quinta-feira, 21 de setembro de 2023

A Feira de Itabaiana II - A feira das farinhas

 

A farinha era vendida em sacos semelhantes aos da foto acima.
A Feira das Farinhas eram duas! Um ficava dentro do mercado e a outra ficava na Pedra da Feira (Largo Santo Antônio), bem em frente onde ficava o Banco do Estado de Sergipe e essa não era tão somente Feira das Farinhas. Vendia-se inhame,
aipim (macaxeira), feijão e favas (somente no período de safras).

A farinha e o feijão eram vendidos usando medidas de madeira em vez de serem pesadas! Essa maneira de vender usando medidas era tão problemática e causava tanta desconfiança quanto os atuais pesos. Hoje se desconfia que alguns comerciantes viciam as balanças e com as medidas era bom o comprador não se distrair, principalmente quando se comprava várias medidas. Cansei de ver alguns vendedores encher o saco de farinha do comprador (eram feitos de panos e levados pelo cliente) e por ocasião da contagem das mediadas, uma medida foi virada ao contrario, ou seja, a parte que deveria ser preenchida ficava ao contrario e o fundo coberto pela farinha e ficava com a impressão de uma medida cheia (o comprador era roubado em uma medida). 

Foi nesta feira que conheci o primeiro paulista itabaianense (nesta época tinha somente nove anos de idade). Minha mãe tinha me mandado comprar aipim. Cheguei para o vendedor, solicitei dois quilos de aipim e tinha um desses paulistas itabaianenses que me interpelou: "o nome correto é macaxeira". No qual eu questionei se os paulistas tinham inventado o português? Para somente os nomes que eles dão as coisas serem corretos e os que foram dados pelos nordestinos estarem errados! O paulistano itabaianense exclamou: que pivete mais encrenqueiro!

Os beijús eram feitos em fornos a lenha.
A feira era das farinhas, mas os produtos oriundo da mandhioca, como beijús, não era vendidos nesta feira e sim na Feira dos Manuês!

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