“Tal o Brasil sentado junto às margens
Do verde oceano que seus pés lhe beija,
E recostado sobre o alto Ande
Que além nos ares, pelo céu flameja.
Vestido desse manto lindo e belo
Que nunca o frio inverno desbotou:
Bordado dos diamantes, do ouro fino,
Das lindas flores com que Deus ornou.
Deixa-os entrar nos bosques gigantescos;
Deixa-os gozar dos puros céus de anil;
Deixa-os fruir de todas as riquezas,
Que o mundo antigo inveja do Brasil”.
(Castro Alves, Poema, composto aos 14 anos).
Pedro Augusto Pinho*
Na poesia que encima este artigo, recitada pelo aluno Antônio de Castro Alves, em 3 de julho de 1861, no Ginásio Bahiano do Barão de Macaúbas (Abílio César Borges), em Salvador (Bahia), se vê este tão difundido orgulho das riquezas nacionais: a verde mata, as minas, as águas e um clima e terra, onde se plantando tudo floresceria.