quarta-feira, 27 de julho de 2016

A moderna economia brasileira!

Os economistas sonham, em seus cálculos, uma produção voltada para custo zero. Tentam a todo custo controlar o Estado e suas leis para conseguirem produtos e mão-de-obra com custos mais baixos. Claro que falam isso dizendo que se trata de modernizar a economia e para tanto tentam fazer com que a carga horária seja o maior possível, retirada de direitos trabalhistas e com o salário menor possível para produzir um lucro cada vez maior.

Atualmente, os economistas argumentam que para melhorar a economia é necessário aumentar a carga horária de trabalho (isso visando aumentar o lucro das empresas), retirar direitos trabalhistas alegando que irá criar condições para contratar mais pessoas. Segundo notícias na grande imprensa, aumentando o lucro e retirando custos trabalhistas a empresas irá ter mais lucro e poderá contratar mais.

As contradições começam logo com a história do aumento de carga horária de trabalho! Com o aumento da carga horária de trabalho irá precisar de menos mão de obra e isso deixa evidente que a preocupação é aumentar somente os lucros e retirar direito trabalhistas, alegando que irá facilitar contratar mais pessoas, é apenas mais uma maneira de aumentar os lucros baixando os custos de produção. Retirando direitos trabalhistas os trabalhadores terão menos dinheiro para consumo e o consumo caindo o comércio será obrigado a diminuir o número de empregados e isso provocará um efeito cascata que irá gerar maior desemprego.

Olhando para o passado, na época da colonização e do império, tivemos essa tal economia moderna atual em duas situações: no período da escravidão e logo depois sendo substituído pela mão de obra das imigrações italianas, alemãs e japonesas.

A mão de obra escrava

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Escravos americanos do sul
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Escravo africano
No período da escravidão, os trabalhadores (maioria esmagadora de escravos) não existiam a preocupação de salários com os índios e negros, já que eram considerados
mercadoria, mas existia o problema de se criar cativeiros, alimentação e toda uma equipe de capitães do mato para garantir que esses trabalhadores não fugissem e fossem obrigados a trabalhar. Em outras palavras, ainda existia certo custo de produção que foi diminuído com a chegada dos imigrantes.

A mão de obra imigrante

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Imigrantes alemães
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Imigrantes italianos
Os imigrantes europeus vieram para trabalhar na agriculta e receberam promessas e mais promessas e chegando aqui foi que descobriram que foram enganados (já chegaram devendo as despesas de viagem). Trabalhavam em condições análogas a escravidão e eram bem mais lucrativos, para os patrões, por que a mão de obra escrava tinha um custo maior. Isso ocorreu devido os imigrantes serem pessoas livres e tinham de se preocuparem em ter sua própria habitação, cuidar da própira alimentação, da própria vestimenta e isso correspondia a custo menor que os escravos. Até mesmo na questão do controle dessa mão de obra ainda existia a questão dos homens da repressão (capitães do mato) para garantir que esses imigrantes trabalhassem. Grande parte desses imigrantes se tornaram devedores dos patrões, nunca conseguia pagar, se tornavam escravos por dívidas e só poderiam deixar de trabalhar quando pagassem a dívida. Essa dívida era adquirida por ocasião das despesas da viagem e aumentava sempre quando eles compravam o que precisavam nos armazéns dos próprios patrões. A segurança éra para eles não fugirem sem pagarem as “dívidas” que garantia o trabalho escravo de maneira disfarçada.

A atual economia moderna

Esta se propondo colocar carga de trabalho semanal de 80 horas (nem o descanso semanal, feito aos domingos, irá existir), retirarem direitos trabalhistas (férias, décimo terceiro, esticar a aposentadoria), terceirizar a mão de obra, retirar direitos sociais e até mesmo a aposentadoria rural está sendo extinta.

No quadro social políticos criaram leis draconianas onde as pessoas que contestarem esse quadro poderá responder a algumas leis coercitivas, tais como: Escola sem partido, meios de comunicação sob controle do patronato e até se aprovou uma lei antiterrorismo onde qualquer cidadão pode ser preso sem direito a defesa.

Chegamos ao fim do Estado quase democrático e voltamos a moderna época da monarquia, onde nossa moderna economia não tinha leis trabalhistas e direitos sociais para a massa da população. Tais medidas dizem reduzir o tamanho do Estado, mas na realidade visa controlar o Estado em benefício das classes sociais que já detém os meios econômicos e agora políticos. O problema é que o estado organizado do jeito que está sendo irá quebrar o comércio que praticamente não existia no passado quando de tais medidas modernas.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)

7 comentários:

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    1. Professor, o pior é ver grande parte da população aplaudindo esse tipo de coisa!!!!

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    2. Caro Carlos, o que foi conquistado com muita luta parece está em processo de dissolução! Boa parte da população está iludida por transformações democráticas que só visam um lado.

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    3. traduzindo em um bom português: não é democracia e sim tirania.

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  2. Pois é professor, Ao longo da nossa história sempre vivenciamos uma constante classe resta aos trabalhadores saberem identificar de que lado estão e como impedir a exploração e perda dos direitos adquiridos

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    1. Quando a Dilma aceitou a imposição de um ministro neoliberal ela assinou a própria aceitação da derrota. Foi como ela mesma tivesse dado um golpe nos direitos trabalhistas e aquilo mostrou aos oposicionista que ela já estavam controlando a agenda econômica do governo e só fizeram a limpeza para colocar um representante deles mesmos.

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