
Texto adaptado do livro : Geografia da América de Melhem Adas (Editora Moderna) e editado (atualizado) por Antônio Carlos Vieira.
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"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." Luther King_______
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A polícia teve que ir pra rua, por causa do protesto dos taxistas: " ah, só na Inglaterra..." |
No: O Carcará
No dia 15 de junho, há pouco mais de um mês, o desembargador Tourinho Neto publicou uma sentença que quase colocou o contraventor Carlos Cachoeira em liberdade. “Os jogos de azar não constituem crime, e sim contravenção, um ilícito menor”, escreveu o juiz. “A prática é largamente aceita pela sociedade em geral, ainda que seja ilegal”, pontuou. Se dependesse de Tourinho Neto, não só Cachoeira estaria em liberdade, como os grampos da Operação Monte Carlo teriam sido invalidados. Cachoeira só continuou preso porque outra operação da Polícia Federal, a Saint-Michel, impedia sua libertação.
Depois disso, Andressa Morais, esposa do contraventor, concedeu entrevistas comparando seu marido a um “preso político”. Disse ainda que, por não ter cometido crime hediondo, ele já deveria estar em liberdade. Não deu certo. E há até rumores de que Cachoeira tenha escrito uma carta direta ao STF, sugerindo uma liberdade vigiada, com uma tornozeleira eletrônica.
Ocorre que a Operação Monte Carlo, a cada dia, assume ares sombrios. Responsável direto por sua prisão, o juiz Paulo Augusto Moreira Leite pediu afastamento do caso, relatando preocupação com a sua família. Depois disso, a procuradora Léa Batista, que conduziu o caso pelo Ministério Público, recebeu ameaças de um cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio, que foi preso. Agora, nesta semana, o policial Wilton Tapajós Macedo, que investigou a quadrilha, foi assassinado em Brasília. Se isso não bastasse, outro delegado que atuou em Goiás, Hylo Marques Pereira, está desaparecido.
Ainda que seja precipitado ligar a morte de Wilton Tapajós à Operação Monte Carlo, o quadro que vai se formando é preocupante. “Não estamos diante de contraventores menores, mas do crime organizado que ameaça o Estado”, tem dito o senador Pedro Taques (PDT-MT), uma das principais vozes da CPI. Ele tem razão. O jogo é muito mais do que um ilícito menor, como definiu o desembargador Tourinho Neto. E o risco que se deve evitar é o de mexicanização do País.
O coronel Paulo Telhada, ex-comandante da Rota e candidato a vereador em São Paulo pelo PSDB, está utilizando sua página no Facebook para incitar a violência.
Dentre as postagens, Telhada comemora os assassinatos praticados por policiais da Rota e trata suspeitos por vagabundos. Na última polêmica em que se envolveu, incitou seus seguidores na rede a enviar e-mails e a telefonar para redação do jornal Folha de São Paulo pedindo a demissão do jornalista André Caramante, que publicou matéria que o deixou furioso.
Em sua página, o coronel defende abertamente o golpe militar e afirma que a esquerda queria implantar uma ditadura no país. Telhada também aproveita o espaço para tecer elogios ao secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, e ao ex-governador e atual candidato à Prefeitura paulistana pelo PSDB, José Serra, que, segundo ele, foram os responsáveis por sua ida para o comando da Rota.
Enquanto a CPI dos Incêndios em favelas de São Paulo se arrasta a passos de tartaruga, com apenas duas das cinco audiências realizadas, mais um incêndio, “coincidentemente” numa favela de São Paulo, desta vez na Zona Sul acontece deixando um rastro de destruição e mortes.
Três crianças e um adolescente morreram, no começo da tarde de sexta (13), em um incêndio na Favela Diogo Ramires, na altura do número 500 da avenida Yervant Kissajikian, no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio teve início por volta das 13h15. O fogo foi extinto às 14h30 pelos dez carros da corporação enviados ao local.
De acordo com a Defesa Civil, o incêndio atingiu cinco barracos e dois ficaram totalmente destruídos. A subprefeitura de Santo Amaro, por outro lado, informou que, até o momento, 16 pessoas estão desabrigadas por conta do incêndio. A subprefeitura ainda não sabe informar quantas pessoas moram na favela.
Equipes da Defesa Civil, da Subprefeitura de Santo Amaro, da polícia e do Corpo de Bombeiros fazem uma vistoria no local.
Visto que o higienista prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab tem fortes interesses imobiliários, e o grande número de incêndios em favelas que estão para ser desapropriadas, seria de bom tom que a CPI dos incêndios andasse mais rápido. E também que os paulistanos refletissem melhor antes de votar e manter essa corja que vem governando São Paulo nos últimos anos. (Leia-se José Serra, o mentiroso).