sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dilma e o porto em Cuba: a diferença entre jornalismo e discurso panfletário

Do Escrevinhador

O Porto de Mariel, construído em Cuba em parceria com o Brasil, gerou polêmica nos últimos dias. O BNDES investiu US$ 802 milhões para o porto. Mais US$ 290 milhões serão destinados para a zona especial de desenvolvimento de Mariel.

A comentarista Rachel Sheherazade, apresentadora e comentarista do Jornal do SBT, fez duras críticas aos investimentos do governo. Jornalista brilhante, especialista em todos os assuntos, fez um comentário dura: “Parece que está sobrando dinheiro no Brasil, porque não tem limite a generosidade do governo com os estrangeiros”.

No final do comentário, a especialista em comércio internacional pergunta: “Por que financiar um porto em Cuba quando se os nossos portos estão sucateados e abandonadas?”

Heródoto Barbeiro, apresentador do Jornal da Record News, mais humilde, abriu mão de fazer comentários conclusivos e convidou para o programa um diretor da Fiesp, Thomaz Zanotto, para saber a opinião dos industriais.

Apesar de não serem tão sábios como a comentarista do SBT, os industriais têm interesses econômicos concretos e podem tecer avaliações sobre o assunto… O diretor da Fiesp destacou que, o porto foi construído por empresas brasileiras, que forneceram também 80% dos materiais e equipamentos envolvidos na obra.

“Existe um interesse estratégico. O Brasil é um país sul-americano e tem bastante inserção na região. A inserção econômica do Brasil no Caribe ainda é pequena e pode melhor muito. E o porto é uma oportunidades para isso”, disse.

A sábia apresentadora do SBT, com seu discurso ideológico, precisa ter cuidado, para não passar a imagem de que é boneco de ventríloquo dos blogueiros “fofos” da Veja…

Heródoto Barbeiro, por sua vez, fez jornalismo e entrevistou um diretor da Fiesp, que apresentou informações relevantes sobre as vantagens para as empresas do Brasil investirem no porto.

Abaixo, veja os vídeos:




Texto original no ESCREVINHADOR

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

MOBILIDADE URBANA, IMÓVEL! (IX)

Controle de trânsito

É comum surgirem acidentes de trânsito e como as avenidas são comumente estreitas, se provoca um congestionamento e tem o problema de eventos em horários comerciais que provocam maior volume de carros. Para se evitar que o trânsito fique mais congestionado, criasse uma equipe de controle de trânsito encarregada de informar as avenidas com esses problemas e as prováveis rotas mais rápidas.

Em caso de acidentes é comum se enviar uma equipe de fiscais do trânsito para controlar o fluxo no local do acidentes. Se a equipe se posicionasse no incio dos quarteirões informando rotas alternativas seria o mais correto. Claro que teria que ter uma equipe de controle de trânsito onde seria informado imediatamente as rotas alternativas existentes no local.

Algumas cidades já contam com equipes especificas para esse serviço. É muito comum acontecerem congestionamentos e as pessoas continuarem se dirigindo as vias com esses problemas quando uma orientação por parte desta equipe colocaria o fluxo do trânsito para vias alternativas.

Falta de sinalização adequada em locais de muito movimento de pedestres e automóveis

É muito comum nas cidades, onde o comercio é intenso, ocorrerem congestionamentos simplesmente pela fala de alguma sinalização. Existem certas ruas, comerciais onde o pedestres e carros costumam disputar a passagem e onde um simples sinal ordenaria a passagem de ambos ganhando tempo e com menos risco de acidentes
Esse cruzamento é um dos mais movimentados da cidade de Aracaju-SE (bem no centro comercial). Não existe sinal eletrônico para controle dos carros particulares, ônibus, pedestres e as vezes a  disputa entre ambos provocam acidentes. Os congestionamentos são  constantes!
Em alguns locais a disputa pela preferência da passagem ocorre entre ciclistas e motoristas. Mas como o ciclismo ainda é visto como uma pratica esportiva e de lazer não se sinaliza esses locais adequadamente o que pode ocorrer acidentes.

Construção de calçadas tecnicamente padronizadas levando em consideração a locomoção dos pedestres.

Mesmo nos tempos atuais é perceptível que os novos loteamentos, com as respectivas ruas, são construídos visando apenas a moradia e a circulação de veículos. As calçadas continuam sendo estreitas ao ponto, em muitos casos, dos pedestres terem de transitar pela rua e sem falar dos chamados puxadinhos!!!

É comum as pessoas construírem, as calçadas, de acordo com a preferência própria e acabam criando desníveis, na calçada, de uma casa para outra. Tem o caso de alguns moradores construírem rampas em frente as garagens e na calçada, Isso dificulta o tráfego de pessoas e em grande parte obriga os cadeirantes e deficientes visuais a transitarem pelo meio da rua!!

Essas rampas construídas em calçadas, em alguns caos, apresentam desníveis tal elevados que obrigam as pessoas, até as que aparentam não ter nenhum problema físico aparente, transitarem pelo meio da rua.
Quanto mais o bairro, tiver os imóveis valorizados, mais as pessoas (imobiliárias) procuram ocupar os terrenos ao máximo e deixando pouco espaço para pedestres (calçadas estreitas), veículos (ruas com duas vias sem pista de ciclismo e acostamento) e sem vegetação (grande maioria das cidades tem poucas praças).

O fato de pessoas terem de circular pelas ruas, em vez das calçadas, dificultam o trânsito, provocam engarrafamento e em locais muitos estreitos fazem aumentar a incidência de acidentes.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

POR QUE A CLASSE MÉRDIA ODEIA O BRASIL?

Escrito por Bruno Oliveira no sexta-feira, 10 de janeiro de 2014 | 15:03

Antes que me acusem de ufanista, defensor de algum patriotismo cafona, já adianto de antemão que não acho o nosso país uma maravilha, nem concordo com muitas coisas que por aí estão. Também não sou xenófobo, curto cultura estrangeira tanto quanto a nossa, e não acho que ser brasileiro me torna melhor ou pior do que ninguém.

Mas se tem algo que me incomoda é como, principalmente elementos da “classe mérdia” (com R mesmo pra não confundir com quem é de classe média e não merece ser generalizado com esses tipinhos), não só crêem que vivemos no “pior país do mundo”, como estão sempre a se referir a todo e qualquer problema como se sua raiz fosse o fato de aqui ser Brasil, e nós sermos brasileiros.

Tem corrupção? “É a porra do Brasil”. Tem impunidade? “Só podia ser Brasil mesmo”. Educação de péssima qualidade? “Coisa do Bostil”. Tem Feriado? “Brasileiro é tudo vagabundo mesmo”. Tem Carnaval? “É por isso que o Brasil não vai pra frente”. Não ganhamos a copa? “País de incompetentes”. Ganhamos a copa? “Compraram o título, cambada de corrupto”.

É certo que nosso país tem problemas, mas daí achar que o resto do planeta é um paraíso, principalmente quando falamos da Europa, é típico daquele ditado “a grama do vizinho é mais verde”. Hoje com a internet e mecanismos de pesquisa, descobrimos em rankings decentes que já estivemos pior, e que (pasmem!) em determinadas situações há dezenas de países piores do que o nosso em várias áreas. Isso não é uma desculpa pra se justificar os nossos problemas, mas sim uma amostra que estamos longe de ser o “pior país do mundo”, como tantos querem crer por aí.

Uma das grandes perguntas que me faço é porque, se aqui é tão ruim, os incomodados não vão embora de uma vez? Sim, eu sei que isso pode parecer muito “Ame-ou ou Deixe-o”, jargão da ditadura militar, mas naquela época o exílio era a única opção pra escapar da morte certa. Hoje em dia qualquer um pode ficar ou partir conforme sua vontade. E se aqui está tão ruim, e nunca vai melhorar, porque “o brasileiro é o pior povo do mundo”, então por que ficar? Todos os demais países não são melhores?

“Ah eu quero lutar para melhorar as coisas aqui”, alguns podem dizer. Então VALE A PENA LUTAR pelas coisas aqui, hein? Então isso não pode ser uma bosta tão grande se você acha que merece melhorar. Se é assim, qual o sentido de dizer que tudo aqui é uma bosta, se você realmente ama esse país e quer viver nele? Não faz o menor sentido.
 
Talvez toda a confusão seja que algumas pessoas não conseguem separar o conceito de país de governo. Pra alguns, é a mesma coisa. Como se algum partido ou governo pudessem representar o que é um país. Essa é uma diferença essencial com os norte-americanos, por exemplo, que são muito patriotas e não confundem essas coisas. Os reaças americanos podem odiar o Obama, e 50% da população falar mal do seu governo, mas você não os verá falando mal dos Estados Unidos. Mesmo no que sua pátria está errada, em atacar e explorar outros povos, eles se justificam, eles acreditam no seu “destino manifesto” enquanto nação.

Aqui, o que temos é o velho “complexo de vira-lata”, o brasileiro parece que se odeia (meus amigos estrangeiros vivem comentando isso comigo, eles acham muito estranho). Isso não é um assunto novo. Já ouço falar desse complexo desde criancinha, lá nos anos 80. A classe mérdia não odeia nosso país de hoje, não é algo necessariamente ligado ao seu desprezo pelo atual governo. É algo de profundas raízes históricas e culturais.

Usando novamente os EUA como exemplo, os colonos que iam para lá muitas vezes era gente perseguida, principalmente por causa da sua prática religiosa na Grã Bretanha. Eles iam para as colônias já sabendo que iriam viver lá pelo resto das suas vidas, sem quaisquer planos de voltar. Estavam indo com claros projetos de construir uma nova nação. Não por acaso embora a colonização tenha sido tardia, só começado em meados do século XVII, no século XVIII já declaravam sua independência.

Já para o Brasil, os colonos portugueses vinham para cá com claros projetos de enriquecer. Ganhar dinheiro com o pau-brasil, depois com a cana de açúcar, depois com o ouro, e se mandar para casa, para a metrópole, para a Europa onde era lugar de gente civilizada. Os colonos portugueses odiavam tudo por aqui, o clima, os índios, a cultura local, a falta de civilização, enfim, eles não conseguiam ver aqui como um país.

O problema é que a maioria desses incompetentes não conseguia. Eles ficavam por aqui, e passavam para os seus filhos, e os filhos dos seus filhos, o sonho de um dia enriquecer e finalmente voltar para a Metrópole. O Brasil, este sempre foi uma porcaria, um lugar para se trabalhar e ganhar o que desse, mas não para viver. Assim, os filhos dos abastados estudavam na Europa, quando casavam passavam lua de mel na Europa, e quando se aposentassem, iam passear pela Europa.

Mudam-se os tempos, e os destinos hoje são mais amplos, incluindo Miami. Mas o sentimento é o mesmo. Continuam a detestar o clima, o povo, os hábitos, a cultura local. Eles continuam não se sentindo brasileiros. No seu íntimo, o grande sonho é ainda deixar esse lugar, ou que ele fosse adotado como uma colônia extra-oficial de alguma metrópole utopicamente perfeita dentro da sua concepção, no caso, muitas vezes os EUA.

Mas assim como seus antepassados, a classe mérdia não consegue enriquecer fora daqui. E por isso não vai embora, só fica a nos azucrinar em como esse país é ruim, como esse povo é ruim, como o problema é ser Brasil e ser brasileiro. E os seus filhos e filhos dos seus filhos, aprendem essa lição, direto da família, ou da mídia que foi construída por eles, para não nos deixar esquecer essa lição.

Claro que esse sentimento parece muito pior nos últimos tempos. Por duas coisas: a primeira é que a grande mídia, que antes era alinhada com o governo central, colocava panos quentes nos problemas nacionais. Afinal descontentamento com o país leva a descontentamento com o governo. Agora que estão na oposição, é fácil ver a lógica: quanto mais as pessoas odiarem o país mais odiarão quem o governa (como se as duas coisas fossem uma só, esse é o maior absurdo de toda essa questão). Então a percepção que os grandes meios de comunicação e seus articulistas dão é essa.

A segunda razão do aumento do ódio contra o Brasil é que a classe mérdia perdeu a maior compensação de que tinha por viver nessa terra de “gente inculta, feia, incivilizada”. Que era justamente ser de classe mérdia. Eles eram “superiores” pois tinham um dinheirinho a mais, não se misturavam com “essa gentalha”. Eram apenas 30 milhões de brasileiros, até o ano 2002. Agora são 90 milhões a compartilhar do mesmo status. A ir pra praia no fim de semana e congestionar o tráfego. A pegar avião. A entrar pra universidade. A lotar o Shopping Center. E o pior, em até ir pra Disney, a ir pra Miami. Tem “pobre” em tudo que é lugar.

Como escreveu a Danuza Leão, "qual a graça de ir pra Paris ou Nova Iorque se o seu zelador também pode?" Pois é. Qual a graça de comer salmão e beber vinho importado se hoje em dia isso é acessível? Qual a graça de ver a Copa se não precisa viajar pra isso e ela acontece bem aqui?
 
Os “pobres” já não estão mais tão pobres assim. É isso que tornou a vida da classe mérdia tão insuportável, a ponto de que se intimamente já odiavam o Brasil, agora queimam a bandeira em atos e manifestações. Perderam até o gosto de torcer pela seleção brasileira. O desprezo a nação chegou no seu limite. Eles precisam que alguém lhes socorra, que voltem os militares, que o V de Vingança destrua os governos, que Jesus traga o apocalipse, por favor, socorro, alguém, os liberte da vida na Colônia e lhes devolva para a merecida metrópole, de onde nunca deveriam ter saído.

Nano Souza
 
 TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A MOBILIDADE URBANA, IMÓVEL! (VIII)

Construção de ciclovias

A grande maioria de nossas cidades não foram planejadas para que existissem Ciclovias, mas o impressionante é que, ainda hoje, se constroem as novas avenidas, pontes e viadutos sem se preocuparem com a existência de ciclovias!!!

Essa ponte tem apenas sete anos que foi construída, por ocasião da escrita deste texto,  e não se preocuparam em colocar ciclovia. Muito antes, desta ponte ser construída, já existiam ciclovias nos chamados bairros nobres,  locais de turismo e portanto ficando claro que ciclovias era modismo.

Mais um exemplo que as obras são feitas visando o transporte particular e sempre direcionando todo o trânsito visando o comércio e simplesmente não colocaram ciclovia..
Na grande maioria das vezes, as ciclovias, foram construídas de maneira improvisadas. É claro que muitos dos administradores construíram ciclovias mais na onda da moda… Não é por que valorizam a ciclovias, basta vê que grande maioria delas sequer tem sinalização adequada.
Ciclovia construída, de maneira improvisada, sob o canteiro central da avenida

Uma das coisas que comprovam que a construção foi no embalo da propaganda (modismo) é que a grande maioria ciclovias, planejadas sem improviso, foram construídas nos chamados bairros nobres e todo mundo sabe que a grande maioria das pessoas que usam bicicleta como meio de transporte, traz melhoria da mobilidade urbana, são os trabalhadores que vivem nos chamados bairros periféricos! Estranhamente as ciclovias mais bem planejadas e sinalizadas ficam em locais de diversão, ou seja, as ciclovias ainda são vistas como meios de laser e por isso colocadas em bairros nobres e locais de turismo!!!
Ciclovia planejada e construída em bairro nobre. Mesmo assim fica obstruída por dois meses para realização dos festejos do Pré-caju . Localizada no Bairro Treze de Julho - Aracaju - SE

Existe um processo cultural em não se valorizar transportes alternativos, não somente ciclovias, e para exemplificar é só observarmos como ainda são tratadas as nossas ciclovias por engenheiros e técnicos de trânsito. Vejamos algumas fotos abaixo:

Esta ciclovia foi construída de maneira improvisada sobre o canteiro central da avenida. Esse bueiro está aberto seis meses (por ocasião da escrita deste texto) e para piorar a situação de risco do ciclista tem o problema de falta de iluminação a noite.

Essa foto foi tirada seis meses depois do recapeamento de um dos lados da pista. Observe que a ciclovia é um improviso que estreitou mais a passagem dos carros e o lado que está recapeado não foram colocados os instrumentos de segurança para proteção dos ciclistas.
Essa avenida teve os canteiros destruídos para se fazer retorno ocasião do recapeamento e recuperação. Destruíram a ciclovia em vários trechos, alegaram que seria por pouco tempo e que logo depois de terminar o serviço em um lado da avenida imediatamente seria feito o trabalho no outro lado. Só que isso foi seis meses atrás e até hoje a ciclovia  continua semidestruída e um dos lados da avenida sem os devidos reparos.



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Nadar no cocô e tomar banho com ele


Ontem, uma amiga compartilhou comigo esta matéria sobre a qualidade (zero) da água dos chuverinhos das praias cariocas:

Nenhuma das amostras, coletadas no último dia 3, indicou a presença de cloro — isso deixa claro que a água não é tratada

Cibelle Britto, O Globo

Verão no Rio, com termômetros da orla marcando quase 40 graus. Numa cena tipicamente carioca, banhistas fazem filas diante dos muitos chuveirinhos instalados por barraqueiros na orla. Porém, tirar o sal ou o excesso de areia do corpo pode representar graves riscos à saúde.

O GLOBO-Zona Sul contratou um laboratório de análises químicas para checar a qualidade da água que sai de dez duchas improvisadas nas praias do Leblon, de Ipanema, do Arpoador, de Copacabana, do Leme e do Flamengo. O resultado não poderia ser pior: todas as amostras apresentaram indícios de contaminação por esgoto.

Nenhuma das amostras, coletadas no último dia 3, indicou a presença de cloro — isso deixa claro que a água não é tratada; ou seja, não sai de reservatórios da Cedae. Ignorados há anos pelo poder público, apesar de estarem em praias que são cartões-postais de uma das cidades mais conhecidas do mundo, os chuveirinhos não contam com fiscalização e fazem de um simples banho uma situação propícia para o surgimento de doenças como hepatite A.

Segundo a microbiologista responsável pelas análises, Fernanda Drumond de Paula, do laboratório Baktron Microbiologia, nenhum dos pontos checados se adequam aos padrões estabelecidos pela Portaria n 518 do Ministério da Saúde, publicada em 25 de março de 2004. Nela, o governo federal estabelece os procedimentos e as responsabilidades sobre o controle da qualidade da água para o consumo humano no país.

— A quantidade de bactérias encontradas em três amostras está acima de três mil unidades formadoras de colônias por mililitro, um volume tão alto que, a partir dele, não conseguimos mais fazer a contagem — diz a microbiologista.

Entre as análises com maior índice de contaminação está um chuveirinho do chamado Baixo Bebê, na Praia do Leblon. É comum os barraqueiros da área utilizarem a água que sai de suas duchas para encher piscinas de plástico que são alugadas para famílias e utilizadas por crianças.

— A presença, em sete pontos de coleta, de coliformes termotolerantes, que se desenvolvem em fezes humanas, indica a possibilidade de contágio por vírus como o da hepatite A, rotavírus e salmonela, que pode provocar diarreia, gastroenterite e febre tifóide — explica Fernanda.

De acordo com Daniele Bila, chefe do Departamento de Engenharia Sanitária da Uerj e especialista em qualidade da água, os resultados dos exames são preocupantes.

— Todas as amostras possuem indícios de esgoto. Imagine os riscos para quem está com sistema imunológico menos eficiente — alerta.

Pois é, pode parecer realmente algo absurdo, e de fato é, que a cidade que está gastando os TUBOS DO DINHEIRO para fazer propaganda de suas vantagens, belezas naturais e atrativos ao mundo, na esperança de alavancar mais ainda um dos MAIORES centros turísticos do PAÍS, oferece água contaminada com COCÔ aos banhistas. E me causa ainda mais indignação que esse COCÔ seja ainda mais presente, justamente no “baixo bebê”, onde as madames levam seus filhos para brincar e muitas dão banho neles ali.

Eu penso que este seria o caso do Ministério Publico processar e o Juiz condenar à PRISÃO toda a cadeia de responsabilidade que deu no que deu. Do fiscal que não fiscaliza, ao presidente da CEDAE, o Secretario de meio Ambiente e o prefeito, quiçá o governador. Só assim pra nego tomar o que precisa. Banho? Não, VERGONHA NA CARA!

Mas eu ficaria feliz se eu soubesse que a ÁGUA DE COCÔ está somente nos chuveirinhos. Ocorre, meu amigo que a verdade, é como minha vó diz: O buraco é mais embaixo… E a julgar pelo que você verá aqui, o buraco é bem sujinho.



 Quando você mergulha, lépida e faceira nas águas das mundialmente famosas praias do Rio, pode se achar ” A tal”, mas todo o glamour vai por água abaixo se eu te disser que você está fazendo mergulho no cocô!

Incrível que em época de eleição, ninguém pega esta MERDA como bandeira… Incrível como com todo o investimento para vender a imagem do Rio como “a bola da vez” – o que é claramente um mecanismo bem safado para explodir (como de fato ocorreu) os preços dos imóveis, beneficiando uma parcela seleta de investidores que haviam praticamente LOTEADO a cidade antes do anuncio dos grandes eventos mundiais- não se importa com uma coisa fundamental como saneamento básico. Pois é, meu amigo, aqui no Brasil tem coisas bem estranhas que ocorrem. Mas vamos deixar de lero-lero e vamos aos fatos.
 Quem olha a praia de Ipanema num dia de sol, não poderia imaginar que suas águas azuis repletas de mulheres bonitas e caras saradões, está com cocô. Infelizmente, tudo que se joga num vaso sanitário da zona sul carioca vai parar ali. Na água que você, eu e os turistas mergulham.

É bizarro e difícil de acreditar, né? Confira aí esta imagem de satélite. Observe bem o círculo vermelho:
Dessa altura, poderia passar batido… E é o que as autoridades esperavam. Mas olhando mais de perto, podemos ver que são 8000 litros por segundo de COCÔ sendo lançado entre a praia e o monumento natural das Ilhas Cagarras. (nome apropriado, mas o nome das ilhas vem do guano, o cocô das aves marítimas, que tinge as pedras de branco)
São 1.500.000 pessoas dando sua “contribuição”.

Isso tudo vai para a mesma tubulação, o “emissário Submarino” de Ipanema:

Qualquer pessoa mais ou menos esclarecida, pode parar para pensar num duto enorme onde corre um rio de dejetos de todos os tipos sendo lançado IN NATURA no mar, como uma excrescência. Mas estranhamente, as autoridades deixaram rolar, na esperança que o mar leve para longe os cardumes de camisinhas, seringas, fezes, óleo de cozinha, lixo de todo tipo, incluindo resíduos tóxicos e metais pesados.
São as nossas “oferendas da pós-modernidade”, meu amigo. Nós torcemos para que Imemanjá fique com elas, mas de acordo com o vento, isso volta para a praia…

Para o meio ambiente, isso é um claro sinal de desastre. A imagem a seguir, fala por si:


Os políticos gostam sempre de ressaltar as belezas do Rio, mas nunca vejo um político falando abertamente sobre isso, a não ser para colocar a culpa no que veio antes. Isso quando falam em poluição… Atualmente, este é um assunto que “não convém” ao momento… Sabe como é.

Mas é uma questão GRAVE de saúde pública e descaso total. Pra piorar, ninguém pode alegar desconhecimento, ignorância, já que os aspectos biologicos dessa tragédia ambiental ja foram exaustivamente estudados e até publicados no Brasil e exterior.

A coisa é séria:

As bactérias dos géneros Aeromonas e Plesiomonas isolam-se frequentemente em ambientes aquáticos e são consideradas agentes patogénicos de peixes, anfíbios e diferentes mamíferos, entre eles o Homem. Espécies de Aeromonas e Plesiomonas foram descritas em sistemas de distribuição de água para consumo humano, tanto tratadas como não tratadas e a sua quantidade parece relacionada com a qualidade da água.

Aeromonas já foi declarado um patogénico emergente pela FDA, e é um microrganismo controlado pela normativa de águas no Canadá, Itália e Holanda. Ambos os microrganismos produzem gastroenterites em humanos e também estão associados a uma ampla variedade de doenças sistémicas. Desde o ponto de vista da aquicultura, Aeromonas pode originar um grave problema devido a que a espécie Aeromonas salmonicida causa uma doença nos peixes salmonados, furunculoses e úlceras musculares, que provoca a morte conduzindo a um notável desastre económico da exploração onde haja ocorrência de uma epidemia. As outras espécies adaptaram-se a ambientes mesófilos (podem viver a temperaturas de 37ºC ou mais) conseguindo colonizar animais de sangue quente. Além disso, tanto Aeromonas spp. como Plesiomonas shigelloides (única espécie do género), segregam várias toxinas e outros factores de virulência que podem contribuir para o desenvolvimento de uma infecção, em muitos casos gastrites agudas que precisam de uma atenção clínica hospitalar que às vezes se prolonga até duas semanas. fonte

Muita gente se alimenta dos peixes da costa do Rio, e pra piorar, dos da Baía da Guanabara!


Resultado? Estamos comendo peixes que vivem e se alimentam no meio do cocô.

Chega a ser difícil de acreditar que alguém em sã consciência, propôs algo deste tipo num dos maiores cartões postais do mundo. E pior ainda: Aceitaram a ideia e construíram. Para entender isso, temos que voltar ao passado, há mais de 30 anos atrás, quando o emissário foi concebido. Eram os anos 70, e ninguém tinha a mínima noção de aspectos ecológicos e ambientais como hoje.
Era um tempo mais simples, onde não havia necessidade de licenciamento ambiental, normas, porra nenhuma que existe hoje (e que não raro, são contornadas com propinoduto).
 Naquele tempo, a resolução 357 do CONAMA não existia. Ela veio depois, e diz claramente:
“[...]Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento. [...]”

Nos anos 70 não havia nem política ambiental, nem norma e muito menos órgãos como tem hoje. Órgãos que tinham a OBRIGAÇÃO de fazer alguma coisa, mas preferem ficar como se diz na minha terra: “No mocó”.

Não tinha CONAMA, Minstério do Meio Ambiente, Política Nacional de Meio Ambiente, Protocolo de Anáppolis, Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Eco 92, desenvolvimento sustentável, Rio +20, nada disso. Era um oba-oba do caramba. Aliás, nos anos 70 nem sequer tinha democracia nessa joça aqui!
O passado era meio tosco, mas a questão que se coloca é que se a lei mudou, as posturas mudaram desde os anos 70, tudo evoluiu;
POR QUE DIABOS ESTAMOS OBRIGANDO AS CRIANÇAS A
NADAREM NA MERDA ATÉ HOJE?

Descaso e burrice. Não sei qual dos dois é pior. Ambos são terríveis, mas essa combinação quando somada ao descaramento, gera uma situação muitas vezes pior. Isso porque a coisa se multiplica. Quer ver? Estou marretando aqui o emissário de Ipanema, mas se eu te falar que ele é apenas UM DOS VÁRIOS que existem na costa da Cidade Maravilhosa, você diria o que?

É verdade mesmo. Existem outros. Emissários na Barra, e em Icaraí, em Niterói… (aliás, ainda tenho que contar aqui do dia em que eu achei um DEFUNTO HUMANO boiando na Praia de Icaraí) Veja só que coisa horrenda esta imagem a seguir. Ela mostra como a contaminação de bactérias e coliformes se espalha e lambe toda a zona de mar onde os banhistas mergulha e as crianças invariavelmente acabam ingerindo água: 
 Este é o grafico de dispersão e decaimento colimétrico ao longo de míseros seis dias.

Quem mora aqui em Niterói e não está alienado, sabe da briga que está rolando porque a Petrobrás quer jogar o ESGOTO DO COMPERJ NAS PRAIAS. Isso mesmo, os dejetos de um complexo petroquímico inteiro sendo jogadas no mar.
A ideia dos caras é fazer mais um emissário, e o mesmo vai ameaçar com esgoto petroquímico não apenas o litoral de Itaipuaçu, suas ilhas, demais praias de Maricá e vida marinha, mas também a área marinha do Parque Estadual da Serra da Tiririca, as praias de Itaipu, Itacoatiara, Camboinhas, Sossego e Piratininga e ilhas oceânicas de Niterói. Isso certamente trará prejuízos para os habitantes das cidades afetadas e para os modos de vida que dependem da pesca, do lazer, da prática de esporte e do turismo na região. Como se não bastasse, a composição dos efluentes (óleos, graxas, fenóis, cianetos e outros venenos de características cumulativas e conservativas) que a Petrobras planeja descartar na Praia de Itaipuaçu não é suficientemente conhecida pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente) nem pela CEPEMAR, empresa contratada pela Petrobras, que elaborou o incompleto e falho Estudo de Impacto ambiental (EIA) do empreendimento. (há uma abaixo assinado contra o emissario do Comperj aqui)

Triste né? Mas o pior nem é isso. O pior é que à reboque dos emissários do Rio, e os que planejam fazer em Itaipuaçu, há muitas outras cidades jogando seus esgotos in natura no mar:
Os caras nem se envergonham de jogar cocô no mar. Cocô que vai parar nas praias e nos peixes que nós COMEMOS. Aliás, eles se orgulham ao ponto de colocarem placas com seus nomes nas obras:


Este é o país em que nós vivemos e vendemos para o resto do mundo como sendo a última bolacha do pacote, a “bola da vez”. Aumenta o som aí.
TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:

sábado, 18 de janeiro de 2014

Estaleiros abrem 30 mil vagas na indústria naval


Atualmente, o setor emprega por volta de 78 mil pessoas nos estaleiros em operação. Mas nos próximos dois anos, outros quatro estaleiros entrarão em operação: Jurong Aracruz (ES); Enseada (BA); EBR (RS); e CMO (PE), o que aumentará a oferta de mão de obra


12 de Janeiro de 2014 às 15:57

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - A indústria naval brasileira deverá gerar 30 mil novos empregos nos próximos dois anos. A projeção é do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

Atualmente, o setor emprega por volta de 78 mil pessoas nos estaleiros em operação. Mas nos próximos dois anos, outros quatro estaleiros entrarão em operação: Jurong Aracruz (ES); Enseada (BA); EBR (RS); e CMO (PE), o que aumentará a oferta de mão de obra.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, disse que o setor prevê para os próximos dez anos “uma demanda firme e continuada por navios e plataformas de petróleo” no país. Segundo ele, o Sinaval aguarda a divulgação do Plano de Negócios da Petrobras 2014-2018 que, em sua opinião, deverá “trazer uma nova perspectiva de encomendas de plataformas em função do leilão do Campo de Libra, feito no ano passado, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“As reservas existentes no Campo de Libra devem provocar uma revisão para cima das previsões de demanda de plataformas, de navios de apoio marítimo e de navios petroleiros”, disse Ariovaldo Rocha.

No entendimento do presidente do Sinaval, a fase atual de expansão da construção naval brasileira decorre da decisão política do governo brasileiro de que as reservas offshore de petróleo descobertas no país deveriam reverter em benefício à sociedade, com a geração de emprego e o desenvolvimento de um novo setor produtivo.

Aliado a isso, houve, segundo o Sinaval, o reconhecimento da Petrobras que a exploração de petróleo em águas cada vez mais profundas criava a demanda por navios de apoio e de plataformas com nova tecnologia.

“Como os estaleiros internacionais estavam com dificuldades para atender novas demandas e a frota de petroleiros da companhia para o transporte de petróleo e derivados era composta por navios com idade acima de 20 anos de uso, houve o entendimento que era necessário renová-la”, ressaltou o presidente do Sinaval.

Apesar dos avanços, Rocha avalia que a construção naval brasileira ainda é “modesta” no cenário mundial. “Estamos construindo cerca de 370 navios, incluindo 14 plataformas de petróleo e 28 navios-sonda. Estão em construção, no Brasil, cerca de 6 milhões de toneladas de porte bruto. No mundo, estão em construção mais de 140 milhões de toneladas de porte bruto, em 4.800 empreendimentos”.

Para ele, o projeto do governo é muito claro: utilizar a capacidade de compra, decorrente dos investimentos na expansão da produção de petróleo e gás, para criar um novo segmento industrial capaz de gerar empregos, formar pessoal e distribuir renda na rede de fornecedores.

“Para isso, [o governo] implantou a regra do conteúdo local, que prevê a substituição competitiva das importações de sistemas e equipamentos, fortalecendo empresas locais e atraindo empresas internacionais para investir no Brasil e construir aqui suas unidades industriais”, disse o presidente do Sinaval.

TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/126662/Estaleiros-abrem-30-mil-vagas-na-ind%C3%BAstria-naval.htm?fb_action_ids=677904312232867&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=[634962696563767]&action_type_map=[%22og.likes%22]&action_ref_map

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

MOBILIDADE URBANA, IMÓVEL! (VII)

Construção das novas avenidas com ruas paralelas de escoamento de transito


Em algumas cidades já é padrão se construir as avenidas de escoamento do centro da cidade para periferia acompanhada de ruas paralelas. Essa ruas paralelas irão servir de escoamento, das avenidas, em caso de algum impedimento de trânsito normal por ocasião de algum acidente ou mesmo algum evento (festividade de algum tipo), Essa ruas paralelas também podem ser usadas futuramente para utilização de retorno e mudança de itinerário. Ainda é muito comum, mesmo nas grandes cidades, o retorno das antigas avenidas serem feito na própria avenida obstruindo uma das vias ou avançado sobre a área dos canteiros centrais. O correto é a pessoa fazer o retorno por ruas paralelas sem impedimento de nenhumas das faixas ou avançar sobre os canteiros das avenidas.

Claro que para as ruas antigas que ainda não existia essa preocupação os retornos por ruas paralelas são improvisados e isso quando a estrutura viária permite. Exemplos na fotografias abaixo:
É comum, nas antigas avenidas, o retorno para mudança de sentido na viagem serem feitos a espera ao lados dos canteiros centrais, só que esse tipo de retorno tem a inconveniência se o número de veículos for grande eles ocuparem uma das vias e deixarem somente meia pista para o tráfego e se algum motoristas mal educados resolver furar a fila e fizer fila dupla é comum ocorrerem o fechamento das vias temporariamente.

Para diminuir os engarrafamentos, nestas antigas avenidas, são criados retornos improvisados, mas dá para entender o explicado pela foto e pela placa verde, lado direito da foto, indicadora que para se fazer o retorno é necessário fazer a volta pleo quarteirão entrando na próxima esquina a direita.