sexta-feira, 27 de abril de 2012

BRASIL JÁ É O TERCEIRO MAIOR CREDOR DOS ESTADOS UNIDOS

Até agora, ninguém deu a notícia. Com 372 bilhões de dólares em reservas internacionais, o Brasil acaba de se converter, aplicando mais da metade delas em “treasuries”, no terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, como pode ser visto na própria página oficial do tesouro norte-americano, cujo link publico abaixo. O acúmulo de reservas internacionais, cujo custo de carregamento tem caído em linha com a redução da taxa SELIC, serve para valorizar o dólar com relação ao real, favorecendo nossas exportações,e é, sobretudo, uma arma geopolítica, que mantêm em situação positiva a imagem do Brasil frente às agências internacionais de classificação de risco e em uma posição de força em organismos como o G-20, o Banco Mundial e o FMI.

Conheço empresários brasileiros de linha mais desenvolvimentista, no entanto, que pensam que a política de acúmulo de dólares poderia ser complementada com a emissão de moeda, no mercado interno, destinada a investimentos diretos do governo na área de infraestrutura, por exemplo. Tal medida, com uma pequena expansão administrável da inflação, derrubaria o valor do real frente ao dólar, favorecendo as exportações, injetaria dinheiro em todos os níveis da economia produtiva, e criaria milhões de empregos.


TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:

terça-feira, 24 de abril de 2012

Dilma 'nocauteia' Globo no 1º round da CPI do Cachoeira


A Globo, Veja, Folha, Estadão, Álvaro Dias, José Serra, Aécio Neves, José Agripino, queriam emparedar a presidenta Dilma na CPI do Cachoeira, através da empreiteira Delta Construções. Era essa a pauta que o noticiário desta imprensa demotucana martelava.

Pois a CPI do Cachoeira nem começou, e a presidenta Dilma já "nocauteou" a Globo, e o resto da oposição partidária e midiática.

Mandou o DNIT colocar na internet todos os contratos da Delta com o governo federal, com total transparência. Além disso a CGU abriu processo para declaração de inidoneidade da Construtora Delta.

A batata quente agora está passando de mão em mão dos governadores e prefeitos que tem contratos com a empreiteira.

E agora, Marconi Perillo, Geraldo Alckmin, Kassab, Anastasia, Siqueira Campos, Simão Jatene, quando vão fazer o mesmo?

Quanto ao senador José Agripino Maia (DEMos/RN) é a segunda vez que vai a "nocaute". O primeiro embate foi quando Dilma era Ministra da Casa Civil:



TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:

domingo, 22 de abril de 2012

Palanque eletrônico. Com dinheiro público


Quem navega pelos portais oficiais de governos, tribunais, câmaras de vereadores ou assembleias legislativas tem acesso a fotos de autoridades com sorrisos largos entre inaugurações, bexigas, comemorações e promessas, muitas promessas para melhorar o mundo.

Podem parecer sorrisos inocentes, mas a personalização de um espaço público é hoje um dos principais entraves no combate a antigos vícios públicos, como o nepotismo.

A falta de transparência dos portais – próximo embate a ser travado no Conselho Nacional de Justiça pelos tribunais Brasil adentro – impede hoje que os cidadãos tenham acesso a informações básicas sobre gastos com viagens e pagamentos dentro dos órgãos públicos.

O Brasil é signatário de um acordo internacional que dá aos cidadãos o direito de acompanhar e fiscalizar os gastos do governo. A lei de acesso à informação, aprovada em 2011, entra em vigor em maio, e prevê que ministérios e demais órgãos públicos divulguem na internet detalhes sobre gastos e investimentos. Hoje só cinco dos mais de 30 ministérios oferecem esse serviço. Nos estados e municípios, a prática está longe da realidade – e isso não é privilégio do Poder Executivo.

Segundo o advogado Jorge Hélio Chaves de Oliveira, conselheiro do CNJ, os portais de transparência no Judiciário são o próximo alvo do órgão chefiado agora pelo ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal. “Hoje cada um bota no portal o que quer. Portal de transparência é um instrumento de publicidade inconstitucional. O artigo 37, paragrafo primeiro da Constituição, é claro ao dizer: os atos de publicidade dos poderes públicos só podem ser atos de prestação de contas, orientação social ou de caráter informativo. Não é admissível você abrir o site de um tribunal de Justiça, qualquer um, e ver ali 20 fotos do presidente”, critica.

Segundo ele, a falta de transparência é resquício de um vício patrimonialista ainda comum no País. “Essa coisa passa por uma simbologia civilizatória. Todos falam: ‘é o meu tribunal’, e acaba sendo uma grande confraria, uma grande irmandade. Confunde-se o servidor público com o ente em que ele serve.”

Ele defende que o cidadão tem o direito de saber, por exemplo, qual é a marca do carro usado pelas autoridades. “Por que o tribunal não pode ter um Sedan médio? Por que tem que ser de luxo? E quais os nomes das pessoas vivas homenageadas dentro dos tribunais? Tudo isso pode ser divulgado. Só que os portais de transparência nem sempre são assim.”

A falta de transparência é hoje um dos fatores que trava investigações sobre possíveis irregularidades promovidas pelos agentes públicos. Foi o que aconteceu recentemente no Amapá, onde um promotor de Justiça, Afonso Gomes Guimarães, simplesmente teve negado o pedido para ter acesso à folha de pagamento da Assembleia Legislativa do estado. O site da Casa disponibiliza apenas os valores gastos mensalmente em pessoal e manutenção, por exemplo, mas não informa para onde vai o dinheiro.

O pedido do promotor foi atendido por uma juíza de primeira instância, mas posteriormente negado por meio de liminares do Tribunal de Justiça. Uma delas foi relatada por um desembargador que tem a mulher e uma ex-cunhada trabalhando no Legislativo – o que pode explicar o temor da própria Justiça de abrir a caixa-preta dos deputados.

Ao comentar o episódio, o conselheiro do CNJ garante: o caso do Amapá é apenas “uma caixa de ressonância, um eco do que acontece em todo o Brasil”. Essas informações, segundo Jorge Hélio, tendem a ser acessíveis à medida que os sites oficiais passem a cumprir a lei. Ou seja: que disponibilizem em suas páginas os atos de publicidade dos poderes públicos para prestação de contas, orientação social e ou notas de caráter informativo.

A opinião é compartilhada pelo jurista Pedro Estevam Serrano, advogado, professor de Direito Constitucional da PUC-SP e colunista do site de CartaCapital. Para ele, a maioria dos sites oficiais de tribunais e governos serve hoje apenas para propaganda das autoridades, o que fere os princípios constitucionais da publicidade. “A fiscalização passa pela obtenção de mecanismos de transparência nesses portais”, defende.

No: Matheus Pichonelli, no CartaCapital

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cachoeira diz que Perillo é sócio de avião de 4 milhões

No: O Carcará

Em gravações feitas pela Polícia Federal, um diálogo entre o bicheiro que a Folha e o PIG em geral insistem em rotular como empresário, Carlinhos Cachoeira diz que o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo (PSDB), é dono de um avião Cessna, que custou R$ 4 milhões, em sociedade com dois empresários.

A informação está em reportagem de José Ernesto Credendio, Rubens Valente e Andreza Matais, publicada na insuspeita Folha desta sexta-feira.

Na gravação, em abril de 2011, Cachoeira fala para o ex-vereador Wladimir Garcez,- segundo a PF, seu “assessor direto” - que Perillo é dono de metade do avião.

Ligações telefônicas legalmente gravadas pela PF, mostram uma relação tortuosa, baseada em interesses de cunho político, econômico e editorial, entre o contraventor Carlinhos Cachoeira – preso sob acusação de chefiar uma quadrilha de exploração de jogos –,  o editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da Veja, Policarpo Junior – com a suposta anuência de Roberto Civita, dono da publicação e presidente do grupo Abril – e o senador Demóstenes Torres.

Por: Eliseu

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Temas que nunca passaram em nenhuma TV!!!!

Este vídeo não é aconselhável para religiosos que não aceitam questionar a Religião Cristã. Trás temas que nunca apareceram em qualquer Televisão ou rádio.

Texto relacionados:

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não adianta a Globo mentir e espernear: vai ter que encarar a CPI do Cachoeira

No: O Carcará 

Entrevista de Walter Pinheiro de ontem desmente o Globo de hoje.

A que ponto chega a manipulação do jornal "O Globo" em espalhar falsos boatos para tentar impedir a CPI do Cachoeira.
O jornal de segunda-feira é impresso na noite de domingo (ou primeiras horas de segunda), logo se o jornalista  quiser colher declarações deveria entrevistar no domingo durante o dia, do contrário terá que inventar ou publicará matéria com declarações antigas, da semana passada.
No domingo o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, concedeu entrevista em Salvador (BA) a outro veículo de imprensa, o Bahia Notícias, onde confirmou e defendeu a necessidade de CPI do Cachoeira. Eis alguns trechos da entrevista:

O Senado vai ter que tocar, de um lado, a quebra de decoro de Demóstenes, que representará a perda de mandato. Mas, por outro lado, não pode transformar toda essa rede de negócios montada por Carlinhos Cachoeira e que envolveu gente do Legislativo, do Executivo, do Judiciário e da iniciativa privada em um fato no qual a cassação de mandato resolveria o problema. É importante que o Senado julgue o decoro, mas dê uma contribuição grande para que todas as coisas levantadas sejam apuradas

... o que é que nós estamos pedindo? Que os dados venham à tona, exatamente para evitar proteção, seja lá para quem for. É por isso que, quando nós pedimos inicialmente que os dados chegassem à Corregedoria e ao Conselho de Ética, era para a gente ter os dados e não ficar conhecendo em dose homeopática pela imprensa, entendeu? Como o Supremo Tribunal Federal informou ao Senado que não enviaria os dados, a não ser que tivesse uma CPI, então está aí a CPI.

No mesmo domingo, às 19hs, o presidente da Câmara Marco Maia, outro petista publicou em seu site o artigo "Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?", não deixando qualquer dúvida quanto ao apoio à CPI.
Mesmo com tudo o que aconteceu na semana passada e isso aí acima que aconteceu no domingo, na edição de segunda-feira do jornal O Globo sai essa falsa notícia:

Durante o dia da segunda-feira, novos desmentidos. O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP) desmentiu qualquer recuo, assim como o senador Walter Pinheiro também declarou que a CPI não tem volta.
Afinal por que a Globo tem tanto medo da CPI do Cachoeira? Talvez o começo da resposta esteja neste artigo abaixo do jornalista Marco Aurélio de Mello:
Teria a Globo (Ali Kamel) se Banhado nas Águas Lindas de Cachoeira?
Assim o Fantástico de 15 de maio de 2011 vendia seu peixe:
A máfia dos caça-níqueis conta agora com mais uma arma: a internet. Para mostrar como é fácil adquirir peças e até mesmo máquinas inteiras, o Fantástico encomendou e recebeu um desses caça-níqueis. O resultado de dois meses de investigação você vê na reportagem especial de Guilherme Portanova e Diego Moraes.
"O Fantástico encontrou este vendedor na internet. Para mostrar como o esquema é simples, nós conseguimos comprar em São Paulo uma das máquinas dele. (...) Na divisa de Goiás com o do Distrito Federal, é como se a lei não existisse. Fica até difícil acreditar que uma estrutura de um bingo funcione sem o conhecimento das autoridades."
Permitam-me testar hipóteses, a exemplo do que faz o jornalismo da maior emissora do país.
Assim reagiram os comparsas de Cachoeira:

Até se certificarem de que o assunto morreria:

O que podemos depreender da conversa é que havia interesse em retaliar um concorrente, mas a repressão ao jogo não podia fugir ao controle dos "donos do negócio". Tem mais grampos a caminho, vamos aguardar...

No: Amigos do Presidente Lula

Demóstenes continua a editar a Veja

Do blog Conversa Afiada:

O Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante Lenilton:

Veja: quem está alimentando o PIG

Nos últimos dias, o grande alimentador das matérias jornalísticas é o senador Demóstenes Torres. Ele, na condição de réu, passou a ter acesso às peças do inquérito Monte Carlo e, agora, vem vazando as informações que interessam a ele e a Cachoeira serem veiculadas pela imprensa amiga, do jeito que é conveniente a esta veicular.
Todo circo montado pela Globo em torno dos telefonemas de Protógenes e em torno da Delta visam unicamente a tirar Cachoeira, Demóstenes e Perillo do centro das discussões e chantagear os integrantes da CPI. Como na Itália, antes da operação Mãos Limpas, a imprensa brasileira tornou-se hoje um monstrengo em que o partidarismo político casou-se com a criminalidade.

Ajudou a sepultar a Operação Satiagraha e a operação Castelo de Areia; fez de conta que não viu o livro Privataria tucana e, agora, quer sepultar a Operação Monte Carlo. Assim, protege os seus aliados políticos e seus aliados criminosos, que, são ao mesmo tempo suas fontes e seus patrocinadores. 

TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/04/demostenes-continua-editar-veja.html#more

terça-feira, 10 de abril de 2012

O SILÊNCIO DA CUMPLICIDADE II

A Revista Veja que sempre se colocou com a grande defensora da moralidade pública, parece que finalmente mostrou o que estava por trás de sua cruzada moralista!!! Além de existirem provas materiais de envolvimento de  diretores da Revistas Veja (clique aqui) com o contraventor Carlinhos Cachoeira e o Senador Demóstenes Torres (Clique  aqui) , as capas denunciam um silêncio de cumplicidade nunca visto. Basta olhar a figura das capas abaixo:

Textos relacionados:
O silêncio da cumplicidade
O silêncio da cumplicidade II

domingo, 8 de abril de 2012

Os reacionários e seu medo do mundo

Enviado por luis nassif, sab, 24/03/2012 - 09:43

Por Vânia
Da Carta Capital


Medíocres e perigosos

Por Matheus Pichonelli


O reacionário é, antes de tudo, um fraco. Um fraco que conserva ideias como quem coleciona tampinhas de refrigerante ou maços de cigarro – tudo o que consegue juntar mas só têm utilidade para ele. Nasce e cresce em extremos: ou da falta de atenção ou do excesso de cuidados. E vive com a certeza de que o mundo fora da bolha onde lacrou seu refúgio é um mundo de perigos, pronto para tirar dele o que acumulou em suposta dignidade.


Para ele, tudo o que é diferente tem potencial de destruição

Como tem medo de tudo, vive amargurado, lamentando que jamais estenderam um tapete à sua passagem. Conserva uma vida medíocre, ele e suas concepções e nojos do mundo que o cerca. Como tem medo, não anda na rua com receio de alguém levar muito do pouco que tem (nem sempre o reacionário é um quatrocentão). Por isso, só frequenta lugares em que se sente seguro, onde ninguém vai ameaçar, desobedecer ou contradizer suas verdades. Nem dizer que precisa relaxar, levar as coisas menos a sério ou ver graça na leveza das coisas. O reacionário leva a sério a ideia de que é um vencedor.

A maioria passou a vida toda tendo tudo aos alcance – da empregada que esquentava o leite no copo favorito aos pais que viam uma obra de arte em cada rabisco em folha de sulfite que ele fazia – e cultivou uma dificuldade doentia em se ver num mundo de aptidões diversas. Outros cresceram em meios menos abastados – e bastou angariar postos na escala social para cuspir nos hábitos de colegas de velhos andares. Quem não chegou aonde chegaram – sozinho, frise-se – não merece respeito.

Rico, ex-pobre ou falidos, não importa: o reacionário clássico enxerga em tudo o que é diferente um potencial de destruição. Por isso se tranca e pede para não ser perturbado no próprio mundo. Porque tudo perturba: o presidente da República quer seu voto e seus impostos; os parlamentares querem fazê-lo de otário; os juízes estão doidos para tirar seus direitos acumulados; a universidade é financiada (por ele, lógico) para propagar ideias absurdas sobre ideais que despreza; o vizinho está sempre de olho na sua esposa, em seu carro, em sua piscina. Mesmo os cadeados, portões de aço, sistemas de monitoramento, paredes e vidros anti-bala não angariam de todo a sua confiança. O mundo está cheio de presidiários com indulto debaixo do braço para visitar familiares e ameaçar os seus (porque os seus nunca vão presos, mesmo quando botam fogo em índios, mendigos, prostitutas e ciclistas; índios, mendigos, prostitutas e ciclistas estão aí para isso).

Como não conhece o mundo afora, a não ser pelas viagens programadas em pacotes que garantem o translado até o hotel, e despreza as ideias que não são suas (aquelas que recebeu de pronto dos pais e o ensinaram a trabalhar, vencer e selecionar o que é útil e o que é supérfluo), tudo o que é novo soa ameaçador. O mundo muda, mas ele não: ele não sabe que é infeliz porque para ele só o que não é ele, e os seus, são lamentáveis.

Muitas vezes o reacionário se torna pai e aprende, na marra, o conceito de família. Às vezes vai à igreja e pede paz, amor, saúde aos seus. Aos seus. Vê nos filhos a extensão das próprias virtudes, e por isso os protege: não permite que brinquem com os meninos da rua nem que tenham contato com ideias que os retirem da sua órbita. O índice de infarto entre os reacionários é maior quando o filho traz uma camisa do Che Guevara para casa ou a filha começa a ouvir axé e namorar o vocalista da banda (se ele for negro o infarto é fulminante).

Mas a vida é repleta de frestas, e o tempo todo estamos testando as mais firmes das convicções. Mas ele não quer testá-las: quer mantê-las. Por isso as mudanças lhe causam urticárias.

Nos anos 70, vivia com medo dos hippies que ousavam dizer que o amor não precisava de amarras. Eram vagabundos e irresponsáveis, pensava ele, em sua sobriedade.

Depois vieram os punks, os excluídos de aglomerações urbanas desajeitadas, os militantes a pedir o alargamento das liberdades civis e sociais. Para o reacionário, nada daquilo fazia sentido, porque ninguém estudou como ele, ninguém acumulou bens e verdades como ele e, portanto, seria muito injusto que ele e o garçom (que ele adora chamar de incompetente) tivessem o mesmo peso numa urna, o mesmo direito num guichê de aeroporto, o mesmo lugar na fila do fast food.


O reacionário vive com medo. Mas não é inofensivo. Foto: Galeria de GorillaSushi/Flickr

Para não dividir espaços cativos, frutos de séculos de exclusão que ele não reconhece, eleva o tom sobre tudo o que está errado. Sabendo de seus medos e planos de papel, revistas, rádios, televisão, padres, pastores e professores fazem a festa: basta colocar uma chamada alarmista (“Por que você trabalha tanto e o País cresce tão pouco?”) ou música de suspense nas cenas de violência (“descontrolada!”) na tevê para que ele se trema todo e se prepare para o Armagedoon. Como bicho assustado, volta para a caixinha e fica mirabolando planos para garantir mais segurança aos seus. Tudo o que vê, lê e ouve o convence de que tudo é um perigo, tudo é decadente, tudo é importante, tudo é indigno. Por isso não se deve medir esforços para defender suas conquistas morais e materiais.

E ele só se sente seguro quando imagina que pode eliminar o outro.

Primeiro, pelo discurso. No começo, diz que não gosta desse povinho que veio ao seu estado rico tirar espaço dos seus. Vive lembrando que trabalha mais e paga mais impostos que a massa que agora agora quer construir casas em seu bairro, frequentar os clubes e shoppings antes só repletos de suas réplicas. Para ele, qualquer barberagem no trânsito é coisa da maldita inclusão, aqueles bárbaros que hoje tiram carta de habilitação e ainda penduram diplomas universitários nas paredes. No tempo dele, sim, é que era bom: a escola pública funcionava (para ele), o policial não se corrompia (sobre ele), o político não loteava a administração (não com pessoas que não eram ele).

Há que se entender a dor do sujeito. Ele recebeu um mundo pronto, mas que não estava acabado. E as coisas mudaram, apesar de seu esforço e sua indignação.

Ele não sabe, mas basta ter dois neurônios para rebater com um sopro qualquer ideia que ele tenha sobre os problemas e soluções para o mundo – que está, mas ele não vê, muito além de um simples umbigo. Mas o reacionário não ouve: os ignorantes são os outros: os gays que colocam em risco a continuidade da espécie, as vagabundas que já não respeitam a ordem dos pais e maridos, os estudantes que pedem a extensão de direitos (e não sabem como é duro pegar na enxada), os maconheiros que não estão necessariamente a fim de contribuir para o progresso da nação, os sem-terra que não querem trabalhar, o governante que agora vem com esse papo de distribuir esmola e combater preconceitos inexistentes (“nada contra, mas eles que se livrem da própria herança”), os países vizinhos que mandam rebas para emporcalhar suas ruas.


Muitas vezes o reacionário se torna pai e aprende o conceito de família. Vê nos filhos a extensão das próprias virtudes, e por isso os protege: não permite que brinquem com os meninos da rua nem que tenham contato com ideias que os retirem da sua órbita

O mundo ideal, para o reacionário, é um mundo estático: no fundo, ele não se importa em pagar impostos, desde que não o incomodem.

Como muitos não o levam a sério, os reacionários se agrupam. Lotam restaurantes, condomínios e associações de bairro com seus pares, e passam a praguejar contra tudo.

Quando as queixas não são mais suficientes, eles juntam as suas solidões e ódio à coletividade (ironia) e passam a se interessar por política. Juntos, eles identificam e escolhem os porta-vozes de suas paúras em debates nacionais. Seus representantes, sabendo como agradar à plateia, são eleitos como guardiões da moralidade. Sobem a tribunas para condenar a devassidão, o aborto, a bebida alcoolica, a vida ao ar livre, as roupas nas escolas. Às vezes são hilários, às vezes incomodam.

Mas, quando o reacionário se vê como uma voz inexpressiva entre os grupos que deveriam representá-lo, bota para fora sua paranóia e pragueja contra o sistema democrático (às vezes com o argumento de que o sistema é antidemocrático). E se arma. Como o caldo cultural legitima seu discurso e sua paranoia, ele passa a defender crimes para evitar outros crimes – nos Estados Unidos, alvejam imigrantes na fronteira, na Europa, arrebentam árabes e latinos, na Candelária, encomendam chacinas e, em QGs anônimos, planejam ataques contra universitários de Brasília que propagam imoralidades (leia mais AQUI).

O reacionário, no fim, não é patrimônio nacional: é um cidadão do mundo. Seu nome é legião porque são muitos. Pode até ser fraco e viver com medo de tudo. Mas nunca foi inofensivo.


TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:

Especial Privataria Tucana: Campanha já arrecadou R$ 18 mil

No Terra Brasilis


O jornal Brasil de Fato lançou no dia 23 de março uma campanha para levar o Privataria Tucana a todos os recantos do Brasil.

A ideia nasceu do fato de que, mesmo com preços promocionais, o livro tem um custo alto para boa parte dos orçamentos: cerca de 30 reais. Além disso, por problemas de distribuição, o livro não chegou ainda aos lugares mais distantes dos grandes centros do país.

Até o momento, em duas semanas, foram depositados R$ 18 mil, doados por mais de duas centenas de brasileiros e brasileiras que querem que a população conheça as denúncias do livro.

A página do Brasil de Fato (www.brasildefato.com.br/node/9130) tem divulgado uma vez por semana o total recebido. Será publicada também a lista dos depósitos recebidos, sem expor o nome daqueles que depositaram.

A expectativa é encerrar a campanha até o final de abril para aproveitar o clima criado pelos escândalos em torno do senador Demóstenes Torres, a fragilidade do PSDB-DEM e pressionar pela instalação da CPI da Privataria.

Cotas para sindicatos

Queremos colocar na rua 1 milhão de jornais. O grosso dos recursos é para rodar na gráfica o jornal (em torno de R$ 60 mil reais), além do montante para a distribuição nacional via transportadora e do necessário para a produção do jornal.

A campanha é um sucesso, porque cidadãos e cidadãs brasileiros que não querem deixar barato os crimes das privatizações de FHC estão contribundo. Agora, o jornal quer envolver sindicatos, que tenham interesse em ajudar a rodar 1 milhão de jornais.

Para isso, estamos vendendo cotas de R$ 5 mil por 20 mil exemplares do jornal especial para distribuir para diversas categorias. Serão divulgados na página do Brasil de Fato o nome dos sindicatos que querem a CPI e ajudaram a rodar o especial.

Popularizar

A edição especial do Brasil de Fato servirá ao mesmo tempo para fazer propaganda do livro e matar a curiosidade de muitos leitores que não conseguem comprá-lo.

O jornal não vai, obviamente, reproduzir todo o livro. A ideia é uma edição que inclua alguns trechos, mais comentários, ilustrações e, provavelmente, uma entrevista com o autor.

Amaury Ribeiro Jr., consultado sobre a ideia, topou.

A ideia é usar a rede de distribuição dos movimentos sociais, a única capaz de rivalizar com as emissoras de televisão no Brasil: chegar aos bairros mais pobres das periferias das grandes metrópoles, ao interior do Nordeste e aos vilarejos da Amazônia.

Todo o trabalho será voluntário.

Para assegurar a lisura e transparência desta campanha, montamos uma comissão formada pelos jornalistas: Altamiro Borges (Barão de Itararé), Igor Felippe Santos (MST) e Nilton Viana (editor-chefe do Brasil de Fato).

Agora, precisamos de sua contribuição para pagar as despesas.

Quem quiser depositar via cartão de crédito, fique atento na página na internet do Brasil de Fato porque logo será possível.

Deposite qualquer quantia para: SOCIEDADE EDITORIAL BRASIL DE FATO (CNPJ 05.522.565/0001-52)

Banco: Bradesco

Agência: 0296 – 8

Conta Corrente: 67.621 – 7

ou

Banco: Banco do Brasil

Agência: 0383 – 2

Conta Corrente: 16.580 – 8



TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Escândalo Demóstenes-Cachoeira expõe Brasil como país de otários

Por Eduardo Guimarães


Venho de uma maratona de três dias com a filha caçula (13 anos) na UTI de um hospital. Fui “rendido” na vigília ao lado dela por um acompanhante substituto e temporário – ficará com menina até à noite para que eu possa, por algumas horas, finalmente desfrutar do luxo de uma cama após três noites dormindo em uma poltrona.

Esta irrequieta veia de blogueiro, no entanto, não me deixa pegar no sono. Vim caminhando do hospital até em casa – são só quatro quadras – já fuçando a internet pelo celular e perguntando nas redes sociais quais eram as últimas sobre o caso Demóstenes-Cachoeira, que pôs o país perplexo ao desnudar alguns fatos que parecem oriundos de uma ficção policial ou de espionagem.

Amigos daquelas redes me mostraram que Hollywood não faria melhor. Primeiramente, descubro que não preciso mais da imprensa porque foi só de ontem para hoje que jornais como Folha de São Paulo e O Globo deram uma notícia da qual eu tomara conhecimento há quase uma semana: o governador de Goiás, Marconi Perillo, está envolvido no escândalo em tela.

Diálogos de assessores diretos do governador com o bicheiro Carlinhos Cachoeira que este blog e ao menos outros dois publicaram no meio da tarde do dia 29 último – portanto, há seis dias – através da reprodução do inquérito da Justiça sobre a Operação Monte Carlo já davam, então, acesso ao material que aqueles jornais parecem só ter notado na terça-feira (3) e que só realçaram em suas páginas na quarta (4).

Ainda não chegou à grande mídia outra notícia estupefaciente (venho querendo usar o adjetivo há dias, porque me surgiu do nada na cabeça). A maior revista semanal do país, a qual ganhou fama por publicar escândalos políticos, empreendeu uma epopéia denuncista contra um só lado do espectro político ao longo da década passada valendo-se de relações permanentes e profundas com uma quadrilha que se encontra (quase) toda presa.

Um jornalista e blogueiro de renome publica, em primeira mão, que a publicação que se relaciona com bandidos manteve centenas de ligações telefônicas com eles sem jamais ter notado que enquanto eles lhe forneciam informações sobre políticos aos quais essa publicação se opõe escancaradamente, cometiam graves crimes. Tão graves que foram flagrados pela Polícia Federal.

Em seguida, o mesmo jornalista divulga uma extensa lista de matérias de capa que a tal revista semanal publicou contra o governo do país e informa que todas elas derivaram de informações daquela quadrilha que está vendo o sol nascer quadrado em uma penitenciária de segurança máxima.

Enquanto isso, a mesma revista e outros grandes veículos tão distraídos que até agora não descobriram nada disso, tentam, desesperadamente, achar algum membro do partido do governo federal ou de algum partido aliado para envolver em um escândalo que mostra que o segundo maior partido de oposição não passa de um ajuntamento de criminosos que vai sendo flagrado ano após ano, obrigando esse “partido” a uma teatralização de “surpresa” com os crimes de mais um membro até então emérito.

Essa grande imprensa que se especializou em divulgar escândalos valendo-se de informações miraculosamente levantadas contra o governo federal não foi capaz de ver o que acontecia na oposição – ainda que, até 2003, vivesse descobrindo escândalos do partido que, então, era oposição e que, hoje, ocupa o Poder.

Ainda estou caminhando entre o hospital e a minha residência quando um amigo argentino, que também é jornalista, liga-me no celular e pergunta se é verdade que a tal revista publicou todas aquelas matérias contra o governo usando informações da quadrilha de Goiás, e revela que a imprensa internacional só espera a confirmação dessas informações para divulgá-las.

Para a nossa imprensa seria mais fácil. Os relatórios da Polícia Federal e o próprio inquérito que está na Justiça sobre a operação Monte Carlo permitem comprovar tudo. Porém, a imprensa brasileira fatalmente será furada pela estrangeira, pois as provas contra a tal revista são escandalosas.

Quando a imprensa internacional começar a discutir esse assunto, o mundo saberá que as instituições se mobilizaram para investigar denúncias que aquela revista publicou e que se originaram de uma quadrilha de criminosos (!) com a qual a tal publicação mantinha estreita relação. Também saberá que tais denúncias consumiram recursos públicos e nenhuma foi comprovada.

Detalhe: refiro-me às denúncias contra o governo federal que a revista fez baseada em informações da quadrilha que está no xilindró e que, nos grampos da Polícia Federal, os bandidos dizem que foram “todas” fornecidas por eles mesmos.

O que o mundo dirá do Brasil? O que você diria de um país que coloca polícia, toda a grande imprensa, a Procuradoria da República e até o Judiciário para correrem atrás de denúncias feitas por bandidos de forma a distraírem essas autoridades das próprias atividades criminosas? Você, leitor, não sei, mas eu diria que é um país de otários.

TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO: