sábado, 31 de dezembro de 2011

John Perkins - Confissões de um Assassino Econômico


Capa do livro
De maneira bem resumida, Confissões de um Assassino Econômico é um relato da trajetória de John Perkins, ele mesmo um assassino econômico, que fala com o conhecimento de causa de quem já fez uso de métodos escusos para defender os interesses econômicos (e políticos) dos Estados Unidos em terras estrangeiras.

Vamos direto à sinopse que consta no site da Editora Cultrix, detentora dos direitos da obra no Brasil.

Como o próprio título do livro sugere, em tom confessional, o autor revela os mecanismos secretos do controle do imperialismo norte-americano nos países pobres estrategicamente importantes. A história do próprio autor se mescla à história contemporânea de países onde esteve, como Indonésia, Panamá, Colômbia, Arábia Saudita, Equador e Irã.

Já de início John Perkins relata como, ainda jovem, foi recrutado secretamente pela Agência de Segurança Nacional americana e incluído na folha de pagamento da empresa internacional de consultoria chamada Chas. T. Main, empresa pela qual conheceu esses países. Sua função nesses gigantescos bolsões de miséria era maquiar os números, servindo exclusivamente aos interesses da corporatocracia norte-americana, ou seja, uma coalizão entre governo, bancos e corporações.

John Perkins
Autodenominados "Assassinos Econômicos" ou simplesmente AEs, John Perkins e seus colegas eram instruídos a sair desses países com algum "projeto mirabolante", como a construção de redes elétricas por exemplo. O objetivo era deixar esses países cada vez mais endividados. "Assassinos econômicos são profissionais altamente remunerados cujo trabalho é lesar países ao redor do mundo. Entre seus instrumentos de trabalho, incluem-se relatórios adulterados, pleitos eleitorais fraudulentos, subornos, extorsões, sexo e assassinato", afirmou.

Decidido a mudar o curso de sua vida e motivado pelos acontecimentos da história recente como o 11 de Setembro, o autor levou adiante o seu plano de revelar os bastidores do imperialismo norte-americano. "Por várias vezes fui convencido a deixar de escrever este livro. Recomecei-o mais de quatro vezes durante vinte anos. Na época, as ameaças e os subornos sempre me convenciam a parar", disse.

Não sei por que, mas essa história me parece familiar. E você, ficou curioso? Não fique, leia o livro. Mas se a ansiedade é grande, acompanhe aqui mesmo o que o autor tem a dizer sobre a sua função como agente a serviço do Tio Sam.


TEXTO REPLICADO DO BLOG: Geografia eTal

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A blogosfera está de luto

Morreu, no último 26 de outubro de 2011, o amigo, camarada, companheiro e blogueiro Gilberto Azevedo, do blog PERNAMBUCO FALANDO PARA E COM O MUNDO.Para quem não sabe, Gilberto era parente de Gregório Bezerra, o grande líder comunista pernambucano.Falei com Gilberto no último mês julho, ele estava bastante animado, pois conseguira passar num concurso na Escola Agrotécnica Federal de Barreiros-PE(parece que mudou de nome), minha cidade natal, para fazer um curso ligado à Engenharia Civil.Gilberto era um socialista convicto, tinha pavor das injustiças sociais, um cara totalmente sensível aos problemas que ainda afetam uma grande parte da população brasileira:a fome. Com a morte de Gilberto perde Pernambuco, perde o Nordeste, perde o Brasil, perde a blogosfera lulopetista e, principalmente, perde todas aquelas pessoas que sonham com um país mais justo, mais humano.Que Deus o tenha em um bom lugar.

TEXTO REPLICADO DO TERROR DO NORDESTE

sábado, 24 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Pesquisa mostra que país apoia a CPI da Privataria Tucana

 Nas últimas duas semanas, vem sendo cada vez mais comentado o roubo de dinheiro público durante o processo de privatização de empresas estatais conduzido pelo primeiro governo Fernando Henrique Cardoso, roubo esse que se deu através de pagamento de propinas a figuras-chave do governo tucano, figuras entre as quais se destacou o ex-ministro do Planejamento José Serra.

Esse debate, desencadeado pelo livro-bomba A Privataria Tucana, vai crescendo devido a uma sensação da sociedade que a obra, por se concentrar mais no aspecto criminal, não aborda adequadamente. Refiro-me à sensação que o brasileiro tem de estar pagando até hoje pela forma desonesta com que o patrimônio público foi entregue a grupos econômicos nacionais e estrangeiros.

Antes que digam que inventei esse sentimento anti privatizações que há no Brasil, informo que essa afirmação se sustenta na última pesquisa sobre o tema que foi divulgada publicamente e que foi feita em 2007 peloinstituto Ipsos sob demanda do jornal O Estado de São Paulo.

Segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros (62%) é contra a privatização de serviços públicos. Apenas 25% aprovam. Isso ocorre devido ao povo achar que os serviços prestados à população em telefonia, estradas, energia elétrica e água e esgoto pioraram.

Detalhe: as mais altas taxas de rejeição (73%) apareceram entre os que têm nível superior de escolaridade e nas classes A e B.

Mas nem seria preciso que a pesquisa fosse feita. O tema privatizações veio à baila em 2006, durante a disputa eleitoral entre Lula e Geraldo Alckmin, e voltou à ribalta na disputa do ano passado, entre José Serra e Dilma Rousseff. Nas duas oportunidades, candidatos do PSDB, hoje visto como o partido das privatizações, tentaram se desvincular dessa pecha negando até a morte que pretendiam privatizar mais alguma coisa.

O livro sobre a privataria tucana mostra que nem sempre foi assim. A certa altura dos primeiros capítulos, o jornalista Amaury Ribeiro retrata as cobranças que a imprensa fazia abertamente ao governo FHC para que privatizasse mais rapidamente o que aquela mesma imprensa trataria de comprar, sobretudo na telefonia, e como ele dava garantias públicas aos futuros compradores da mamata de que privatizaria “tudo que fosse possível”.

Mas por que os brasileiros, que em meados dos anos 1990 apoiavam a venda indiscriminada de patrimônio público, passaram a ter tanta ojeriza à simples menção a privatizar qualquer coisa?

Garanto que não foi por falta de propaganda positiva alardeada pela imprensa desde antes de a privataria ser desencadeada no início dos anos 1990 pelo governo Fernando Collor de Mello. De lá para cá, incontáveis falácias foram despejadas sobre a sociedade para vender as privatizações como “modernidade” e para demonizar o papel do Estado na economia.

Tente se lembrar, leitor, de quantas vezes você já leu ou escutou frases como essa:

“A privatização nos permite ter hoje telefones à disposição de todos, quando antes telefone era coisa de rico, declarada até no imposto de renda.”

Tremenda empulhação. O que ampliou e barateou a oferta de linhas telefônicas foi a tecnologia. Nos anos 1990 houve uma revolução, um salto tecnológico sobretudo devido à fibra ótica. É o bom e velho efeito vídeo-cassete, em que o desenvolvimento tecnológico vai reduzindo preços. Quanto custava um notebook há alguns anos e quanto custa hoje?

Também dizem que havia que privatizar porque o Estado não dispunha de recursos para ampliar a rede de telefonia, para expandir a distribuição de energia elétrica ou para melhorar as estradas. Outra falácia. O livro do Amaury Ribeiro mostra que quem bancou a privatização foi o Erário, via financiamentos do BNDES aos clientes da privataria, e que as empresas foram pagas com moedas podres, isso quando os compradores desembolsaram alguma coisa.

Mas a grande rejeição mesmo se dá no que diz respeito às tarifas. O governo FHC chegou a multiplicar por cinco de forma a tornar as estatais mais atraentes aos grupos nacionais e estrangeiros que comprariam aquela pechincha, grupos entre os quais, não me canso de repetir, estiveram os grupos de comunicação que até hoje defendem processo em que compraram tanto por tão pouco.

Outra grande razão da rejeição tão maciça da sociedade à privataria tucana, fenômeno que foi preponderante para afastar os tucanos do poder nas três últimas eleições presidenciais, reside nos abusos que empresas de telefonia e de energia elétrica, entre outras, praticam contra os consumidores.

Quem são os campeões de queixas em órgãos de defesa do consumidor se não as empresas concessionárias de serviços públicos como telefonia ou energia elétrica? Quem não passou por constrangimentos, por danos morais e materiais exasperantes nos call centers dessas empresas? Quem já não foi tratado como um idiota, sendo obrigado a ficar até mais de uma hora ouvindo musiquinha no telefone antes de a ligação cair?

O brasileiro, como a mídia não informa, não sabe que a telefonia de seu país é a mais cara do mundo, como mostra o índice de Paridade de Poder de Compra que é calculado pela União Internacional de Comunicações (UIT) em 159 países, um índice em que o Brasil aparece no último lugar. Mas este povo pressente isso, pois todos sabem quanto da renda pessoal comprometem com telefonia.

Um pacote médio de 25 minutos de chamadas e 30 torpedos sai a US$42,00 no Brasil, a US$14,8 na Suiça e a míseros US$1,00 em Hong Kong. A situação também não é muito melhor na telefonia fixa, em que a média mundial do pacote básico custa US$9,00 enquanto que, no Brasil, custa US$13,4.

Temos a telefonia tão cara até hoje porque os contratos firmados por FHC e Serra não podem ser quebrados. Como aumentaram em até 500% o preço das tarifas e combinaram com os clientes da privataria taxas de reajuste leoninas, o país paga mais caro e continuará pagando, pois o governo rever esses contratos é considerado “crime hediondo” pelos “mercados”.

E nem vou falar nos pedágios para não irritar muito o leitor, que ainda deve estar sendo assediado pela reflexão que este impiedoso blogueiro lhe provocou ao lembrá-lo da tortura dos call centers, daquela musiquinha que é um verdadeiro crime contra os direitos humanos, dos atendentes treinados para tornar penoso ao consumidor requerer e cobrar seus direitos.

A mídia, devido aos negócios da China que papai FHC e titio Serra lhe propiciaram, diz que o povo é burro e mal-agradecido por não saber avaliar essa beleza de telefonia, essas estradas privatizadas com seus pedágios baratinhos, essas distribuidoras de energia elétrica que jamais nos deixam noites seguidas no escuro, nos verões.

Tudo isso acontece, meu indignado leitor, por falta dos investimentos com os quais se comprometeram os que compraram o patrimônio público a preço de banana. Investimentos, aliás, que foram o mote da privataria…

Se fizessem uma pesquisa para saber o que o povo acha de uma CPI que investigue a origem desses tantos dissabores que lhe infernizam a vida até hoje a fim de descobrir quem ganhou, quanto ganhou e como ganhou com seu sofrimento, por certo o resultado seria igual ao da pesquisa sobre a qualidade e os custos dos serviços privatizados divulgada pelo Estadão. Alguém duvida?

Texto retirado: Blog da Cidadania (Eduardo Guimarães)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Hora de rever as privatizações

Por Mauro Santayana

Se outros efeitos não causar à vida nacional o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., suas acusações reclamam o reexame profundo do processo de privatizações e suas razões. Ao decidir por aquele caminho, o governo Collor estava sendo coerente com sua essencial natureza, que era a de restabelecer o poder econômico e político das oligarquias nordestinas e, com elas, dominar o país. A estratégia era a de buscar aliança internacional, aceitando os novos postulados de um projetado governo mundial, estabelecido pela Comissão Trilateral e pelo Clube de Bielderbeg. Foi assim que Collor formou a sua equipe econômica, e escolheu o Sr. Eduardo Modiano para presidir ao BNDES - e, ali, cuidar das privatizações. 

Primeiro, houve a necessidade de se estabelecer o Plano Nacional de Desestatização. Tendo em vista a reação da sociedade e as denúncias de corrupção contra o grupo do presidente, não foi possível fazê-lo da noite para o dia, e o tempo passou. O impeachment de Collor e a ascensão de Itamar representaram certo freio no processo, não obstante a pressão dos interessados.

Com a chegada de Fernando Henrique ao Ministério da Fazenda, as pressões se acentuaram, mas Itamar foi cozinhando as coisas em banho-maria. Fernando Henrique se entregou à causa do neoliberalismo e da globalização com entusiasmo. Ele repudiou a sua fé antiga no Estado, e saudou o domínio dos centros financeiros mundiais – com suas conseqüências, como as da exclusão do mundo econômico dos chamados “incapazes” – como um Novo Renascimento. 

Ora, o Brasil era dos poucos países do mundo que podiam dizer não ao Consenso de Washington. Com todas as suas dificuldades, entre elas a de rolar a dívida externa, poderíamos, se fosse o caso, fechar as fronteiras e partir para uma economia autônoma, com a ampliação do mercado interno. Se assim agíssemos, é seguro que serviríamos de exemplo de resistência para numerosos países do Terceiro Mundo, entre eles os nossos vizinhos do continente. 

Alguns dos mais importantes pensadores contemporâneos- entre eles Federico Mayor Zaragoza, em artigo publicado em El País há dias, e Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia - constataram que o desmantelamento do Estado, a partir dos governos de Margareth Thatcher, na Grã Bretanha, e de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, foi a maior estupidez política e econômica do fim do século 20. Além de concentrar o poder financeiro em duas ou três grandes instituições, entre elas, o Goldman Sachs, que é hoje o senhor da Europa, provocou o desemprego em massa; a erosão do sistema educacional, com o surgimento de escolas privadas que só servem para vender diplomas; a contaminação dos sistemas judiciários mundiais, a partir da Suprema Corte dos Estados Unidos – que, entre outras decisões, convalidou a fraude eleitoral da Flórida, dando a vitória a Bush, nas eleições de 2000 -; a acelerada degradação do meio-ambiente e, agora, desmonta a Comunidade Européia. No Brasil, como podemos nos lembrar, não só os pobres sofreram com a miséria e o desemprego: a classe média se empobreceu a ponto de engenheiros serem compelidos a vender sanduíches e limonadas nas praias.

É o momento para que a sociedade brasileira se articule e exija do governo a reversão do processo de privatizações. As corporações multinacionais já dominam grande parte da economia brasileira e é necessário que retomemos as atividades estratégicas, a fim de preservar a soberania nacional. É também urgente sustar a incontrolada remessa de lucros, obrigando as multinacionais a investi-los aqui e taxar a parte enviada às matrizes; aprovar legislação que obrigue as empresas a limpa e transparente escrituração contábil; regulamentar estritamente a atividade bancária e proibir as operações com paraísos fiscais. É imprescindível retomar o conceito de empresa nacional da Constituição de 1988 – sem o que o BNDES continuará a financiar as multinacionais com condições favorecidas. 

A CPI que provavelmente será constituída, a pedido dos deputados Protógenes Queiroz e Brizola Neto, naturalmente não se perderá nos detalhes menores – e irá a fundo na análise das privatizações, a partir de 1990, para que se esclareça a constrangedora vassalagem de alguns brasileiros, diante das ordens emanadas de Washington. Mas para tanto é imprescindível a participação dos intelectuais, dos sindicatos de trabalhadores e de todas as entidades estudantis, da UNE, aos diretórios colegiais.Sem a mobilização da sociedade, por mais se esforcem os defensores do interesse nacional, continuaremos submetidos aos contratos do passado. A presidente da República poderia fazer seu o lema de Tancredo: um governante só consegue fazer o que fizer junto com o seu povo.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

Matéria copilada do site: http://www.cartamaior.com.br

Texto replicado deste endereço:  http://alexprado33.blogspot.com/

Textos relacionados:
O Silêncio da Cumplicidade
Cadê a Imparcialidade da Imprensa

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O SILÊNCIO DA CUMPLICIDADE


Foi lançado recentemente o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Júnior, que está causando um estardalhaço na internet, mais especificamente nas chamadas  Rede Sociais e um silêncio profundo na Câmara dos Deputados e Senadores, em alguns grandes meios de comunicação, principalmente na Rede Globo, Folha de São Paul, O Estado de São Paulo (O Estadão) e Revista Veja e nos meios de comunicação são alinhados aos meios de comunicação já citados. Silêncio esse que chegou a ser questionado por alguns jornalistas de outros meios de comunicação com menor audiência, como o comentário feito pelo jornalista  Bob Fernandes no vídeo abaixo:

Acredito que o jornalista Bob Fernandes ao fazer esse questionamento ainda não tinha lido o livro recém-lançado "A Privataria Tucana", porque se tivesse lido, iria perceber que o motivo deste silêncio, é que o livro trás documentos que comprometem esses mesmos meios de comunicação, como denunciado no texto "Famílias midiáticas estão na cola do Amaury. Saiba por quê", escrito por Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania (clique aqui).

O único canal de televisão que mostrou reportagem com o autor do livro, o Jornalista Amaury Júnior, até o momento desta publicação, foi a Record News, como pode ser visto no vídeo abaixo:

O Jornalista Paulo Henrique Amorim abriu espaço para entrevista do autor do livro em questão:

Na Bandnews - FM, o colunista Ricardo Boechat tirou "A Privataria Tucana" do fundo do armário e rasgou o verbo:
- Não há como os tucanos negarem que houve roubalheira na privataria;
- Não há como negar as ligações "incestuosas" dos tucanos com Daniel Dantas na privataria;

domingo, 11 de dezembro de 2011

Cadê a imparcialidade da impressa?


Quando do lançamento dos livros de Diogo Maynard (O Lula é minha anta) e de Reinaldo Azevedo (O Pais dos Petralhas) foram destaques na grande imprensa (Rede Globo, Revista Veja, O Estadão, Folha de São Paulo, etc) e com direito a entrevistas no programa de Jô Soares na Rede Globo. Para ver a entrevistas com Diogo Maynard clique aqui e com Reinaldo Azevedo clique aqui. Para quem teve a oportunidade de ler esses dois livros irão perceber que se fazem acusações sem as devidas apresentações de documentação como provas, sem falar que o título do Livro de Diogo Maynard por si só já é pejorativo!

 Esta semana foi lançado o livro "Privataria Tucana"  do Jornalista Amaury Junior, que denuncia os fatos com a apresentação de provas documentais (isso é muito importante)  e até agora nenhum desses meio de comunicação, citados acima, tocou no assunto e aí vem as perguntas: cadê a imparcialidade desses meios de comunicação? Cadê a famosa liberdade de imprensa que tanto esses mesmos meios de comunicação vivem pregando? Ou essa liberdade de expressão só serve para expressar o que os donos desses meios de comunicação querem? Só eles tem direito a voz?
Censurado pela grande imprensa!!!

Assita  a seguir entrevista do Jornalista Amaury Júnior

Este vídeo foi conseguido neste endereço:
http://profdiafonso.blogspot.com/2011/12/lancamento-de-privataria-tucana-e.html

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Brasil: a Copa (não) é nossa


ALAI AMLATINA, 26/11/2011.- Para que um país funcione bem é preciso regras. São necessárias leis e aqueles que as façam cumprir, caso contrário, caímos numa anarquia. O Brasil possui mais leis que população. Em princípio, nenhuma delas pode contradizer a lei maior: a Constituição. Só na teoria. Na prática, e no próximo Campeonato de Futebol, a teoria é outra. 

Ante o megaevento do futebol tudo se torna um transtorno. A legislação corre o perigo de ser ignorada e, se acontece assim, as empresas associadas à FIFA ficarão isentas de pagar impostos. 

A lei de responsabilidade fiscal, que limita o endividamento, será flexibilizada para facilitar as obras destinadas ao Campeonato e às Olimpíadas. Como enfatiza o professor Carlos Vainer, especialista em planificação urbana, um município poderá endividar-se para construir um estádio, porém não para efetuar obras de saneamento... 

A FIFA é um cassino. Num cassino muitos jogam, porém poucos ganham. E quem não perde nunca é o dono do cassino. Assim funciona a FIFA, que se interessa mais pela ganância que pelo esporte. Por isso, desembarca no Brasil com sua tropa de choque para obrigar o governo a esquecer leis e costumes. 

A FIFA quer proibir, durante o campeonato, a comercialização de qualquer produto num raio de 2 km ao redor dos estádios. Exceto as mercadorias vendidas pelas empresas associadas a ela. Que fique bem claro: para o comércio local, portas fechadas; para camelôs e ambulantes, a polícia contra eles. Abram alas para a FIFA! Quase 170 mil pessoas serão removidas de suas casas para que sejam construídos estádios. E quem garante que serão devidamente indenizadas? 

A FIFA quer o povo longe do Campeonato. Que se contentem acompanhando pela TV. Entrar nos estádios será privilégio da elite, dos estrangeiros e dos que possuem dinheiro para comprar entradas. Vale ressaltar que uma boa quantidade de entradas será vendida na Europa antecipadamente. 

A FIFA quer impedir o direito à meia-entrada. Fora estudantes e idosos! E nada de entrar nos estádios com as empadinhas da vovó ou o lanche dietético recomendado pelo médico. Até a água será proibida. 

Todos serão revistados na entrada. Só uma empresa de fast-food (lanchonete) poderá vender seus produtos nos estádios. E a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios, que está em vigor no Brasil, será quebrada em prol de uma marca de cerveja produzida nos EUA. 

O prestigioso jornal Le Monde Diplomatique comenta: “A celebração de um megaevento desportivo como este autoriza também a megaviolação de direitos, o megaendividamento público e as megairregularidades”.
A FIFA quer suspender, apenas durante o campeonato, a vigência do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e o do Código de Defesa do Consumidor. Todas essas propostas ilegais estão contidas no Projeto de Lei 2.330/2011, que se encontra em trâmite no Congresso. No caso de ser aprovado, o Governo poderá fazê-las efetivas através de medidas provisórias. 

Se você quiser fazer uma camiseta com a frase “Copa 2014”, tenha cuidado. A FIFA está solicitando ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro de mais de mil títulos, entre os quais o numeral “2014”. 

(Não) confiem numa desordem como esta: a FIFA quer instituir tribunais de exceção durante o campeonato. Sanções relacionadas com a venda de produtos e com o uso de ingressos e publicidade. No projeto de lei antes citado, o artigo 37 permite criar juizados especiais, grupos e câmaras especializadas para as causas relacionadas aos eventos. Uma justiça paralela! 

Na África do Sul, foram criados 56 Tribunais Especiais do Campeonato. O roubo de uma câmera fotográfica foi sancionado com 15 anos de prisão! E pior ainda: caso gerassem danos e prejuízos para a FIFA, a culpa e a reparação dos mesmos ficariam a cargo do Estado. Ou seja, o Estado brasileiro passa a ser fiador da FIFA em seus negócios particulares.

Já e hora de os torcedores organizados e dos movimentos sociais colocarem a bola em jogo e mirarem o gol. Pressionar o Congresso e impedir a aprovação da lei que deixa a legislação brasileira no banco de reservas. Caso contrário, o torcedor brasileiro vai ter que se conformar em assistir aos jogos pela televisão.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza

Texto original neste endereço:

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O COMANDO DAS TRANSNACIONAIS

          A globalização de produção é liderada pelas companhias transnacionais, que funcionam como destacamentos avançados da Tríade Imperial no interior de cada um dos países em que possuem filiais, não só buscando a valorização do capital, mas também influenciando a política econômica destas nações. Estas corporações, com as suas redes de filiais espalhadas pelo mundo, têm a possibilidade, especialmente na periferia, de se aproveitar das melhores possibilidades de cada país, em termos de matérias-primas, mão-de-obra barata, concessões fiscais e creditícias e podem ainda articular a produção em escala global, rompendo assim os estreitos limites da produção nacional e eventual escassez de matéria-prima ou mão-de-obra.

          Em outras palavras, as transnacionais transformaram o mundo numa imensa reserva de matérias-primas e mão de obra à sua disposição. Ganharam a flexibilidade para a reprodução ampliada do capital a partir de bases internacionais, quer segmentado as peças, de acordo com o menor custo de produção, e montando o produto final nos países centrais, quer fabricando o produto inteiro e vendendo-o nos próprios países onde é fabricado, ou simplesmente podendo desenhar o produto num país, fazer o protótipo em outro e produzir em massa onde haja a mão-de-obra mais barata (como ocorre com o tênis NIKE) e posteriormente vender a mercadoria no mercado mundial.

          As companhias transnacionais compreendem um conjunto de cerca de 63 mil matrizes e cerca de 690 mil filiais (WIR, 20000), além de um conjunto de milhares empresas a elas vinculadas (fornecedores, comerciantes etc.), cujo espaço geográfico envolve praticamente todas a regiões do planeta. Do conjunto destas corporações o que conta mesmo são as 100 principais, cuja produção representa o núcleo mais dinâmico da produção mundial. “As filiais estrangeiras das 100 primeiras empresas transnacionais concentram sua atividade principal na área de equipamentos eletrônicos e elétricos, automóveis, petróleo, produtos químicos e produtos farmacêuticos” (WIR, 2002). Ressalta-se que neste grupo de grandes conglomerados, até 2001, constava apenas uma empresa da periferia, a Petróleo de Venezuela – PDVSA. No relatório de 2002, estão listadas mais duas empresas desse grupo de países: A Whampoa, de Hong Kong, e a Cemex, do México. Portanto, das cem maiores do mundo, apenas três pertencem a países da periferia.

          Para se ter uma ideia do peso das corporações transnacionais na economia mundial, continuamos expondo mais dados do relatório da Unctad: o produto bruto associado à produção internacional e às vendas das filiais estrangeiras destas corporações aumentou mais rápido que o produto bruto mundial. Em 1980, aumentou mais rápido que o produto bruto mundial. Em 1980, as vendas destas empresas em todo o mundo somaram US$ 3 trilhões, 1999 já atingiram US$ 14 trilhões, representando quase o dobro das exportações mundiais no período. O produto bruto das vendas no estrangeiro representa uma décima parte do produto bruto mundial, enquanto em 1982 representava somente a vigésima parte (WIR, 2000). Esses dados demonstram o imenso poder econômico que as corporações possuem e provam que a produção mundial tem sua dinâmica centrda nos negócios realizados por etas empresas.

          Esse poderio po ser verificado examinando-se o ranking destas empresas e sua relação com o PIB de vários países do mundo. Por exemplo, as sete maiores firmas tem um volume de negócios anual de US$ 961 bilhões, portanto semelhante ao PIB da China, o país mais populosos do mundo. As seis maiores têm um um volume de negócios maior que o PIB do Brasil. As cinco maiores geram recursos maiores que o PIB das Ásia Sul (inclusive a Índia). A General Motors, Daimler, Crysler e Ford, com negócios somando 460,3 bilhões, superam o PIB da Índia. Somente a General Motors e a Daimler tem volume de negócios maior que o PIB da Rússia. Ou somente a General Motors tem um volume de negócio anual maior que os 48 países menos avançados (Toussaint, 2002, p. 57). Por esses dados pode-se ver claramente a dimensão econômica das corporações transnacionais e o imenso potencial que possuem para influenciar as políticas governamentais dos países da periferia no sentido de atender aos seus interesses.

          Além do gigantismo econômico, essas empresas controlam vários setores da economia mundial,  do comércio aos ramos de produção propriamente ditos. Por exemplo, no setor de micro-processadores, apenas o grupo Intel controlava, em 1977, 60% de todo o mercado mundial. Na aeronáutica civil, somente dois grupos, Boeing e Airbus, detinham, em 1998, 95% da produção mundial. No setor de equipamentos para telecomunicações, em 1997, quatro grupos possuíam mais de 70% das vendas mundiais. No setor de bancos de imagens, em 1994, três empresas eram responsáveis por 80% da produção mundial. No setor de fumo, apenas três empresas controlavam 87% de tudo que era comercializado no mercado mundial. No setor de material médico, cinco empresas detinham em, 1989, 90% da produção mundial (Toussaint, 2002, p. 64).

           No que se refere ao comercio mundial, as transnacionais não só romperam as tradicionais teorias das vantagens comparativas, ao transformar o comércio intra-firma num elemento fundamental do comercio mundial, atualmente por volta de 40% do volume global, como controlam 70% do comércio mundial. O comércio intra-firma não obedece aos preços internacionais de mercado, posto a que relação entre matriz e filial é de inteira subordinação por parte da segunda. Neste caso, são bem conhecidas as formas com que as filiais transferem renda para as matrizes. Existe farta documentação sobre os processo de superfaturamento o (venda da matriz para a filial a preços acima do mercado) e subfaturamento (venda de filial para a matriz a preços abaixo do mercado). A essa nova forma de transferência de recursos da periferia para o centro os especialistas procuram dar o nome pomposo de preços de transferências.

          As transnacionais também controlam com mão de ferro a inovação tecnológica, bastando dizer que 95% da pesquisa e desenvolvimento mundial são realizados nos países da organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a  elite do grande capital mundial.

A transnacional é o único participante do sistema de inovação que pode escolher entre  três forma de valorização de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento: a produção de bens para a exportação, baseada em inovação de processos ou incorporando inovações de produtos; a venda das patentes ou concessões de licença, cedendo o direito de utilizar as inovações , por fim e sobretudo, a exploração das tecnologias no interior do espaço privado dos grupos. (Chesnais, 1996, p. 147)

          A concentração das inovações tecnológicas por parte das corporações transnacionais é fruo de privatizações do conhecimento, que vem se consolidando desde o aparecimento dos monopólios no início do século passado. Esse processo faz com que, cada vez mais, as tecnologias avançadas passem a ser criadas nos países centrais, retando aos países periféricos apenas a utilização das inovações, sem a transferência dos padrões e códigos que permitam desenvolver e internalizar esse conhecimento. Dessa forma, amplia-se de maneira geométrica o fosso tecnológico entre os países centrais e os periféricos, fato que vem se consolidando com a maior rapidez após os acordos do Gatt (Acordo Geral para Tarifas e Comércio), atualmente substituídos pela Organização Mundial do Comércio.

          Esses acordos, elaborados a partir das pressões dos grandes grupos, reforçam os direitos de propriedade, impedem o desenvolvimento de produtos semelhantes e permitem que as corporações se apropriem, inclusive, da biodiversidade mundial e do intenso patrimônio do saber popular acumulado ao longo da história da humanidade.

As trasnacionais da bioindustria agrlimentar(...) percorrem o mundo para estabelecer seus direitos de "descoberta" fazendo registrá-lo no seu nome. Pilham assim o partimonio elaborado pacientemente pela humanidade. (Toussaint, 2001, p. 152)

          Enquanto concentram a tecnologia de ponta nos países de origem, desenvolvem políticas que visam depreciar os trwmos de troca entre o Norte e Sul, em função do controle que exercem no comércio mundial.  Por exemplo, o preço da tonelada de soja, em m1908, era de US$830, caiu para US$447,3 em 1990 e US$336,20 em 2000. O preço do café robusta (centavos por quilo) decresceu de US$450,5 em 1990 para US$90,8 em 2000. A laranja, que em 1980 caLIA us$555,8 a tonelada retrocedeu para US$361,40 em 2000. O minério de ferro, que custava US$39 centavos a tonelada caiu para US$28,6; a prata que despencou de US$2.866,1 centavos-onça para US$497, todos no mesmo período. Os dois úncios produtos que opbtiveram algum aumento de preço no nperíodo foi a maedira cortada da Malásia, que subiu de US$500 o metro cúbico para US$593 no período considerado e o zinco, que crescedu de US$105,7 centavos por queilo para US$112,2 entre 1980 e 2000 (Toussaint, 2001, p.81).

          Em termos de perspectiva, as relações de trocas desiguais e o monopólio tecnológico criam um círculo vicioso nas relações entre as nações e aprofundam proporcionalmente o atraso em que esses países vivem desde os tempos em que o capital internacional passou a delimitar o seu destino.

Tudo converge para que esses países permanençam prisioneiros de especializações tornadas obosoletas pela evolução dos conhecimentos cientificos e das tenologicas acumuladas pelos países avançados, especialmente dentro dos grandes grupos. Como antigos países colonizados, herdeiros de aparelhos estatais herdados da potência tutelar, com elites dirigentes formadas nas escola do parasitismo e da corrupção, eles ficam praticamente sem meios de defesa dianate dessa evoluções. (Chesnais, 1986, p.211)

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TEXTO RETIRADO DO LIVRO

COSTA, Edmilson, A Globalização e o Capitalismo Contemporâneo. Editora Expressão Popular – São Paulo - 2008