domingo, 20 de novembro de 2011

Por que o Fantástico denuncia corrupção no Governo todo domingo

Existem 2 grandes correntes que discursam sobre a formação do Estado brasileiro(por que o Brasil é o que é hoje?). Uma delas começa com Tavares Bastos e termina no sociólogo Fernando Henrique Cardoso, um dos nossos ex-presidentes. Essa corrente defende um Estado mínimo e apregoa que o espírito público se desenvolverá quando o sujeito for deixado por si só, ou seja, quando ele aprender a cuidar de seu interesse privado "se virando"; este sujeito verá mais tarde que, ao cuidar também do interesse público, seu interesse privado estará protegido.

O resumidíssimo parágrafo acima serve pra explicar o que o programa Fantástico, da rede Globo, faz todo domingo à noite. Assistimos a escândalos de corrupção - e saúde é a bola da vez. Problemas também de segurança, educação.

O desavisado telespectador pode acreditar na boa vontade do programa em querer que você vote melhor nas próximas eleições; que você fiscalize o Governo pra que ele cumpra suas obrigações e, enfim, tenhamos um Estado forte.

Nada poderia estar mais equivocado.

Onde está o outro pólo da corrupção? "O Governo é corrupto; foi corrompido!", ok. Quem o corrompeu? Quantas vezes você, caro leitor, assistiu a algum escândalo entre empresas privadas? Quantos donos de empresa são presos? Como funcionam as empresas privadas no Brasil?

A ideia do Fantástico - o qual está a serviço do grande capital - é um Estado mínimo, mostrando ao telespectador as mazelas do Governo e o fantástico mundo de Bob que é a esfera privada.

O Brasil será melhor não quando o Governo cumprir suas obrigações, o povo fiscalizá-lo ou votarmos melhor. Não. Para o Fantástico, o Brasil ideal é o Brasil privado.

O Brasil do Estado mínimo.

Raoni Tenório

TEXTO RETIRADO NESTE ENDEREÇO:http://presoporfora.blogspot.com/2011/10/por-que-o-fantastico-denuncia-corrupcao.html

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bye, bye, Senhor Mercado



Desde o início de outubro, o Senhor Mercado intensificou as críticas por meio de seus porta-vozes na mídia: tenta desmoralizar o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a condução da política monetária. Critica o Governo, por governar, e a Presidente Dilma, por orientar as decisões do BC.
João Sicsu


O Banco Central elevou de janeiro a julho por cinco vezes consecutivas a taxa de juros básica da economia, a taxa Selic. Em julho, atingiu 12,5%. Nas duas últimas reuniões houve redução de 0,5% em cada uma delas. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central será no final do mês. O Senhor Mercado está cabisbaixo, mas mantém a sua postura crítica. Suplica internamente: “chega de baixar juros”.

De janeiro a julho as críticas do Senhor Mercado às decisões do Banco Central eram brandas. Pedia mais da “ração de todos os dias”: queria maiores elevações da taxa Selic. Desde o início de outubro, o Senhor Mercado intensificou as críticas: tenta desmoralizar o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e a condução da política monetária. Critica o Governo, por governar, e a Presidente Dilma, por orientar as decisões do Banco Central. 

Mas, quem é esse Senhor Mercado? Quais são seus métodos? Ele tem aliados?

O Senhor Mercado não é o espaço físico onde mercadorias e ativos são negociados. É um espaço abstrato onde se encontram um amplo leque de interesses privados que tem como principal objetivo maximizar a rentabilidade e a segurança de ativos financeiros. 

O Senhor Mercado tem fortes conexões com economistas acadêmicos. Patrocina pesquisas “científicas” (quem viu o filme Inside Job soube como surgiram estudos mostrando a solidez do sistema financeiro da Islândia, que “virou pó” poucos meses após a publicação das pesquisas “científicas e neutras”). O Senhor Mercado tem sólidas ligações com veículos de comunicação. Patrocina tais veículos através de anúncios, publicação de balanços e com outros mecanismos que somente as partes conhecem. 

O Senhor Mercado, sentado sobre trilhões de dólares, com pesquisas “científicas” numa mão e com veículos de comunicação na outra, faz os malabarismos necessários. Cria um mundo imaginário para influir sobre o mundo real, cria um “circo de fantasias”. Para o Senhor Mercado, não importam os meios, importa o fim. Até consultas democráticas, como plebiscitos, podem ser rejeitados se ameaçam seu objetivo maior.

As colunas e matérias de jornais falam, por exemplo, que o Banco Central tomou tal decisão “contrariando as expectativas” do Senhor Mercado. E, por vezes, escrevem: “importantes analistas de mercado têm posição contrária ao governo”. Somente leitores desatentos, e são muitos, levam a sério periódicos que possuem tais conteúdos.

O Senhor Mercado tem uma base de articulação política e de apoio social que é muito fraca no Brasil e no mundo. Contudo, governantes não devem -e não conseguem - ignorar o Senhor Mercado. Afinal, ele tem alguma representação política e muito poder midiático. O Senhor Mercado faz barulho, faz muito barulho e barulho incomoda. São inúmeras colunas, editoriais, comentários nas rádios e TVs e matérias com intrigas intra-governamentais. E tudo é reproduzido e amplificado nos diversos instrumentos da internet. 

O “circo de fantasias” atinge somente um grupo social reduzido da classe média e das elites e, algumas vezes, “respinga bordões” em toda a sociedade, mas com intensidade diferenciada. O barulho que vem do “circo de fantasias” do Senhor Mercado atinge, também, os ouvidos de um segmento muito especial: parte dos próprios governantes e de sua base parlamentar e social de apoio. 

Dependendo do tema, o barulho é maior ou menor. O tema do gasto público de má qualidade, por exemplo, tem penetração mais ampla. O tema da redução da taxa de juros tem audiência reduzida, mas é transformado em tema da esfera política (interferência política no Banco Central) para ampliar sua repercussão na sociedade. Também é transformado em recrudescimento da inflação para aumentar ainda mais a audiência.

O presidente Lula foi um mestre. Desdenhava o Senhor Mercado quando interessava e se comunicava diretamente com amplos setores da sociedade. Na crise de 2008/2009 deu aula. Mas, o mais importante efeito sobre o governo das atitudes do Senhor Mercado é quando seu barulho impressiona o próprio governante tomador de decisão e sua base aliada. 

A nova arte da política de governar, pelo menos no Brasil, não está relacionada com disputas com a oposição. A oposição está perdida, definha e parte dela tenta se credenciar como base fisiológica de apoio. A nova arte da política de governar é a arte de driblar o Senhor Mercado: contra a truculência do zagueiro utilizar a inteligência e a habilidade do atacante. Driblar significa simplesmente governar, governar e governar – e saber absorver com tranqüilidade o barulho que vem da única oposição, o Senhor Mercado.

Ao governo, basta um pouco de ousadia para atacar com inteligência e habilidade. Afinal, o Senhor Mercado está desmoralizado. Sua principal tese, apregoada nos últimos vinte anos, “deu com os burros n’água”: a desregulamentação financeira aumentaria a eficiência dos mercados. 

Contudo, a desregulamentação foi a causa básica da crise financeira internacional de 2007/2009. Outros mandamentos do Senhor Mercado, tais como um rígido regime de metas de inflação (aos moldes do Banco da Nova Zelânida temperado com o humor do BundesBank), o regime de câmbio com flutuação pura (sempre elogiado pelo ex-presidente do Banco Central, H.Meireles), entre tantas outras recomendações, também já mostraram a sua inadequação à realidade.

É hora de driblar o Senhor Mercado com alguma facilidade. Mas, a crise internacional abre a oportunidade de desmoralizá-lo ainda mais. Não é hora de dar ouvidos para um Senhor que perdeu a voz. Portanto, é hora de reduzir ainda mais a taxa de juros, mas isto é pouco para um momento tão favorável. 

É hora de promover mudanças estruturais. A crise internacional enfraquece também o Senhor Mercado brasileiro que, mesmo sem autoridade intelectual e política, continua criticando a Presidente Dilma, suas atitudes, o presidente Tombini e a condução da política monetária. Infelizmente, alguns governantes não perceberam como é favorável o momento e ainda fazem muitas concessões ao Senhor Mercado utilizando a justificativa de que é necessário “administrar expectativas”.

É hora de muito mais, baixar a taxa de juros é pouco. É hora de uma consolidação do modelo macroeconômico: reduzir juros e ampliar os gastos com infraestrutura, saúde, educação e moradia popular; aprofundar a flexibilização do regime de metas de inflação, estabelecer controles permanentes sobre a entrada de capitais; desindexar a remuneração dos títulos públicos da taxa Selic; consolidar a política de ciência e tecnologia em curso; criar instrumentos variados de defesa da indústria; estabelecer regras de remessas de lucros que beneficiem a indústria doméstica. É hora do desenvolvimento! Bye, bye, Senhor Atraso.


(*) Professor-Doutor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Matéria copilada do site: http://www.cartamaior.com.br

terça-feira, 15 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O cancêr do ódio...

O cancêr do ódio e um imposto sobre fortunas para financiar a saúde


Já li alguns bons artigos acerca da babaquice desse grupo de urubus e desclassificados que estão infestando a rede com pregações de ódio e desejos de morte à Lula. Entre os argumentos estapafúrdios, um desponta como principal, o de que Lula deveria se tratar num hospital do SUS, onde certamente m0rreria nas filas. Evidente que esse tipo de argumentação tem classe social. É de gente que não quer pagar um centavo de imposto para que o Sistema Único de Saúde melhore e que se indigna contra o “absurrrrrdo do Bolsa Família”.
Essa gente estúpida veio ao borbotões a este blogue neste últimos dias postar frases nojentas contra Lula. Enviei sem dó esses comentários para a lixeira. E faria o mesmo se o alvo fosse FHC ou José Serra. Em outros blogues tão nojentos quanto esse povo, esse argumentos pululam.
A assessoria do ministério da Saúde, me enviou alguns dados sobre o tratamento de oncologia no SUS, que aliás, é quem costuma tratar de todas as doenças de alta complexidade, coisa que essa gente preconceituosa desconhece. Mesmo quando eles pagam caríssimos planos privados, quando a doença é complicada e cara, quem banca o tratamento é o tal do SUS. Da mesma forma que são equipes de emergência do SUS que vão ao socorro deles e dos seus filinhos mimados quando em rachas de automóveis ou embriagados cometem acidentes horrorosos e criminosos.

Mais como qualquer debate não deve ser feito apenas no gogó, seguem alguns dados acerca de tratamentos de cancêr pelo SUS.
Nos últimos 12 anos, os gastos federais com assistência oncológica no país triplicaram, passando de R$ 470,5 milhões (em 1999) para cerca de R$ 1,8 bilhão (em 2010). Em 2011 o investimento ai ser de R$ 2,2 bilhões para o setor. Este aumento de recursos serviu para ampliar e melhorar a assistência aos pacientes atendidos nos hospitais públicos e privados que compõe o SUS, sobretudo para os tipos de câncer mais frequentes, como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda.
Em relação a quantidade de frequências de procedimentos oncológicos oferecidos aos pacientes do SUS, isso aumentou em 41% desde que Lula assumiu o governo. Eram 19,7 milhões, em 2003 neste ano a previsão de procedimentos é de 27,8 milhões.
Nas cirurgias oncológicas o aumento foi de 40%, passando de 67 mil (2003) para 94 mil (estimativa 2011). Neste período, o número de procedimentos quimioterápicos dobrou – passou de 1,2 milhão (2003) para 2,4 milhões (2011/estimativa).
Há muitos outros números que serão esmiuçados numa matéria da edição de dezembro da Revista Fórum sobre o SUS. É evidente que ele pode melhorar. Mas se o SUS não está melhor a responsabilidade é da elite brasileira que fez uma campanha mentirosa para acabar com a CPMF de 0,25% para saúde, alegando que isso era danoso para a economia.
Este é o momento certo para dar uma resposta de alto nível a essa gente sem níve que quer a morte de Lula. Em sua homenagem os movimentos sociais e populares deveriam se lançar numa campanha popular pela criação de um imposto para a grandes fortunas com um único objetivo, financiar a sáude. Segundo o presidente da CUT, Arthur Henriques, em recente artigo, cobrando 1,5% de alíquota média anual sobre patrimônios que ultrapassassem 8.000 salários mínimos o país teria 30 bilhões de reais por ano para a saúde. Dinheiro considerado suficiente para darmos um salto de qualidade na área.
Por que não se lançar agora numa campanha para aprovar uma lei com esse caráter agora?
Matéria copilada do site:http://www.revistaforum.com.br

Matéria replicada neste endereço:

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os Apologistas da Globalização


Para compreendermos o ciclo de mudanças de fundo operadas na vida socioeconômica contemporânea com a globalização, é necessário enfatizar a importância da nova ideologia do grande capital como instrumento especial de consolidação de sua hegemonia mundial. Nenhum sistema se sustenta se não estrutura um corpo de idéias que o justifique e o viabilize social e politicamente. Neste sentido, o grande capital, diante da falta de uma ideologia para o mundo globalizado preferiu retornar ao estatuto ideológico do século 18, buscando adaptá-lo às novas condições de economia globalizada. Por isso o prefixo neo(novo) acrescentado da velha ideologia liberal.

domingo, 23 de outubro de 2011

A ONG SUSPEITA!!!


O programa Fantástico, da Rede Globo, fez uma matéria e levantou suspeitas contra a ONG "Pra Frente Brasil" (pertencente a ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues). Esta ONG atua 18 cidades e apenas uma é do PC do B, algumas do PSDB, PPS e até DEM) e atende 18.000 alunos como meta. 

Mas, a Rede globo também é proprietária da Fundação Roberto Marinho que recebeu R$17 milhões, do Ministério do Turismo, para treinar 80 mil pessoas no dioma Inglês e Espanhol e parece que treinou alguns gatos pingados. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aeroportuários dizem NÃO a privatização


Uma luta na agenda de todos os trabalhadores...Informe-se, este é um movimento político de enorme significado frente aos mais legítimos interesses do trabalhador brasileiro. Coloca no foco da luta política o tipo de Estado que queremos.


TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:
http://alexprado33.blogspot.com/2011/10/aeroportuarios-dizem-nao-privatizacao.html

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PALAVRAS VAZIAS


Na semana passada, pretendi colocar em discussão o uso indevido da palavra “democracia”, vocábulo que nos é muito caro, mas que vem sendo abastardado pela sua pretensa identificação semântica com“capitalismo” ou “liberalismo” .

Será que realmente estamos em uma democracia só porque vivemos debaixo de um sistema que garanta a livre expressão?

Se o que nos cerca são desigualdades históricas, crônicas, onde a fome e a miséria estão presentes, essa é , realmente, uma “democracia”?

Algumas outras expressões consagradas, no campo da política ou da economia, sempre me incomodaram.

Lembro que, quando jovem, o pessoal da direita se referia aos exploradores – aí entendidos os latifundiários, os coronéis do açúcar, os grandes capitalistas, etc – como a “classe produtora”, desprezando totalmente, no processo de produção da riqueza nacional, os trabalhadores do campo e da cidade, numa demonstração clara, pela seleção vocabular, de segregação social.
Hoje esse termo é menos usado, mas encontra um certo substituto na palavra “empreendedor”, que parece querer referir-se tão somente aos que, detendo o capital, podem criar empresas.

Outra palavra que não me cai bem aos ouvidos, pela generalização com que hoje é empregada, é o termo “consumidor”.
Parece que se está extinguindo o “cidadão”, palavra que remete a todos os direitos e deveres do ser humano em uma sociedade democrática, trocada por esse vocábulo que revela claramente a essência de uma economia “de mercado”, na qual as pessoas valem pelo que possuem ou podem possuir e só nessa condição devem agir.

Aliás, a palavra “mercado” também é incomodativa, porque ocupa, hoje, destaque equivalente ao dos magos e demiurgos de antigamente, quase um deus a comandar o espetáculo da desigualdade social.
Quando ouço declarações de que “o mercado está nervoso”, confesso que eu é que fico, diante desse disparate metonímico.
Nem vou dizer aqui, ainda no plano da economia, o que penso da “lei da oferta e da procura”, pois certamente seria trucidado verbalmente pelo pessoal do economês.

Mas sempre me pareceu estranho que, havendo maior procura por um bem, este tenha que ter seu valor aumentado: é o mesmo bem, sua produção demandou o mesmo custo, mas ele passa a “valer mais” porque há mais gente que o tem como objetivo.
Confortável para quem produz, não? Mas e o outro lado, como é que fica? Fica pagando mais...

Na relação de palavras ou conjunto de palavras que me parecem exotéricas, está a expressão “segredo de Estado”.

Afinal, que é o Estado, quem é o Estado?

Em boa hora, em episódio recente, o Governo parece que acabou entendendo que não poderia declinar da divulgação dos fatos da história brasileira , para o conhecimento geral do povo.

Sei que certas recalcitrâncias se fazem ainda em nome de uma malfadada “governabilidade”, mais uma palavra perversa que coloca certos políticos ou grupos em condição de, velada ou escancaradamente, chantagear o Governo, condicionando seu apoio a medidas sérias em troca de decisões não tão sérias, como, por exemplo, a de condenar ao silêncio fatos significativos de nossa história.

É coisa petrificada na política nacional: nenhum partido governa sem o PMDB, essa aberração política que pode estar á esquerda ou à direita, desde que atendidas suas conveniências de desfrute do poder.

E a esse processo de submissão se dá o nome de“governabilidade”...

No campo da política, e em outros, a mídia usa e abusa de uma palavra que me causa espécie: “o especialista”.

Você pode apostar que, quando a mídia tem interesse em disseminar tal ou qual opinião, sempre há de mencionar um “especialista” que, ouvido, diz exatamente o que se pretende que ele diga. Trata-se de especialistas por conveniência...

O que me lembra Darcy Ribeiro, que, ao falar sobre especialistas, dizia que há pessoas que, quanto mais se aprofundam no saber do que sabem, mais ignorante ficam no resto.

Estava no meio desta coluna quando ouvi alguém falar na tal de“falta de vontade política”, para justificar a ausência de uma atitude por parte de um determinado governo.

Ora, quando qualquer governo não faz alguma coisa é porque não quer fazer , ou porque não acredita naquilo, ou porque pretende outra coisa.

Sendo assim, “vontade política de não fazer” seria uma expressão melhor... Fazendo aqui uma autocrítica, porque eu mesmo já usei muitas vezes essa expressão, cá para nós, “vontade política” é eufemismo vazio, tão vazio quanto a palavra “atitude”, impiedosamente usada hoje por cronistas esportivos para mostrar que o atleta X ou Y deve agir no sentido W ou Z...

O que você acha da expressão “clamor da opinião pública”, quando utilizada pela mídia a serviço de seus objetivos nem sempre confessados?

A “opinião pública” é , quase sempre, a opinião que se publica, ou seja, a opinião que segue a linha político-ideológica do órgão midiático que a apregoa.

Seguimos , assim, nesse cotidiano repleto de palavras vazias, ou enganosas, ou falsas. E este texto não tem o propósito ou a pretensão de vê-las banidas, que essa é uma luta inglória, mas quer propor, pelo menos, um convite ao enfrentamento.

Afinal, em outro contexto, Drummond já havia afirmado: “Lutar com as palavras é a luta mais vã. No entanto, lutamos”.



Sobre o autor deste artigo



Rodolpho Motta Lima



Advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro.
Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado .

FONTE:  DIRETO DA REDAÇÃO  

e replicado em