Poucas pessoas, dos dias atuais, conhece uma moringa. Um recipiente feito de barro, usado para guardar água para beber e que durante algum tempo foi usada para venda de água em locais públicos, tais como: campos de peladas, nos locais de canteiros de obras (principalmente de casas) em geral e mais especificamente nas feiras.
Pode parecer estranho, para os dias atuais, uma situação de pessoas, na maioria das vezes crianças, vendendo água de beber em um recipiente de barro. Mas, é bom lembrar que no passado, principalmente em Itabaiana, não existia a figura da “água encanada” (serviço de distribuição de água) e mesmo depois da implantação deste serviço, demorou um bom tempo para que a grande maioria dos habitantes se tornassem usuários do sistema.
Três motivos foram os responsáveis pela demora em abandonar as cisternas, moringas, potes, porrões (as pessoas pronunciavam “purrões”), etc. Primeiro, para ligar milhares de casas a rede se demora muito e a demora era ainda maior usando os equipamentos daquela época (os regos para se colocar os canos eram cavados com picaretas), segundo era o hábito de se usar água de cisternas e o terceiro foi de ordem política. Houve até assassinatos (prefeito e filho) do lado político contra implantação da rede e os do mesmo lado político demoraram muito a ligarem as casas à rede de oferta de água.