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quinta-feira, 20 de março de 2014

O ANO QUATORZE


(Revista do Brasil) - Desde a criação do calendário, pelos sumérios, há quatro mil anos, o desenrolar dos acontecimentos deixou de depender exclusivamente do acaso, para incluir feriados e eventos religiosos e políticos que passaram a datar e servir de palco para a história.

O Brasil, neste décimo quarto ano do milênio, contará com dois grandes marcos desse tipo: a Copa do Mundo e as eleições de 2014.

Eles contribuirão para chamar ainda mais a atenção da população mundial para um país que já é importante, por si só, globalmente. Com todos os nossos problemas, e o complexo de vira-lata de amplos setores da sociedade brasileira, somos o quinto maior país em território e população, o segundo maior exportador de alimentos, a sétima economia e o terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos.

Tudo isso obriga não apenas a que o Brasil não possa ser ignorado, mas faz, também, com que nosso país seja cobiçado, e esteja sendo ferrenhamente disputado, nos mais variados aspectos da economia e da geopolítica, pelos principais blocos, nações e empresas do mundo.

O crescimento da dimensão política e econômica da Nação, nestes primeiros anos do século XXI, transformou o Brasil na bola da vez de uma permanente batalha, entre espoliação e independência, o modelo que prevaleceu nos últimos 200 anos - e outras visões de mundo, voltadas para a busca de caminhos alternativos para a construção do desenvolvimento econômico e social da humanidade.

As antigas potências coloniais e neocoloniais, que lutam para manter nosso país, ou amplos setores dele, sob sua influência, sabem que esse embate se dará, na economia, na política, na comunicação, e tem plena consciência do que esta em jogo, no Brasil, neste ano.

Na economia, e de se esperar, que elas reforcem, nos próximos meses - sempre com a dedicada ajuda da grande mídia - o discurso de esvaziamento da importância econômica do Mercosul; de valorização de mitos neoliberais como o da Aliança do Pacífico; de fragilidade dos fundamentos de nossa macro economia; da existência de um suposto protecionismo brasileiro, teoricamente responsável pela diminuição de nosso percentual de participação no comércio mundial - para o qual só haveria um remédio - estabelecer rapidamente acordos de livre comércio com os países mais ricos.

Essa é a estratégia que deverá ser aprofundada nos próximos meses. Pressionar o país permanentemente, apresentando cada eventual percalço como fruto de um suposto afastamento, no sentido econômico e político, do Brasil com relação aos países “ocidentais”.

Assim, enquanto a mídia - nacional e internacional – distrai determinadas parcelas da opinião publica, com alertas sobre a Argentina, Nicolás Maduro e a “bolivarianização” do Brasil e do Mercosul, os EUA e a Europa aproveitam para avançar sobre nosso mercado interno, aumentando, como fizeram em 2013, seus superávits em 50% e 1.000%, respectivamente, para 11,4 e 5,4 bilhões de dólares.

As potencias ocidentais e aos seus prepostos não interessa divulgar que elas diminuíram quase que na mesma proporção suas importações de produtos brasileiros no ano passado.

Como não é conveniente ressaltar, também, o fato de que, no comércio com países “bolivarianos”, como a Venezuela e a Argentina, tivemos um superávit somado de mais de 10 bilhões de dólares em 2013, sem o qual teríamos tido um enorme deficit balança comercial.

O mesmo esforço, de distorção e manipulação, continuará ocorrendo, neste ano, com a “glamourização”, da Aliança do Pacífico, pseudo organização fomentada pelo México com a ajuda dos EUA e a Espanha, como a última limonada do deserto em termos de associação comercial. A situação real da AP é tão boa, que seu maior expoente - justamente o país de Zapata – teve um crescimento de 1,2% no ano passado, menos da metade dos 2,5% estimados, no mesmo período, para o Brasil.

Obedecendo á mesma estrategia, os meios de comunicação europeus e norte-americanos - secundados pela mídia conservadora brasileira e latino-americana - subirão o tom de sua campanha contra os BRICS, aproveitando momento em que o Brasil ocupa a Presidência de turno, e organiza, como anfitrião, a Cúpula Presidencial que reunirá os lideres do Brasil, Índia, China e Africa do Sul, em Brasilia, em junho deste ano.

Naturalmente, como ocorre com o nosso comércio com países como a Venezuela, a grande mídia devera ocultar ou relativizar a informação de que, nos últimos 12 meses, além do Mercosul, foi também para a China, e não para os países ocidentais, que aumentamos fortemente nossas exportações, em 10,4%, e nosso superávit, para quase 9 bilhões de dólares.

Considerando-se o que estão ganhando por aqui, e natural que aumentem, também neste ano, as pressões favoráveis a uma rápida assinatura de um Acordo Comercial entre o Brasil – com ou sem Mercosul – e a União Européia, o que abriria as portas para futuro entendimento desse tipo com os próprios EUA.

Essa é uma hipótese que o Brasil terá que analisar sem pressa e com todo o cuidado. Somadas as remessas de lucro, estimadas em 24 bilhões de dólares em 2013, e o déficit de 26 bilhões no comércio exterior, apenas com a Europa e os EUA, já estamos contribuindo - sem ter assinado ainda esse acordo de livre comércio - com uma sangria de meia centenas de bilhões de dólares por ano para ajudar as potências ocidentais a enfrentar a crise em que se encontram.

Se compararmos esses 50 bilhões de dólares, com um ganho quase equivalente obtido pelo Brasil no comércio com países emergentes - principalmente América Latina, Caribe, BRICS e Mercosul - fica fácil perceber quem está nos espoliando, e com que tipo de parceiros é interessante nos associarmos, prioritariamente, no futuro.

Como está ficando difícil, para quem não abdica de continuar explorando, do jeito que puder, nossos recursos e mercado, colocar no poder governos direta e assumidamente alinhados com seus interesses, o objetivo, em 2014, continuará sendo sabotar institucionalmente o Brasil, mesmo que ele esteja gerando extraordinários ganhos.

A estratégia, nesse caso, passa não apenas pelo desmantelamento da imagem da nação do ponto de vista econômico, mas também pela promoção do caos, para dificultar a governabilidade, e colocar em questão, dentro e fora de território brasileiro, nossa capacidade de gestão e de realização. È essa linha de ação que alimenta a tese de que não estamos preparados para organizar grande eventos, como a Copa e as Olimpíadas, mesmo que, para fazer a omelete, quebrem-se alguns ovos, prejudicando também a imagem e a situação politico-administrativa de estados e municípios governados pela oposição, que estão envolvidos com a Copa do Mundo.

Não será de estranhar, portanto, se houver, nos próximos meses, infiltração, aproveitamento ou criação de novos “movimentos”, nos moldes dos rolézinhos, passíveis de se espraiar para as ruas, e eventuais ações voltadas para a intimidação do público turístico que nos visitará este ano, como a sabotagem dos sistemas de transporte e de hospedagem, o cerco a estádios, incêndios e fechamentos de ruas, etc.

A tudo isso, se soma a percepção, pelo cidadão comum, da ausência de um debate politico de melhor nível, que possa levar a discussão de propostas para a formatação de um novo projeto nacional.

Ate que ponto isso poderá influenciar a posição do eleitorado nas eleições de novembro?

O governo tem realizado avanços, mas, decide, cada vez, mais, sob pressão das circunstancias, dos meios de comunicação, do Congresso, da aproximação das eleições e de uma base aliada fragmentada, cada vez mais preocupada com seus próprios interesses do que com a situação do pais.

E a criminalização da politica - tema preferencial da grande mídia - ajuda a distorcer ainda mais esse quadro, aos olhos do eleitor, nivelando todos os homens públicos por baixo e facilitando o trabalho de uma minoria radical, cada vez mais atuante, que odeia a democracia e sonha com a volta da ditadura e a derrocada do Estado de Direito.

Texto original: MAURO SANTAYANA

quarta-feira, 24 de julho de 2013

“Fogo amigo”. Polícia infiltrada entre manifestantes

Por: Eliseu 

Corroborando o que este blog vem alertando desde o início dos protestos que pipocaram e ainda continuam Brasil afora sobre a pequena parcela dos manifestantes que sempre provocam violência, classificados pelo PIG como vândalos eram na verdade policiais infiltrados, como na velha e má época do DOPS, agora o próprio PIG se rende e os jornalões O Globo e Folha de São Paulo já admitem a hipótese, como na reportagem de Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, intitulada “O fantasma do Riocentro ainda assombra”, reproduzida abaixo.

“Interessante observar como os jornais começam a questionar o papel da polícia, na análise das manifestações que acontecem no Rio de Janeiro, durante a visita do papa Francisco e ainda no rastro dos protestos contra o alto custo dos transportes públicos.

A estrutura verticalizada das redações dificulta o estabelecimento de uma empatia entre a mídia e movimentos que alteram a ordem social, pelo simples fato de que a imprensa parte sempre de um pressuposto de manutenção da ordem estabelecida, até se tornar claro que uma ordem perversa precisa ser alterada. E algo parece ter mudado na percepção dos jornais sobre alguns episódios violentos ocorridos na segunda-feira (22) no Rio de Janeiro.

Não há um mal em si na posição conservadora da mídia tradicional, porque algumas instituições simplesmente não podem deixar de ser conservadoras. Esse talvez seja o principal ponto de convergência entre a imprensa e a igreja católica, e o motivo pelo qual a visita do papa ganha destaque correspondente ao de uma Copa do Mundo.

No caso dos protestos no Rio, a escolha dos jornais tem sido a de repetir o bordão segundo o qual todos têm o direito de protestar, mas não se pode tolerar os atos de vandalismo e a violência. No entanto, eles não vinham demonstrando interesse em avançar na identificação dos autores de ataques e depredações.

Nas edições de quarta-feira (24/7), observa-se pela primeira vez que a imprensa deixa o lugar comum para constatar que a violência pode ter origem e conclusão num lado só do confronto: a própria polícia. O Globo e a Folha de S.Paulo dão crédito às imagens que mostram um dos homens que iniciaram o conflito, atirando um coquetel molotov contra a tropa de choque, correndo depois em direção à própria barreira policial e sendo autorizado a passar. Sob o título “Suspeita de fogo amigo”, o jornal carioca reproduz os passos do homem que lançou o primeiro petardo contra a polícia e depois é identificado como um agente policial infiltrado na manifestação.

As imagens foram postadas na internet por ativistas e membros do grupo chamado de Mídia Ninja, mas a Folha de S.Paulo relata que um de seus repórteres testemunhou o momento em que um dos agentes trocou de lado, sendo identificado como integrante do serviço reservado da Polícia Militar.

Insanidade à solta

Os jornais também dão destaque à anunciada decisão do governador do Rio, Sérgio Cabral, que publicou decreto exigindo que empresas de telefonia e provedores de internet forneçam informações sobre as comunicações pessoais de participantes dos protestos, sem autorização judicial. Especialistas consultados pela imprensa são unânimes em afirmar que a medida é inconstitucional, o que não impediu os conselheiros do governador de recomendá-la.

Trata-se, evidentemente, de uma proposta bizarra, que, se for levada a efeito, pode justificar até mesmo um processo de cassação do governador. No entanto, não parece ter passado pela cabeça dos especialistas reunidos na comissão de notáveis, criada para analisar a onda de protestos, que tal iniciativa corresponde à quebra de um dos princípios básicos da ordem democrática.

Caso viesse a ser cumprido, o decreto autorizaria a polícia a vasculhar até mesmo as comunicações de jornalistas e advogados, uma vez que não se pode diferenciar os interlocutores até que se conheça o teor das conversações.

Agora, pondere o leitor ou a leitora: se os responsáveis pelo gabinete de crise do governo do Rio são capazes de imaginar tal aberração, o que impediria o comando da Polícia Militar de infiltrar provocadores no meio dos manifestantes, com a missão de incitar a violência para depois identificar os ativistas mais agressivos?

Não teria sido a primeira vez que a obsessão pela ordem colocaria em risco a própria ordem. Além disso, nenhum governo merece a confiança cega da sociedade, e muito menos um governo que vive sitiado por manifestações ininterruptas de protesto.

A circunstância em que se encontra o governo do Rio autoriza a imaginar o inimaginável, como um decreto que tenta quebrar o direito à inviolabilidade das comunicações, ou a adoção do “fogo amigo”, segundo observa o Globo, como forma de justificar a violência da polícia.

Ainda que o contexto fosse outro, o dos estertores de uma ditadura, não custa lembrar que na noite de 30 de abril de 1981, agentes das forças de repressão planejaram o atentado durante um show de música popular no Rio, com apoio de altas patentes militares, fato que só não resultou em uma vasta tragédia por uma conjunção quase milagrosa de fatores.

A mentalidade militarista ainda domina a formação das nossas polícias, em plena democracia, e a insanidade anda à solta por aí. O fantasma do Riocentro ainda não foi devidamente exorcizado.”

Curiosamente, e para orgulho desse blogueiro, assim que “O Carcará” começou a publicar sobre o assunto, “coincidentemente” o blog foi “derrubado” em duas ocasiões, ambas com aumento excessivo de acessos simultâneos. Uma delas um dia após a postagem intitulada Velho filme: policiais infiltrados em protestos, no dia 26 de junho passado.

Texto replicado do blog: O CARCARÁ

segunda-feira, 1 de julho de 2013

NA FERIDA

Marcelo Neri, presidente do Ipea, não poderia ter sido mais honesto - e corajoso - ao identificar com clareza o perfil das manifestações de junho. E as reações à fala dele, de que a periferia não está presente no piquenique cívico montado nas ruas, revelam muito do grau de manipulação envolvido com o tema.

Claro, não há porque negar à classe média o direito de pedir por um Brasil melhor e demonstrar sua insatisfação "com tudo isso que está aí". É como uma miss clamando pela paz mundial: todo mundo sabe que é um nado de superfície, mas não há razão para recriminar a intenção da moça. 

Mas o fato que "tudo isso que está aí" interessa a muita, muita gente mesmo. Antes de "tudo isso que está aí", os governos governavam para uma minoria exigente e centralizadora, herdeira direta dos maus modos da Casa-Grande. Na última década, as políticas de distribuição de renda calcadas em programas de assistência social modificaram a configuração da sociedade brasileira e conferiram ao País uma nova divisão interna, e não apenas baseada na cultura do consumo - embora isso tenha sido também muito importante.

Não se deve ignorar a força desse movimento que tomou as ruas, mas não deixa de ser óbvio que essas passeatas de reivindicações difusas dizem respeito quase que exclusivamente aos anseios e frustações da classe média, sobretudo essa mais triste e conservadora que sofre da doença infantil do antipetismo. 

Basta dar uma olhada no Facebook do perfil de muitos dos manifestantes que gritam na tag #ogiganteacordou. Quase sempre uma multidão de bem nascidos em plena euforia de adolescência cívica, sequiosa de participar das manifestações para dizer, lá na frente que, sim, eu fui, tenho até a camiseta. 

O apoio tardio da velha mídia e a adesão histérica de seus colunistas de plantão nos dá essa dimensão exata. Não tem nada a ver com inflação (6% ao ano, oh!) nem muito menos corrupção, que é uma falsa bandeira montada no mastro do moralismo de ocasião. No caso, foi hasteada para ser cavalo-de-guerra nas eleições de 2014, contra o PT, naturalmente, apontado pelo subcolunismo nacional como inventor da corrupção pátria. 

Só para lembrar: um levantamento feito, no ano passado, pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) revelou o Ranking da Corrupção no Brasil e o partido que ficou em primeiro lugar foi o DEM. Em seguida vieram o PMDB (segundo lugar) e PSDB (terceiro lugar). O PT ocupa a nona posição. 

A questão que está intrínseca na declaração de Marcelo Neri é a de que essa maioria silenciosa assim continuará, pela simples razão de que, apesar de maioria, viver na invisibilidade midiática desde sempre. Além disso, ela sabe que quando se manifesta as balas que lhe são dirigidas pela PM não são de borracha, mas de chumbo grosso. 

Essa questão de visibilidade, na verdade, um privilégio de classe, dá às manifestações o poder de agendamento, o que de fato ocorreu no governo do PT e no Congresso Nacional, onde autoridades e políticos apavorados correram para reformar a República antes de perderem as cabeças. Porque os políticos vivem, em sua maioria, dos votos dos pobres, mas têm medo mesmo é da classe média e dos ricos. E dos oligopólios de mídia, aos quais se submetem de forma tão rastejante como apartidária. 

No rastro desse desespero, transformaram a corrupção em crime hediondo, quando o fundamental - botar a mão nos corruptores - nunca aconteceu no Brasil. Basta lembrar que o banqueiro Daniel Dantas, condenado a 10 anos de prisão por subornar um delegado federal, simplesmente conseguiu anular a operação Satiagraha no Superior Tribunal de Justiça. 

Dantas está livre, certamente apoiando as manifestações, como também Luciano Huck, Regina Duarte, Angélica e, agora, a blogueira cubana Yoani Sánchez, musa da extrema-direita latino-americana e especialista do Instituto Millenium, a maior confraria de coxinhas do País.

Neri está correto. Não há negros nas ruas, assim como não os há (e nunca haverá, com ingressos tão caros) nos estádios milionários sobre o qual paira todo tipo de suspeita de superfaturamento e desvios de conduta e verba. Mas que andam lotados de gente branca e feliz, as mesmas que, paradoxalmente, encheram as ruas para, vejam vocês, para reclamar de "tudo isso que está aí".

Texto retirado do facebook :

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O JOIO, O TRIGO E A RAZÃO.

(JB)-A situação criada com as numerosas manifestações, no Brasil, nas últimas semanas, não se resolverá com a reunião realizada ontem em Brasília, da Presidente Dilma Roussef, com governadores e prefeitos de todo o país - embora o encontro seja um importante passo para atender às reivindicações dos que foram às ruas.
Seria fácil enfrentar a questão, se as pessoas que vêm bloqueando avenidas e rodovias - levantando cartazes com todo o tipo de queixas - fossem apenas multidão bem intencionada de brasileiros, lutando por um país melhor.
A Polícia Civil de Minas Gerais já descobriu que bandidos mascarados, provavelmente pagos, recrutados em outros estados, têm percorrido o país no rastro dos jogos da Copa das Confederações, provocando as forças de segurança, a fim de estabelecer o caos.
Mensagens oriundas de outros países, em inglês, já foram identificadas na internet, como parte da estratégia que deu origem às manifestações. 
É preciso separar o joio do trigo. Além do Movimento Passe Livre, com sua postulação clara e legítima, há cidadãos que ocupam as ruas, com suas famílias, para manifestar repúdio à PEC-37, que limita o poder do Ministério Público, ou para exigir melhoria na saúde e na educação.
E há outros que pedem a cabeça dos “políticos”, como se eles não tivessem sido legitimamente eleitos pelo voto dos brasileiros. Esses pregam a queda das instituições, atacam a polícia e depredam prédios públicos, provavelmente com o intuito de gerar material para os correspondentes e agências internacionais, e ajudar a desconstruir a imagem do país no exterior.
O aumento brusco do dólar, a queda nos investimentos internacionais, a diminuição do fluxo de turistas em eventos que estamos sediando, como a visita do Papa, a Copa e as Olimpíadas, não prejudicará só o Governo Federal, mas também as oposições, que governam alguns dos maiores estados e cidades do país, e dependem da economia para bem concluir os seus mandatos.
Os radicais antidemocráticos se infiltram, às centenas, no meio das manifestações e nas redes sociais, para pregar o ódio irrestrito à atividade política, aos partidos e aos homens públicos, e a queda das instituições republicanas. Eles não fazem distinção, posto que movidos pela estupidez, pelo ódio e pela ignorância, entre situação e oposição, entre esse ou aquele líder ou partido.
Eles apostam no caos que desejam. Querem ver o circo pegar fogo para, depois, se refestelarem com as cinzas. Não têm a menor preocupação com o futuro da Nação ou com o destino das pessoas a que incitam à violência agora. Agem como os grupos de assalto nazistas, ou os fascistas italianos, que atacavam a polícia e os partidos democráticos nas manifestações, para depois impor a ordem dos massacres, da tortura, dos campos de extermínio, dos assassinatos políticos, como o de Matteotti.
Acreditar que o que está ocorrendo hoje pode beneficiar a um ou ao outro lado do espectro político é ingenuidade. No meio do caminho, como mostra a História, pode surgir um aventureiro qualquer. Conhecemos outros “salvadores da pátria” que atacavam os “políticos”, e trouxeram a corrupção, o sangue, o luto, a miséria e o retrocesso ao mundo.
O encontro de ontem entre a Chefe de Estado, membros de seu governo e os governadores dos Estados é o primeiro passo em busca de um pacto de união nacional em defesa do regime democrático, republicano e federativo. A presidente propôs consultar a população e a convocação de nova assembléia constituinte a fim de discutir, a fundo, a reforma política, que poderá, conforme as circunstâncias, alterar as estruturas do Estado, sem prejudicar a sua natureza democrática.
É, assim, um entendimento que extrapola a mera questão administrativa - de resposta às reivindicações dos cidadãos honestos que marcham pelas ruas - para atingir o cerne da questão, que é política. Há outras formas de ação da cidadania a fim de manifestar suas idéias e obter as mudanças. A proposta popular de emenda constitucional, como no caso da Ficha Limpa. Cem mil pessoas que participam de uma manifestação, podem levantar 500 mil assinaturas em uma semana, a fim de levar ao Congresso uma proposta legislativa.
Não é preciso brincar com fogo para melhorar o país.

Texto retirado do Blog de : MAURO SANTAYANA

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES E CONTRADIÇÕES!

Manifestantes na Cidade de São Paulo (17-06-2013)
Falando em manifestações, me vem a memória a lembrança das greves dos professores nos últimos 20 anos no Estado de São Paulo. Alguém se importou com as greves dos professores nos 20 anos no Estado de São Paulo? Aquelas greves anuais onde os professores eram chamados de arruaceiros pela mídia e pelos eleitores paulistas? Será que nas manifestações irão defender os professores paulistas ou irão exigir que punam os professores arruaceiros? Agora muitos do que chamaram os professores de arruaceiros estão nas ruas sentindo como é a atuação da polícia militar!

Precisamos acabar com esse governo que só vive aumentando impostos! O que tem ocorrido ultimamente é o governo desonerando a folha de pagamento e retirando impostos de muitos produtos, como foi o caso da retirada dos impostos da Cesta Básica. Claro que a retirada dos impostos federais dos carros e da chamada linha branca (eletrodomésticos) é apenas para impulsionar o consumo (em termos ecológicos deixa muito a desejar). Foram eliminados os impostos incidentes sobre o consumo de óleo diesel destinados aos transporte urbano e ferroviário.

Muitos manifestantes estão pedindo para acabar com o Bolsa Família e argumentam que a mesma só serve de cabo eleitoral para eleger políticos corruptos e sustentar um bando de vagabundos! E quando se fala em Bolsa Família, as opiniões sobre os nordestinos não são das melhores! Alguns manifestantes mandaram essas mensagens informando que estão tentando mudar o Brasil em nome do povo. Será que eles consideram os milhões de beneficiados do Bolsa Família e os milhões de nordestinos,  povo ou vagabundos?

Quantas vezes fui chamado de petista, comunista e de está defendendo bandidos e outros adjetivos quando criticava atuação da Polícia Militar, principalmente nas periferias de São Paulo e Brasília! Quando critiquei a atuação da polícia, em pinheirinhos, encontrei muita gente defendendo a atuação do Polícia Militar (muitos ficaram no silêncio do anonimato). Só que agora a Polícia Militar está reprimindo as manifestações violentamente!!! Muitos desses estão nas atuais manifestações, será que se sentem bandidos ou se sentem defendendo bandidos?

Os manifestantes gritam palavra de ordem criticando os salários dos políticos que são exagerados (e são)!!! E os salários exagerados só existem no Poder Executivo e Legislativo? Ninguém vai contestar os salários do Poder Judiciário que são tão altos quanto dos outros poderes?

E o pessoal que vive cobrando defesa do índio por parte do Governo Federal? Conheço alguns que foram a favor de se derrubar o Museu do índio (Rio de Janeiro) para construção de estacionamentos! Sem falar que muitos acham que os índios deveriam ser expulsos da própria terra por não produzirem nada!!!! E agora?

Não existem partidos envolvidos nas manifestações

O que mais se houve é que as manifestações são anti partidárias. Isso é o que se ouve quando se questiona os manifestantes! O difícil é explicar as diversas bandeiras de partidos nas manifestações, principalmente na Cidade de São Paulo!

Precisamos tirar do governo esses comunistas!!! Para a oposição, que se dizem de direita, a Dilma Russef e o PT são comunista e para os partidos ditos de esquerda a Dilma é neoliberal!!! Sem falar que para esse pessoal, qualquer reivindicação em nome da população é coisa de comunista e fazem o que podem para as reivindicações sociais não avançarem.

Precisamos acabar com esse governo e tirar esse partido corrupto! Estão brigando para acabar com a corrupção ou querendo tirar um partido para colocar outro? Sem falar que tirar partido ou trocar os candidatos, a corrupção irá continuar, simplesmente por que o sistema é corrupto por si só. Ou se faz uma mudança estrutural no sistema ou a corrupção continuará independente de partido ou candidato!

OBSERVAÇÃO: não sou contra a participação de qualquer partido nas manifestações, mas é irônico a pessoa afirmar que não existem partidos nas manifestações com tantas bandeiras dos partidos desfilando no meio da multidão.

Reivindicações que estão ficando fora da pauta

Os manifestantes que estão querendo mudar o país em nome do povo e não estão se manifestando os seguintes itens:

Alguém viu algum manifestante ou algum grupo exigindo REFORMA AGRÁRIA? Estou falando manifestações a favor, por que manifestações contra o MST e a Reforma Agrária apareceram muitas!!! Você acredita que eles defendem a causa do MST? Esqueceu-se do pau que o MST levou da Globo e dos paulistas que em sua maioria é conservador? Quem vai bater no CUTRALE? Para alguns manifestantes o pessoal do MST são bandidos!!! E agora, o que pensam da Rede Globo?

E as manifestações em defesa do nosso petróleo? Nada? Tem de se levar em conta que entre os manifestantes existem muitos que são a favor das privatizações e pior, de preferência que as empresas privatizadas sejam entregues a multinacionais. Lembrar que a Petrobras (empresa brasileira) está impedida, pela justiça, de participar dos atuais leilões do petróleo!!!!

Você acha que o serviço de telefonia está uma maravilha? Cadê as cobranças por melhoria no sistema telefônico de nossas operadoras? Segundo o Procon, as operadoras são as empresas campeãs em queixas e recordistas em processos em pequenas causas!!!! Não vi nenhum manifestante se pronunciando sobre esse assunto!!!

O que mais eu ouço é reclamações sobre o nosso sistema de comunicação televisivo que é altamente concentrado  e é quase que um monopólio. Nessas manifestações, as redes de TVs (principalmente a Rede Globo), passaram a mostrar somente as ações violentas dos manifestantes. E as reivindicações não vão mostrar? Não vão mostrar quem são os grupos participantes e o que cada grupo reivindica? Se estamos em um sistema democrático, os meios de comunicação tem de dá voz a todos e não somente a alguns e mostrar as reivindicações de todos os setores do sociedade e não somente o que os donos dos meios de comunicação querem!