algumas coisas que poderíamos achar estranho.
"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." Luther King_______
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
sábado, 2 de janeiro de 2016
A grande seca do Nordeste
Das grandes secas que assolaram o Brasil, uma das mais graves e lembradas foi aquela que compreendeu os anos de 1877 à 1879, ficando conhecida como a grande seca do Nordeste. Foram quase três anos seguidos sem chuvas, com perda de plantações, mortes de rebanhos e miséria extrema. A situação foi tão desesperadora, que famílias inteiras se viram obrigadas a migrar para outros estados, promovendo uma onda de imigrações.
sábado, 11 de maio de 2013
Mudanças climáticas aumentarão chuvas intensas e secas, aponta Nasa

Nesta semana, mais uma investigação apresentada vem reforçar a relação entre as mudanças climáticas e o aumento na frequência de eventos extremos. Desta vez, a análise publicada foi desenvolvida pela Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço, a NASA, um dos centros que mais tem contribuído para o estudo das ciências climáticas nos últimos tempos.
Segundo o relatório da agência, as mudanças climáticas irão aumentar as chuvas de maior intensidade em certas regiões do planeta, enquanto que em outras são as secas que se tornarão mais intensas. O documento aponta que as chuvas tenderão a aumentar nos trópicos, e as regiões temperadas devem vivenciar secas mais severas.
Embora outros estudos anteriores já indicassem a relação entre as mudanças climáticas e os eventos extremos, a investigação da NASA é a primeira a mostrar como as emissões de dióxido de carbono afetam os diferentes padrões de precipitação existentes, das regiões mais secas àquelas que vivenciam tempestades torrenciais.
De acordo com a análise, as mudanças climáticas devem aumentar a precipitação nas regiões que já apresentam altos padrões de chuva porque o ar mais quente deverá reter mais humidade. Entretanto, nos locais mais secos, o aumento das temperaturas significará períodos mais longos em chuva.
Colocando em números, para cada grau Fahrenheit (0,55 graus Celsius) de aumento na temperatura média global, as chuvas extremas aumentarão em 3,9%, enquanto as chuvas leves aumentarão 1%.
Entretanto, estima-se que o total global de precipitação não deva mudar muito, porque as chuvas moderadas devem diminuir 1,4%. Em se tratando das regiões de seca, os modelos preveem que para cada grau Fahrenheit de aquecimento a duração de períodos sem chuva aumentará em 2,6%.
No Hemisfério Norte, as áreas que provavelmente serão mais afetadas são os desertos e zonas áridas do sudoeste dos Estados Unidos, o México, o norte da África, o Médio Oriente, o Paquistão e o noroeste da China. No Hemisfério Sul, as secas provavelmente tornar-se-ão mais severas no sul da África, no noroeste da Austrália, na costa da América Central e no nordeste brasileiro.
“Em resposta ao aquecimento induzido pelo dióxido de carbono, o ciclo hídrico global sofrerá uma competição gigantesca por humidade, resultando num padrão global de aumento das chuvas extremas, diminuição das chuvas moderadas, e secas prolongadas em certas regiões”, colocou William Lau, principal autor do Centro Goddard de Voos Espaciais da NASA.
Lau explicou, no entanto, que as secas devem afetar mais a população mundial do que as chuvas extremas, já que estas últimas devem ocorrem principalmente em áreas acima dos oceanos.
“Grandes mudanças nas precipitações moderadas, assim como eventos prolongados sem chuva, podem ter um grande impacto na sociedade porque eles ocorrem em regiões onde a maioria das pessoas vive. Ironicamente, as regiões de chuvas mais pesadas, exceto pela [região] da monção asiática, podem ter menor impacto na sociedade, porque geralmente ocorrem sobre o oceano”, comentou.
A análise dos cientistas da NASA baseou-se na observação de 14 modelos climáticos que simularam períodos de 140 anos. As simulações começaram com concentrações de dióxido de carbono de cerca de 280 partes por milhão (PPM), similares aos níveis pré-industriais, e foram aumentadas em 1% ao ano. A taxa de aumento é semelhante à observada atualmente pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).
Através da observação dos resultados dos modelos, os investigadores concluíram que, embora os modelos não especifiquem precisamente quanto de precipitação haverá numa determinada localidade, eles de facto podem apontar a tendência de precipitação para as regiões.
“Se observarmos todo o espectro dos tipos de precipitação, vemos que todos os modelos concordam de uma maneira muito fundamental – projetando mais chuvas pesadas, menos eventos de chuvas moderadas e secas prolongadas”, concluiu Lau.
Texto retirado : CARTA MAIOR
terça-feira, 2 de abril de 2013
Seca: em 2013 o pesadelo continua

Najar Tubino
Não é só pelo racionamento que iniciou em Recife semana passada e está programado para durar três meses, porque uma das barragens que abastece a cidade tem apenas 19% da sua capacidade. Desde o final de 2012 os meteorologistas anunciaram que as chuvas no nordeste, durante o período de maior incidência – entre fevereiro e maio – estavam abaixo da média, o clima era considerado seco, muito seco e extremamente seco, nos 969 mil km2 que envolvem o semiárido brasileiro. É a região árida mais populosa do planeta, com cerca de 25 milhões de habitantes, sendo 1.133 municípios enquadrados como semiárido, inclui nove estados nordestinos e o norte de Minas Gerais.
Para a ONU estamos na década de combate à desertificação, se encerrará em 2020. Desde 1997 o Brasil é signatário da Convenção de Combate à Desertificação, por um motivo muito simples: pelos menos 46% da área do semiárido esta susceptível à desertificação. No mundo o problema atinge 33% da superfície terrestre, envolvem quase três bilhões de pessoas. São perdidas anualmente 24 bilhões de toneladas de solo. Na América Latina, o problema atinge 11 países e uma área que varia de 357 milhões de hectares até mais de 500 milhões.
Histórico de horrores
É um problema grave que se torna ainda maior levando em consideração o histórico no país e no mundo. As secas das décadas de 1870 a 1890 mataram milhões de pessoas no mundo. Uma delas dizimou mais de 500 mil sertanejos no nordeste. Mais recente, a seca dos anos 1979 a 1983, matou pelo menos 700 mil pessoas, segundo relatos oficiais. A população rural do semiárido caiu entre os anos 2000 e 2010 em 5,7%, passou de pouco mais de 43% para 38%. Mais de 520 mil pessoas deixaram a área rural nesse período.
Existem outros dados para traçar o perfil do semiárido, hoje em dia. A começar pela implantação dos programas de benefício para as pessoas que não tem renda. No caso do semiárido 50% não contam com renda, ou apenas recebem os benefícios dos programas oficiais, na sua maioria (59,5%) são mulheres. Cerca de cinco milhões dispõem de apenas um salário mínimo, sendo 47% mulheres. Somente 5,5% recebem renda entre dois e cinco salários mínimos. E apenas 0,15% tem renda acima de 30 salários. Este é um perfil divulgado pela ASA, a Articulação do Semiárido, formada por mais de mil organizações e está presente em toda a região. Foi criada no final da década de 1990. Em 1993, os trabalhadores rurais ligados à CONTAG invadiram a sede da SUDENE, na época a entidade governamental que monopolizava as ações no nordeste.
Um milhão de cisternas
A ASA foi organizada com o objetivo de mudar o panorama do semiárido, trabalhando com a realidade dos sertanejos e a construção de alternativas para lidar com as agruras do sertão. O uso sustentável dos recursos naturais, a recomposição ambiental e a quebra do monopólio de acesso a terra, água e outros meios de produção, além do apoio a difusão de métodos, técnicas e procedimentos, que contribuam para a convivência com o semiárido, ao lado da campanha maior, que era a construção de um milhão de cisternas – capacidade para 16 mil litros. Segundo informações oficiais, o governo federal entregou 150 mil cisternas em 2012, somando 237 mil no biênio 2011-2012. Também no ano passado foram usados 4.292 carros pipas em mais de 700 municípios. O chamado PAC Prevenção do Semiárido realizou obras de R$2,2 bilhões, incluindo a primeira etapa da adutora no rio Pajeú, que foi entregue recentemente. Também o programa Bolsa Estiagem beneficiou 881 mil agricultores, o seguro safra pago a outros 768 mil produtores.
São situações que não existiam antes do Programa Nacional de Prevenção à Desertificação e combate aos efeitos da seca lançado em 2004. Mas que ainda estão longe de mudar o panorama real dos sertanejos, quando a seca aperta. O professor Aziz Ab’sáber dizia que era falácia ensinar o nordestino a conviver com a seca. Mas o problema econômico da região é histórico. Desde a época da instalação das fazendas de gado para produção de carne, couro e animais de tração e manter a indústria canavieira escravocrata da zona da mata. Passando pela implantação de lavouras de algodão arbóreo, aproveitando a guerra civil norte-americana(1860-1865).
Efeito inglês
Mike Davis, em seu livro Holocaustos Coloniais, relata este fenômeno, que antecipou a tragédias das secas de 1877 e depois 1888. Em 1845 foram exportados 162.265 kg de algodão do porto de Recife. Saltou para oito milhões de quilos em 1871. Exportação dos ingleses para as indústrias de Manchester. Depois trocaram o algodão do semiárido pelo algodão de fibra longa do Egito. Depois veio a praga do bicudo e praticamente acabou com o cultivo do algodão.
Conviver com a seca significa reter a água na época das chuvas – variam de 200 a 800mm em média. Os solos da caatinga são pedregosos, cristalinos, como dizem os geólogos, e tem um declive que corre diretamente para os rios. Se for enxurrada, leva a terra. Se a temperatura aumenta, como ocorre agora com as mudanças climáticas, também aumenta a evaporação. Foi o que disse o pesquisador Carlos Nobre, em um seminário do Instituto Nacional do Semiárido, realizado em Campina Grande na Paraíba, em 2011:
“O bioma caatinga – quer dizer mata branca na língua indígena – está entre os mais vulneráveis, num cenário de aumento das temperaturas globais, o que coloca a região nordeste do Brasil em um estado especial de alerta, pois há uma forte pressão para a desertificação da região”.
Ele citou levantamentos da estação meteorológica de Araripina(PE), no período 1961-2009, onde apontavam para um aumento de quatro graus centígrados na temperatura máxima diária e diminuição média de 275mm de chuvas em oito postos no vale do rio Pajeú, em Pernambuco.
“A diminuição das chuvas acompanhadas de aumento nas estiagens de 20 para 35 dias, com aumento nos eventos de precipitações intensas que passou de cinco para nove ocorrências por ano. Tais sinais constituem evidência de que processos de aridificação estão em curso nas áreas estudadas no interior de Pernambuco”, explicou Carlos Nobre.
A Agência Nacional de Águas (ANA) em um estudo de 2005 fez a seguinte previsão para 2025, em relação ao nordeste:
“Mais de 70% das cidades do semiárido nordestino, com população acima de cinco mil habitantes enfrentarão crise de abastecimento de água para o consumo humano até 2025. Problemas de abastecimento deverão atingir cerca de 41 milhões de habitantes da região do semiárido e entorno, levando em conta o aumento da população e da demanda por água em nove estados e cerca de 1300 municípios, além do norte de Minas Gerais”.
Carvão da caatinga
Em outro trabalho do PAN-Brasil sobre a situação do semiárido em Minas Gerais, que na verdade quando se trata do Vale do Jequetinhonha estamos falando das “Gerais” e não das minas. A área susceptível à desertificação envolve 142 municípios no norte de Minas, Mucuri e o Vale do Jequetinhonha ( 177 mil km2, 30,3% da área do estado) e 2,2 milhões de pessoas. No item referente à atividade econômica da região consta que 29% é exploração de carvão vegetal com origem nativa. Quer dizer, derruba a pouca mata do semiárido para produzir carvão, que vão abastecer as guserias no Vale do Aço.
Presenciei esse trânsito de carretas abarrotadas de carvão, numa estrada que era pura areia, no sul da Bahia em direção ao norte de Minas. A criação de bovinos atinge 27,9% da atividade econômica. Na região considerada subúmido seco, 38,7% da economia expressava a produção de carvão vegetal. Diz o relatório, divulgado em 2010, pelo governo mineiro:
“O somatório das áreas desmatadas para a produção de carvão provoca um comprometimento ambiental de alto impacto.”
Se fosse traduzir isso diria que estão colocando fogo na própria casa. O crescimento da população do vale do Jequetinhonha nos últimos 30 anos é inferior a 1%.
Na década de 1960 a caatinga, considerada um ecossistema único no mundo, com suas 148 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves, 107 espécies de répteis e 47 de anfíbios, e seus 87 milhões de hectares tinha 88% do bioma preservado. Agora são 28%. Um grupo de profissionais da Universidade Federal do Ceará fez um estudo sobre os efeitos da seca em 2012. Também incluíram o distrito de Iguaçu, no município de Canindé (CE), onde moram pouco mais de 800 pessoas e desenvolvem projetos de convivência com o semiárido, como barragens subterrâneas.
A queda na produção de milho e feijão dos estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para citar um exemplo, é maior que 90%. O caso mais grave da Paraíba. A produção de grãos do Ceará caiu 88%. O Ceará é o estado com maior número de beneficiados do seguro contra a safra, deve passar dos 300 mil em 2013. O pagamento deve aumentar de R$700 para R$1.2 mil. No nordeste no final de 2012 estavam em estado de emergência 1.196 municípios. A Bahia tinha o maior número 262, seguida por Paraíba com 178 e Ceará com 177.
TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:
quarta-feira, 9 de maio de 2012
A volta dos que não foram
Na
década de 1970, do século passado, era comum alguns colegas sumirem
de uma hora para outra. Isso ocorria entre os colegas na escola,
entre os colegas de pelada dos finais de tarde, entre os vizinhos,
entre os amigos mais próximos e até mesmo entre os familiares.
Quando
procurávamos saber o motivo do desaparecimento, é que eramos
informado, pela família, era que o mesmo “foi pra São Paulo”.
Escutei essa frase, durante alguns anos, até o final da década de
80, século XX. A frase, “foi pra São Paulo”, já deixava bem
explicito que a pessoa foi viver, morar e não em viagem de passeio!
![]() |
grafites em papel sobre os retirantes |
Isso
ocorria muito pela falta de emprego nas cidades do interior do
Nordeste e também na Área Rural. Coincidentemente nesta época
ocorreu uma das maiores secas ocorridas na região. Esse fenômeno
ficou conhecido como Êxodo Rural.
No
incio do século atual (século XXI), passei um bom tempo lecionando
em algumas cidade do interior do Estado de Sergipe (ao todo foram
noves cidades). Em todas elas percebi um fato interessante e que se
intensificou agora na década atual. Muitos doas alunos presentes
eram paulistanos filhos de nordestinos que foram morar em São Paulo.
Alguns retornaram trazidos pela família e outros vieram sozinhos
para viverem nas terra dos antepassados (pais e avós).
Nestas
minhas viagens eu costumava brincar com esses alunos dizendo que foi
“a volta dos que não foram”, já que esses alunos na realidade
nunca saíram daqui do Nordeste para viverem em São Paulo. Na
realidade, foram os pais que fizeram o caminho de ida e os filhos
estão se encarregando de fazerem o caminho de volta, ou seja, na
realidade eles estão fazendo a viagem de volta no lugar dos pais.
Juntamente
com a volta desses filhos de nordestinos, outro fenômeno que está
ocorrendo é a chagada de imigrantes descendentes de chineses (que
são muitos), vindos de São Paulo, que são facilmente encontrados
aqui no centro da cidade de Aracaju, em Sergipe.
Em
conversa com esses imigrantes, a pegunta que mais fiz foi: por que
sairão de São Paulo e vieram viver no Nordeste? Como resposta, ouvi
de todos eles que São Paulo não está bom para conseguir emprego e
está ruim para se ganhar dinheiro.
Os
Nordestinos saíram daqui a procura da sobrevivência (grande parte
fugindo da seca). Viviam como escravo no Nordeste e passaram a ter
tratamento semelhante no Sudeste.
Uma
música que espelha bem essa realidade é uma muita cantado pleo Rei
do Baião, Luiz Gonzaga, que pode ser escutado no vídeo abaixo:
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
A SECA NA AMAZÔNIA
Todos os telejornais falam da estiagem que vem causando problemas de falta d'água na Região Amazônica e a mortalidade dos peixes pelo baixo volume de água dos rios locais. O estranho mesmo é que se lê nos livros de Geografia é que na Região Amazônica os rios têm enchentes no verão e baixam o nível do leito no inverno. Este fenômeno é devido em grande parte das águas dos rios da região (principalmente o Rio Amazonas) serem formadas pelo derretimento do gelo que se encontram nas grandes altitudes da Cordilheira dos Andes. Mas, por que os telejornais ou a chamada grande imprensa não tocam no assunto e ficam a especular que os rios estão secando por falta de chuvas.
Esses mesmo telejornais, no decorrer deste mês (dezembro de 2009), mostrou claramente o derretimento das camadas de gelo no Polo Norte e na Cordilheira do Himalaia. E porquê os grandes jornais não falam do mesmo problema na Cordilheira dos Andes e passam a ideia que os rios amazônicos estão começando a desaparecer por falta de chuvas? Será que estão querendo esconder que o aquecimento global também está afetando os padrões de cheia e consequentemente toda vida animal e florestal da Amazônia?
Vale ressaltar que os rios da Amazônia têm cheias no verão. Com o aquecimento da Atmosfera Terrestre e consequentemente o derretimento do gelo, que se acumula nas grandes altitudes da Cordilheira dos Andes, os rios da Amazônia irão ter secas no Verão e cheias no inverno, semelhantes ao rios das outras regiões brasileiras. As cheias e as secas, embora em sentidos opostos, serão cada vez mais destruidoras.
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