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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A Coca-Cola, a Zona Franca de Manaus e o rombo de 7 bilhões

Os maiores produtores de refrigerantes há anos driblam a Receita e são reembolsados por impostos que nunca pagaram


A Receita Federal e organizações da área de saúde tentam há anos desmontar um distorcido sistema de incentivos fiscais que beneficia grandes produtores de refrigerantes. Empresas instaladas na Zona Franca de Manaus cobram créditos tributários por impostos que nunca foram pagos.

Segundo cálculos conservadores, as companhias beneficiadas deixam de repassar aos cofres públicos 7 bilhões de reais por ano, o equivalente a 84 meses de manutenção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, ameaçada de fechamento, ou um terço do orçamento anual da saúde em São Paulo. O Fisco reclama da “distorção”. Não bastasse o incentivo em si, há sinais de superfaturamento nas notas fiscais emitidas pelos beneficiários.

sábado, 16 de setembro de 2017

Quem se beneficia com as privatizações?


Por Padre João, no site Vermelho:

O governo alega que privatizações de estatais brasileiras são necessárias para gerar receita, investimentos, emprego e renda, e melhorar a qualidade dos serviços prestados. Ora, essa defesa não seria um atestado de incompetência do governo, que, diante da sua incapacidade de gerenciar com qualidade, ética e responsabilidade, transfere essa tarefa à iniciativa privada? A alegação do governo não se sustenta. Ao privatizar, um setor é beneficiado e é preciso analisar de forma crítica quem se beneficia com esse tipo de transação.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Henrique Meirelles e Consenso de Washington

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. O programa econômico do senhor Henrique Meirelles, atual Ministro da Fazenda; ex-Presidente do BankBoston entre 1996 e 1999 e do FleetBoston Financial; ex-Presidente do Banco Central de 2003 a 2010, e, entre 2012 e 2016, Presidente do Conselho de Administração da holding J&F, de Joesley Batista, é o Programa do Mercado.

2. É o programa desejado com ardor (e promovido com recursos) pelos banqueiros, rentistas, grandes empresários comerciais e industriais, grandes proprietários rurais, donos de grandes órgãos de comunicação, gestores de grandes fortunas, executivos de grandes empresas e seus representantes no Congresso.

3. O Mercado pode ser definido como sendo integrado por cerca de 200 mil pessoas que declaram, espontaneamente, ao preencher suas declarações anuais de Imposto de Renda, terem rendimentos mensais superiores a 80 salários mínimos (cerca de 80 mil reais por mês).

domingo, 4 de junho de 2017

Entenda porque bancos incentivam a corrupção de governos

De acordo com Hudes, a elite usa um núcleo hermético de instituições financeiras e mega-corporações que dominam o planeta.

Veritas Radio


Karen Hudes é uma graduada da Escola de Leis de Yale e trabalhou no departamento jurídico do Banco Mundial por 20 anos. Na verdade, ela foi demitida pela divulgação de informações sobre corrupção dentro do Banco Mundial, sua posição era “conselheiro legal.”

Ela teve uma perspectiva clara para mostrar como a elite domina o mundo, e a informação que está a revelar ao mundo é absolutamente incrível. De acordo com Hudes, a elite usa um núcleo hermético de instituições financeiras e mega-corporações que dominam o planeta.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Efeito da Lava Jato: grande obra no Brasil só para estrangeiros

Trinta empresas vão participar da licitação para a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural do COMPERJ. Nenhuma é brasileira.

Haroldo Lima - Portal Vermelho


O COMPERJ é um projeto gigantesco da Petrobrás, cuja pedra fundamental foi lançada em junho de 2006 pelo então presidente Lula. É um dos maiores investimentos do setor petrolífero e petroquímico do mundo. Estava sob a responsabilidade basicamente de empresas brasileiras. Foi paralisado. A unidade de gás, que agora será retomada, não é parte fundamental do projeto original, mas é básico para processar o gás dos campos do pré-sal da Bacia de Santos.

A importância de serem retomadas as obras da UPGN do complexo petroquímico do Rio de Janeiro é incontestável. Contestável e dramático é que essa grande obra seja entregue exclusivamente a empresas estrangeiras.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Brasil precisa de 'BNDES dos pobres', diz economista vencedor do Nobel da Paz

Para o economista bengali Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz o país precisa de um "BNDES para os pobres" para avançar no combate à pobreza.

Ruth Costas - BBC Brasil

A ideia, segundo o economista, fundador do banco Grameen de microcrédito, é dar apoio para que integrantes das camadas mais pobres da população desenvolvam sua capacidade empreendedora e "criem seu próprio emprego".

"É preciso separar os serviços bancários e financeiros para os pobres daqueles voltados para os ricos, porque se você não faz isso, no final a instituição em questão acaba focando mesmo nos ricos", disse Yunus, referindo-se ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, instituição de fomento a empresas e outros negócios), em entrevista à BBC Brasil.

"Se o BNDES quer fazer isso (financiar as grandes empresas), tudo bem. Mas deve haver um BNDES para os pobres - apenas para os pobres. Assim a coisa não se confunde. Se o banco faz um pouquinho aqui, outro pouquinho ali, não funciona. É importante que as políticas e as intenções sejam claras para o financiamento dos mais carentes."

Yunus veio ao Brasil para participar de uma série de palestras e de encontros da Fundação da ONU, ONG ligada às Nações Unidas da qual é membro-conselheiro. No Insper, em São Paulo, participou de uma mesa de debate sobre a promoção da igualdade de gênero (96% dos clientes do Grameen são mulheres).

Falando à BBC Brasil sobre o Bolsa Família, Yunus opinou que é preciso garantir que as pessoas que recebem recursos do programa possam empreender e "caminhar com suas próprias pernas".

"Ajudar as pessoas que passam necessidade deve ser uma prioridade para a sociedade. Mas depois que você fez isso, há uma segunda tarefa que é garantir que a pessoa que recebe esses recursos possa se manter sozinha", afirmou o economista.

"Pelo que entendi, o Brasil conseguiu dar conta dessa primeira parte do trabalho. Mas agora é preciso começar a enfrentar essa segunda parte: Como fazer essas pessoas saírem do Bolsa Família e se sustentarem sozinhas, contribuindo para a sociedade?"

História

Nascido em um pequeno vilarejo em Bangladesh, Yunus estudou na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos e começou a carreira como acadêmico, no Departamento de Economia da Universidade de Chittagong.

Em 1976, criou o banco Grameen, que tinha como objetivo dar empréstimos a taxas de juros amigáveis para que pessoas excluídas do sistema financeiro tradicional pudessem abrir pequenos negócios.

A instituição foi pioneira no modelo de microcrédito e hoje empresta anualmente cerca de US$1,5 bilhões, tendo mais de 8 milhões de clientes.

O modelo rendeu a Yunus o prêmio Nobel da Paz em 2006 e inspirou projetos em 40 países.
"Eu não sabia nada sobre bancos. Então comecei a entender o que os bancos faziam - e fazer o oposto. Eles emprestavam para os homens, começamos a emprestar para as mulheres. Eles atuavam no centro da cidade, fomos para as áreas rurais. Pediam garantias, nós não. Tinham muitos advogados, nós não tínhamos nenhum. Somos o único banco no mundo que não tem advogado", contou o bengali em São Paulo.

Em 2011, porém, o economista teve de deixar a direção do banco após uma longa desavença com o governo de Bangladesh, dono de 25% das ações da instituição.

Empresas sociais

Hoje, ele está à frente de dezenas de empresas e fundações que oferecem serviços e produtos para os pobres em seu país, ou procuram difundir as ideias defendidas pelo economista.

Yunus diz que seu objetivo não é obter lucro, mas "resolver problemas sociais".
"Se você sempre faz e pensa as coisas de modo convencional, só consegue resultados convencionais", disse o economista, ao comentar o aumento da desigualdade no mundo.
"Como ter outros resultados? Mude de direção, dê uma marcha ré. Estamos fazendo isso no mundo dos negócios: em vez de adotarmos como objetivo ganhar dinheiro, ter lucro, nosso objetivo agora é resolver problemas. Com isso temos o que chamamos de 'negócios sociais'".

Em 1997, por exemplo, o Prêmio Nobel ajudou a criar uma companhia de telefone para vender a baixo custo celulares a pessoas pobres. Também fundou empresas na área de energia e na área médica.

Além disso, em 2006 o Grameen fez uma parceria com a Danone para criar um iogurte de baixo custo com nutrientes que faltavam na dieta das crianças das áreas rurais de Bangladesh.

Parte do objetivo de Yunus em sua viagem ao Brasil era impulsionar no país esse modelo de “negócio social” — ou seja, empresas sustentáveis que tem como propósito maior melhorar a vida e resolver problemas da população carente.

A Yunus Negócios Sociais atua no Brasil há cerca de dois anos com o objetivo de apoiar técnica e financeiramente empreendedores com propostas nessa linha.

Créditos da foto: University of Salford Press Office

Texto original: CARTA MAIOR

domingo, 10 de maio de 2015

EUA: Wall Street matou os empreendedores

Embora Wall Street não seja a única culpada pelo declínio do empreendedorismo nos EUA, é sem dúvida dos maiores culpados.

Yves Smith, Naked Capitalism

O número de novas empresas criadas nos EUA caiu a um ponto tão baixo que perde até para a Hungria. Mas, porque conflita com a imagem amplamente divulgada de autoconfiança dos norte-americanos, é fato ao qual a imprensa-empresa comercial oligopolista absolutamente não dá a atenção que o fato merece.

Caindo fora dos negócios 

Os EUA estão agora, não em 1º, não em 2º, não em 3º lugar, mas no 12º lugar entre as nações desenvolvidas em termos de novos empreendimentos por ano. Hungria, Dinamarca, Finlândia, Nova Zelândia, Suécia e Itália, dentre outros, têm número maior de novas empresas, em um ano, que os EUA.

Os EUA perdem em número de novas empresas per capita, e esse é hoje o problema econômico mais grave que os EUA enfrentam. Mas o “fenômeno” é tratado como segredo! Não se lê nenhuma referência na imprensa-empresa comercial, nem se ouvem políticos ou “especialistas” que digam que, pela primeira vez em 35 anos, morrem mais empresas nos EUA, do que nascem.

Até 2008, o número de novas empresas superava o número de falências comerciais em cerca de 100 mil/ano. Nos últimos seis anos, esse número repentinamente reverteu, e há hoje 70 mil empresas que fecham por ano, a mais do que o número de novas empresas.

Essa mudança é criticamente importante, porque pequenas e médias empresas são criadoras de novos empregos. Grandes corporações, tomadas em geral, estão em liquidação já há mais de uma década, economizando no número de empregados e “enxugando” sem parar por já bem mais de uma década. Pode-se ver esse comportamento na regularidade com que a imprensa de negócios publica sobre exercícios de redução de postos de trabalho como se fossem meros exercícios de redução de custos, não como o que são: sinal de o quanto profundamente as empresas e empresários não se interessam em investir nos seus trabalhadores e respectivos futuros.


Observaram que a variação nos números acompanha exatamente o andamento da crise? Não é por acaso. Embora a correlação não seja prova de causa e efeito, não é difícil perceber várias forças causais.

O artigo de Gallup insiste muito na mitologia do empreendedorismo dos norte-americanos, como se estivessem perdendo alguma espécie de valor ou de atributo louvável de caráter, como alguma velha virtude romana; insiste também na importância da “inovação”.

O problema é que essa ideia “cultural” baseia-se, ainda,. em empresas que nascem baseadas em capital abundante, muitas vezes venture-capital. Pior que isso: não só jornalistas, mas também especialistas acadêmicos fixaram-se em jovens empresas apoiadas por venture-capital – quando, na verdade, essas empresas não passaram de 1% do total de novas empresas em praticamente todos os anos, e só chegam a 25% das mais bem-sucedidas empresas de alto crescimento listadas por Inc. Magazine 500.

Assim sendo, dado que se sabe praticamente nada, o que, afinal, se sabe sob a tão mal estudada maioria das empresas iniciantes, que são o verdadeiro motor do emprego nos EUA? Como estão elas hoje?

Em seu The Origin and Evolution of New Businesses, estudo definitivo sobre o tema, Amar Bhide descobriu que o caminho mais comum seguido por empresários bem-sucedidos, foi que trabalharam para grandes indústrias e perceberam um nicho do mercado que não era bem atendido. Na ampla maioria de casos, esses novos negócios eram criados com poupança familiar, dinheiro emprestado de amigos, parentes e cartões de crédito.

A origem e evolução de novos negócios

Assim, se se pensa um pouco sobre o que está acontecendo nos EUA e no mundo empresarial em geral, vê-se facilmente o quanto o impacto da crise e seus desdobramentos estão obrigando todos que tenham cérebro capaz de operar a ter muita cautela no momento de abrir sua porta própria.

Primeiro, recessão clássica significa recuperação lenta e fraca, como todos vimos muito bem nos EUA.

O fato de que os EUA foram muito generosos e condescendentes com Wall Street cobrou altíssimo preço da Rua do Comércio, por todo o país – e de todos os pequenos negócios, principalmente. Só recentemente pequenos comerciantes exibiram algum ainda tímido sinal de otimismo quanto ao futuro e novas contratações. Mas ainda assim há áreas que ainda não dão nenhum sinal de melhoria, como a venda de varejo, um dos alvos mais populares para novas empresas.

Segundo, muita gente exauriu as próprias poupanças durante a crise, seja porque perdeu o emprego, seja porque sofreu redução nas horas de trabalho. E os idosos que ainda tenham alguma poupança têm pela frente ambiente de juros baixos e perspectiva de ganhos de capital pouco confiáveis. Embora haja quem reaja a isso com “ousadia”, muita gente responde dedicando-se a poupar ainda mais (no caso de não terem perdido o emprego), temerosos de qualquer risco. Em geral, quando as vacas andam gordas, muitos investidores são mais tolerantes em relação a assumir riscos do que em tempos incertos de vacas magras. O que implica dizer que a via de procurar amigos e família para obter financiamento para novo negócio já não é o que antigamente foi.

Terceiro, as empresas de cartões de crédito cortaram linhas de crédito durante a crise, atingindo muitos projetos de novos empreendimentos que dependiam de crédito sazonal. E duas importantes empresas de cartões de crédito que emprestavam para pequenos negócios saíram do mercado ou cortaram ofertas. Advanta faliu; e American Express, que costumava oferecer várias linhas de crédito para pequenos negócios, eliminou alguns de seus produtos e tornou-se mais seletiva com o crédito que oferece pelos cartões comerciais.

Há mais um desenvolvimento que é de mais longo prazo e foi exacerbado pela crise – os empregos temporários. É difícil ganhar insight sobre o comportamento dos consumidores, e o que teria boa chance como concorrente ou complementar de uma indústria, se você não fica tempo suficiente numa empresa, para compreender os processos e operações. Relacionado também a isso, muitas empresas obrigam os trabalhadores a assinar contratos muito restritos de não concorrência, como condição para ter o emprego, o que torna ainda mais difícil para o trabalhador não apenas encontrar empregos, mas também criar empreendimentos próprios.

Portanto, embora Wall Street não seja a única culpada pelo declínio do empreendedorismo nos EUA, é sem dúvida dos maiores culpados. E eis por que é importante não ceder no esforço para obrigar o hipertrofiado setor das finanças a diminuir de tamanho.
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Yves Smith passou mais de 25 anos na indústria de serviços financeiros e atualmente dirige Aurora Advisors, uma empresa de consultoria sediada em New York, especializada em consultoria de finanças corporativas e serviços financeiros. Sua experiência inclui trabalho na Goldman Sachs (em finanças corporativas), McKinsey & Co. e Sumitomo Bank (como chefe de fusões e aquisições). Yves já escreveu para várias publicações nos EUA e na Austrália, incluindo The New York Times, The Christian Science Monitor, Slate, The Review Conference Board, Institutional Investor, The Daily Deal e da Australian Financial Review. É graduada no Harvard College e Harvard Business School. Anima o blog Naked Capitalism desde 2006. 

Créditos da foto: Dave Center/Flickr

Texto original: CARTA MAIOR

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Golpe final na soberania do País


Por Adriano Benayon* – 20.01.2015

1. Não é hipérbole dizer que o Brasil – consciente disto, ou não – vive momento decisivo de sua História. Se não quiser sucumbir, em definitivo, à condição de subdesenvolvido e (mal) colonizado, o povo brasileiro terá de desarmar a trama, o golpe em que está sendo envolvido.

2. Essa trama – que visa a aplicar o golpe de misericórdia em qualquer veleidade de autonomia nacional, no campo industrial, no tecnológico e no militar – é perpetrada, como foram as anteriores intervenções, armadas ou não, pelas oligarquias financeiras transnacionais e instrumentalizada por seus representantes locais e pelo oligopólio mediático, como sempre utilizando hipocritamente o pretexto de combater a corrupção.

3. Que isso significa? Pôr o País à mercê das imposições imperiais sem que os brasileiros tenham qualquer capacidade de sequer atenuá-las.

4. Implica subordinação e impotência ainda maiores que as que levaram o País, de 1955 ao final dos anos 70, a endividar-se, importando projetos de infra-estrutura, em pacotes fechados, e permitindo o crescimento da dívida externa, através dos déficits de comércio exterior decorrentes da desnacionalização da economia, e em função das taxas de juros arbitrariamente elevadas e das não menos extorsivas taxas e comissões bancárias para reestruturar essa dívida.

5. Ora, a cada patamar inferior a que o Brasil é arrastado, o império o constrange a afundar para degraus ainda mais baixos, tal como aconteceu nas décadas perdidas do final do Século XX.

6. Na dos anos 80 ocorreu a crise da dívida externa, após a qual o sistema financeiro mundial fez o Brasil ajoelhar-se diante de condições ainda mais draconianas dos bancos “credores”.

7. Na dos anos 90, mediante eleições diretas fraudadas em favor de ganhadores a serviço da oligarquia estrangeira, perpetraram-se as privatizações, nas quais se entregaram e desnacionalizaram, em troca de títulos podres de desprezível valor, estatais dotadas de patrimônios materiais de trilhões dólares e de patrimônios tecnológicos de valor incalculável.

8. A Operação Lava-jato está sendo manipulada com o objetivo de destruir simultaneamente a Petrobrás – último reduto de estatal produtiva com formidável acervo tecnológico – bem como as grandes empreiteiras, último reduto do setor privado, de capital nacional, capaz de competir mundialmente.

9. Quando do tsunami desnacionalizante dos 90, a Petrobrás foi das raras estatais não formalmente privatizadas. Mas não escapou ilesa: foi atingida pela famigerada Lei 9.478, de 1997, que a submeteu à ANP, infiltrada por “executivos” e “técnicos” ligados à oligarquia financeira e às petroleiras angloamericanas.

10. Essa Lei abriu a porta para a entrada de empresas estrangeiras na exploração de petróleo no Brasil, com direito a apropriar-se do óleo e exportá-lo, e propiciou a alienação da maior parte das ações preferenciais da Petrobrás, a preço ínfimo, na Bolsa de Nova York, para especuladores daquela oligarquia, como o notório George Soros.

11. Outros exemplos do trabalho dos tucanos de FHC agindo como cupins devoradores – no caso, a Petrobrás servindo de madeira – foram: extinguir unidades estratégicas, como o Departamento de Exploração (DEPEX); desestruturar a administração; e liquidar subsidiárias, como a INTERBRÁS e numerosas empresas da área petroquímica.

12. Como assinalam os engenheiros Araújo Bento e Paulo Moreno, com longa experiência na Petrobrás, a extinção do DEPEX fez que a empresa deixasse de investir na construção de sondas e passasse a alugá-las de empresas norte-americanas, como a Halliburton, a preços de 300 mil a 500 mil dólares diários por unidade.

13. Os próprios dados “secretos” da Petrobrás, inclusive os referentes às fabulosas descobertas de seus técnicos na plataforma continental e no pré-sal são administrados pela Halliburton. Em suma, a Petrobrás é uma empresa ocupada por interesses imperiais estrangeiros, do mesmo modo que o Brasil como um todo.

14. Além disso, a Petrobrás teve de endividar-se pesadamente para poder participar do excessivo número de leilões para explorar petróleo, determinados pela ANP, abertos a empresas estrangeiras.

15. Para obter apoio no Congresso, os governos têm usado, entre outras, as nomeações para diretorias da Petrobrás. Essa política corrupta e privilegiadora de incompetentes, já antiga, é bem-vinda para o império, e é adotada para “justificar” as privatizações: vai-se minando deliberadamente a empresa, e depois se atribui suas falhas à administração estatal.

16. Tal como agora, assim foi nos anos 80 e 90, com a grande mídia, incessantemente batendo nessa tecla, e fazendo grande parte da opinião pública acreditar nessa mentira.

17. Mas as notáveis realizações da Petrobrás são obras de técnicos de carreira, admitidos por concurso – funcionários públicos, como foram os da Alemanha, das épocas em que esse e outros países se desenvolveram. Entretanto, a mídia servil ao império demoniza tudo que é estatal e oculta a corrupção oriunda de empresas estrangeira, as quais, de resto, podem pagar as propinas diretamente no exterior.

18. Para tirar do mercado as empreiteiras brasileiras, as forças ocultas – presentes nos poderes públicos do Brasil – resolveram aplicar, contra essas empresas, a recente Lei nº 12.846, de 01.08.2013, que estabelece “a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira (sic).”

19. Seu art. 2o reza: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.”

20. Como as coisas fluem rapidamente, quando se trata de favorecer as empresas transnacionais, a Petrobrás já cuidou de convidar empresas estrangeiras para as novas licitações, em vez das empreiteiras nacionais.

21. A grande mídia, tradicionalmente antibrasileira, noticia, animada, a possibilidade de se facilitar, em futuro próximo, a abertura a grupos estrangeiros do mercado de engenharia e construção civil, mais uma consequência da decisão, contrária aos interesses do País, de considerar inidôneas as empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato.

22. Recentemente, nos EUA, foi infligida multa recorde, por corrupção, a um grupo francês, a qual supera de longe os US$ 400 milhões impostos à alemã Siemens. Já das norte-americanas, por maiores que sejam seus delitos, são cobradas multas lenientes, e não está em questão alijá-las das compras de Estado.

23. Já no Brasil – país ocupado e dominado, mesmo sem tropas nem bases estrangeiras – somente são punidas empresas de capital nacional. Fica patente o contraste entre um dos centros do império e um país relegado à condição de colônia.

24. Abalar a Petrobrás e inviabilizar as empreiteiras nacionais implica acelerar o desemprego de engenheiros e técnicos brasileiros em atividades tecnológicas. As empreiteiras são importantes não só na engenharia civil, onde se têm mostrado competitivas em obras importantes no exterior, mas também por formar quadros e gerar de empregos de qualidade nos serviços e na indústria, inclusive a eletrônica e suas aplicações na defesa nacional.

25. Elas estão presentes em: agroindústria; serviços de telefonia e comunicações; geração e distribuição de energia; petróleo; indústria química e petroquímica; construção naval. E – muito importante – estão formando a nascente Base Industrial da Defesa.

26. A desnacionalização da indústria já era muito grande no início dos anos 70 e, além disso, foi acelerada desde os anos 90, acarretando a desindustrialização. Paralelamente, avança, de forma avassaladora, a desnacionalização das empresas de serviços.

27. Este é o processo que culmina com o ataque mortal à Petrobrás e às empreiteiras nacionais, e está recebendo mais um impulso através da política fiscal – que vai cortar em 30% os investimentos públicos – e da política monetária que está elevando ainda mais os juros.

28. Isso implica favorecer ainda mais as transnacionais e eliminar maior número de empresas nacionais, sobre tudo pequenas e médias, provedoras mais de 80% dos empregos no País. De fato, só as transnacionais têm acesso aos recursos financeiros baratos do exterior e só elas têm dimensão para suportar os cortes nas compras governamentais.

29. Como lembra o Prof. David Kupfer, a Petrobrás e seus fornecedores respondem por 20% do total dos investimentos produtivos realizados no Brasil. Só a Odebrecht e Camargo Corrêa foram responsáveis por mais de 230 mil empregos, em 2013.

30. A área econômica do Executivo parece não ver problema em reduzir o assustador déficit de transações correntes (mais de US$ 90 bilhões de dólares em 2013), causando uma depressão econômica, cujo efeito, além de inviabilizar definitivamente o desenvolvimento do País, implica deteriorar a qualidade de vida da “classe média” e tornar ainda mais insuportáveis as condições de vida de mais da metade da população, criando condições para a convulsão social.

31. Por tudo isso, há necessidade de grande campanha para virar o jogo, com a participação de indivíduos, capazes de mobilizar expressivo número de compatriotas, e de entidades dispostas a agir coletivamente.

* – Adriano Benayon é doutor em economia, pela Universidade de Hamburgo, e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

Texto original: Blog do Adriano Benayon

sábado, 10 de janeiro de 2015

Em fórum com Celac, China diz que vai injetar US$ 250 bilhões na América Latina

Comércio bilateral deverá dobrar nos próximos anos e atingir US$ 500 bi anuais; reunião representa 1ª viagem internacional do novo chanceler brasileiro

Redação - Opera Mundi

O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou nesta quinta-feira (08/01) que vai investir US$ 250 bilhões nos próximos dez anos na América Latina e no Caribe. Durante a abertura do fórum da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos)-China realizado entre hoje e sexta (09/01) em Pequim, o mandatário afirmou que também pretende aumentar o comércio bilateral com a região, atingindo em uma década a marca de US$ 500 bilhões anuais — o dobro do valor atual.

O encontro em Pequim também representou a primeira viagem internacional do novo ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira. Ex-embaixador em Washington, o diplomata, que substituiu Luiz Alberto Figueiredo, assumiu o cargo no dia 1º de janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff tomou posse para seu segundo mandato de quatro anos.

“A China ampliará os esforços de cooperação com os países da América Latina”, ressaltou Xi Jinping, ao acrescentar que “as discussões sobre o crescimento da cooperação neste fórum serão determinantes para reforçar nossa integração com a América Latina nesses cinco anos, em setores como segurança, comércio, finanças, tecnologias, recursos estratégicos, indústria e agricultura”.

O processo de aproximação da China com a América Latina tem se dado de forma rápida.

O país é o principal parceiro comercial de Brasil e Chile, o segundo de Argentina e Colômbia, o terceiro do México e o principal receptor de exportações de Uruguai e Equador. Em 2014, o volume comercial entre a região foi de US$ 240 bilhões, ante os US$ 12,6 bilhões verificados nos anos 2000, como elucida artigo publicado pelo Celag (Estratégico Latino-Americano de Geopolítica).

Ao término do evento, será assinada a “declaração de Pequim”, que marcará as linhas futuras da cooperação entre China e Celac em setores como segurança pública, comércio, investimento, finanças, infraestruturas, energia, recursos, energia, agricultura ou ciência.

Além da Celac

Em junho do ano passado, Xi visitou alguns países da América Latina, quando foi ampliada a cooperação pragmática o país e o bloco integracionista. O fórum China-Celac foi criado em janeiro de 2014, durante a segunda cúpula da Celac em Havana, e ratificado seis meses depois em Brasília. O evento de hoje em Pequim marca a primeira reunião do fórum.A reunião deveria ter contado apenas com ministros dos países integrantes da Celac, mas os presidentes de Venezuela, Nicolás Maduro, Equador, Rafael Correa e Costa Rica, Luis Guillermo Solís, viajaram para a China, onde realizaram reuniões com Xi Jinping, atraídos, os dois primeiros, à segunda economia mundial para buscar alternativas à constante queda verificada nos preços do petróleo nos últimos meses.*

Com informações da Agência Efe

Créditos da foto: Presidencia de la República del Ecuador / Flickr

Texto original: CARTA MAIOR

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Estudo da Secom comprova concentração das verbas publicitárias oficiais, diz Altercom

Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) tem defendido que se estabeleça como política a destinação de 30% das verbas publicitárias públicas às pequenas empresas de comunicação, em uma iniciativa similar à preferência dada pelo sistema da merenda escolar aos pequenos produtores agrícolas.

Da Redação

São Paulo - A Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) divulgou nesta terça-feira (23) uma nota oficial se posicionando sobre artigo divulgado por Roberto Bocorny Messias, secretário-executivo da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, sobre o destino das verbas publicitárias do governo federal. Leia a íntegra:

“Estudo da Secom comprova concentração das verbas nos grandes veículos

A Secretaria da Comunicação (Secom) da presidência da República, responsável pelo investimento publicitário das verbas do governo federal, autarquias e empresas estatais, publicou texto assinado pelo seu secretário questionando críticas realizadas por pequenas empresas de comunicação e empreendedores individuais, entre eles blogueiros, acerca dos seus critérios.

A Altercom como entidade tem defendido os interesses da sua base e proposto entre outros pontos que se estabeleça como política a destinação de 30% das verbas publicitárias às pequenas empresas de comunicação. Prática adotada em outros setores da economia, como na compra de alimentos para a merenda escolar. E também em outros países onde a pluralidade informativa é obrigação do Estado, inclusive do ponto de vista do financiamento.

Em nome da qualidade do debate democrático, a Altercom utilizará os números do estudo divulgado pela Secom para defender sua tese de que a política atual do governo federal está fortalecendo os conglomerados midiáticos, não garante a pluralidade informativa e mais do que isso não reflete os hábitos de consumo de comunicação e informação do brasileiro. Tem como única referência os parâmetros das grandes agências de publicidade e seu sistema de remuneração onde o principal elemento é a Bonificação por Volume (BV).

A partir disso, seguem algumas observações que têm por base os números do estudo publicado e assinado pelo secretário executivo da Secom.

• Em 2000, ainda no governo FHC, o meio televisão representava 54,5% da verba total de publicidade que era de 1,239 bilhão. Em 2012, esse percentual cresceu para 62,63% de uma verba de 1,797 bilhão. Ou seja, houve concentração de verba em TV mesmo com a queda de audiência do meio e o fortalecimento da internet.

• Em 2011, os grandes portais receberam 38,93% das verbas totais de internet. Em 2012, os grandes portais passaram a receber 48,57% deste volume. Mesmo com a ampliação da diversidade na rede a Secom preferiu a concentração de recursos.

• Também de 2011 para 2012, a Rede Globo aumentou sua participação no share de Tvs. Saiu de 41,91% em 2011 para 43,98% no ano passado.

• Se a Secom utilizasse como base o que a TV Globo recebeu da sua verba total ano a ano, o resultado seria desprezível do ponto de vista da desconcentração como defendido a partir do estudo. Em 2000 a TV Globo teve 29,8% do total da verba da Secom e em 2012 esse percentual foi de 27,5%. Neste número não estão incluídas as verbas para TV fechada, que eram de 2,95% em 2000 e passaram para 10,03% do total do meio TV em 2012. Nesse segmento, provavelmente a maior parte dos recursos também vai para veículos das Organizações Globo que ainda tem expressivos percentuais dos recursos para jornais, rádios, revistas, portais etc.

• Utilizando os dados da Secom também é possível chegar a conclusão de que em 2000, a TV Globo ficava com aproximadamente 370 milhões das verbas totais de publicidade do governo federal. Em 2012, esse valor passou a ser de aproximadamente 495 milhões.

• O secretário executivo da Secom também afirma que houve ampliação do número de veículos programados de 2000 para 2012, o que a Altercom reconhece como um fato. Essa ampliação foi significativa, mas no texto não é informado qual a porcentagem do valor total destinado a esses veículos que antes não eram programados.

• Por fim, no estudo o secretário parece defender apenas o critério da audiência quantitativa como referência para programação de mídia. Sendo que a legislação atual não restringe a distribuição das verbas de mídia ao critério exclusivo de quantidade de pessoas atingidas. Aponta, por exemplo, a segmentação do público receptor da informação e o objetivo do alcance da publicidade, entre outras questões. E é notório também que a distribuição dos recursos deve considerar a qualidade do veículo programado e a sua reputação editorial.

Considerando que a Secom está disposta ao diálogo, o que é bom para o processo democrático, a Altercom solicita publicamente e por pedido de informação que será protocolado com base na legislação vigente, os seguintes dados.

• A lista dos investimentos em todas as empresas da Organização Globo no período do estudo apresentado pela Secom (2000 a 2012).

• O número de veículos programados pela Secom ano a ano no período do estudo (2000 a 2012)

• Quanto foi investido por cada órgão da administração direta e indireta no período do estudo (2000 a 2012).

• Quais foram os 10 veículos que mais receberam verbas publicitárias em cada órgão da administração direta e indireta em cada meio (TV, rádio, jornais, revistas, internet etc) no período do estudo (2000 a 2012).

• A curva ABC dos veículos e investimentos realizados pela Secom. Ou seja, o percentual de verbas aplicadas nos 10 maiores veículos, nos 100 maiores e nos demais no periodo de 2000 a 2012.

• O que justifica do ponto de vista dos hábitos de consumo da comunicação a ampliação do percentual de verbas publicitárias de 2000 para 2012 no meio TV.

• O sistema e o critério de classificação e ranqueamento que estaria sendo utilizado pela Secom para programação de mídia.

A Altercom tem outras ponderações a fazer a partir do estudo apresentado, mas confiando na postura democrática da atual gestão avalia que os pontos aqui levantados já são suficientes para que o debate seja feito em outro patamar.

Reafirmamos nossa posição de que a distribuição das verbas publicitárias governamentais não pode atender apenas a lógica mercadista. Elas precisam ser referenciadas nos artigos da Constituição Federal que apontam que o Estado brasileiro deve promover a diversidade e a pluralidade informativa.

A Altercom também reafirma a sua sugestão de que a Secom deveria adotar o percentual de 30% das verbas publicitárias para os pequenos veículos de informação, o que fortaleceria toda a cadeia produtiva do setor da comunicação. E colocaria o Brasil num outro patamar democrático, possibilitando o fortalecimento e o surgimento de novas empresas e veículos neste segmento fundamental numa sociedade informacional.

São Paulo, 22 de abril de 2010” que a distribuição das verbas publicitárias governamentais não pode atender apenas a lógica mercadista. Elas precisam ser referenciadas nos artigos da Constituição Federal que apontam que o Estado brasileiro deve promover a diversidade e a pluralidade informativa.

A Altercom também reafirma a sua sugestão de que a Secom deveria adotar o percentual de 30% das verbas publicitárias para os pequenos veículos de informação, o que fortaleceria toda a cadeia produtiva do setor da comunicação. E colocaria o Brasil num outro patamar democrático, possibilitando o fortalecimento e o surgimento de novas empresas e veículos neste segmento fundamental numa sociedade informacional.

São Paulo, 22 de abril de 2010”
A partir disso, seguem algumas observações que têm por base os números do estudo publicado e assinado pelo secretário executivo da Secom.

• Em 2000, ainda no governo FHC, o meio televisão representava 54,5% da verba total de publicidade que era de 1,239 bilhão. Em 2012, esse percentual cresceu para 62,63% de uma verba de 1,797 bilhão. Ou seja, houve concentração de verba em TV mesmo com a queda de audiência do meio e o fortalecimento da internet.

• Em 2011, os grandes portais receberam 38,93% das verbas totais de internet. Em 2012, os grandes portais passaram a receber 48,57% deste volume. Mesmo com a ampliação da diversidade na rede a Secom preferiu a concentração de recursos.

• Também de 2011 para 2012, a Rede Globo aumentou sua participação no share de Tvs. Saiu de 41,91% em 2011 para 43,98% no ano passado.

• Se a Secom utilizasse como base o que a TV Globo recebeu da sua verba total ano a ano, o resultado seria desprezível do ponto de vista da desconcentração como defendido a partir do estudo. Em 2000 a TV Globo teve 29,8% do total da verba da Secom e em 2012 esse percentual foi de 27,5%. Neste número não estão incluídas as verbas para TV fechada, que eram de 2,95% em 2000 e passaram para 10,03% do total do meio TV em 2012. Nesse segmento, provavelmente a maior parte dos recursos também vai para veículos das Organizações Globo que ainda tem expressivos percentuais dos recursos para jornais, rádios, revistas, portais etc.

• Utilizando os dados da Secom também é possível chegar a conclusão de que em 2000, a TV Globo ficava com aproximadamente 370 milhões das verbas totais de publicidade do governo federal. Em 2012, esse valor passou a ser de aproximadamente 495 milhões.

• O secretário executivo da Secom também afirma que houve ampliação do número de veículos programados de 2000 para 2012, o que a Altercom reconhece como um fato. Essa ampliação foi significativa, mas no texto não é informado qual a porcentagem do valor total destinado a esses veículos que antes não eram programados.

• Por fim, no estudo o secretário parece defender apenas o critério da audiência quantitativa como referência para programação de mídia. Sendo que a legislação atual não restringe a distribuição das verbas de mídia ao critério exclusivo de quantidade de pessoas atingidas. Aponta, por exemplo, a segmentação do público receptor da informação e o objetivo do alcance da publicidade, entre outras questões. E é notório também que a distribuição dos recursos deve considerar a qualidade do veículo programado e a sua reputação editorial.

Considerando que a Secom está disposta ao diálogo, o que é bom para o processo democrático, a Altercom solicita publicamente e por pedido de informação que será protocolado com base na legislação vigente, os seguintes dados.

• A lista dos investimentos em todas as empresas da Organização Globo no período do estudo apresentado pela Secom (2000 a 2012).

• O número de veículos programados pela Secom ano a ano no período do estudo (2000 a 2012)

• Quanto foi investido por cada órgão da administração direta e indireta no período do estudo (2000 a 2012).

• Quais foram os 10 veículos que mais receberam verbas publicitárias em cada órgão da administração direta e indireta em cada meio (TV, rádio, jornais, revistas, internet etc) no período do estudo (2000 a 2012).

• A curva ABC dos veículos e investimentos realizados pela Secom. Ou seja, o percentual de verbas aplicadas nos 10 maiores veículos, nos 100 maiores e nos demais no periodo de 2000 a 2012.

• O que justifica do ponto de vista dos hábitos de consumo da comunicação a ampliação do percentual de verbas publicitárias de 2000 para 2012 no meio TV.

• O sistema e o critério de classificação e ranqueamento que estaria sendo utilizado pela Secom para programação de mídia.

A Altercom tem outras ponderações a fazer a partir do estudo apresentado, mas confiando na postura democrática da atual gestão avalia que os pontos aqui levantados já são suficientes para que o debate seja feito em outro patamar.

Reafirmamos nossa posição de que a distribuição das verbas publicitárias governamentais não pode atender apenas a lógica mercadista. Elas precisam ser referenciadas nos artigos da Constituição Federal que apontam que o Estado brasileiro deve promover a diversidade e a pluralidade informativa.

A Altercom também reafirma a sua sugestão de que a Secom deveria adotar o percentual de 30% das verbas publicitárias para os pequenos veículos de informação, o que fortaleceria toda a cadeia produtiva do setor da comunicação. E colocaria o Brasil num outro patamar democrático, possibilitando o fortalecimento e o surgimento de novas empresas e veículos neste segmento fundamental numa sociedade informacional.

São Paulo, 22 de abril de 2010”

Texto replicado do CARTA MAIOR

domingo, 9 de setembro de 2012

Estamos sob vigilância ...

Em alguns países, principalmente nos Estados Unidos da América, a sociedade civil está questionando as novas idéias , sob justificativa, para segurança do cidadão. 

Entre essas idéias está a colocação, em cada um dos cidadãos, de um chip que informará a todo instante, a um sistema de controle informatizado, onde o referido cidadão se localiza. Segundo os idealizadores, isso permitirá as forças policiais (o Estado) localizarem o cidadão rapidamente em caso de sequestro ou mesmo ataque terrorista e portanto inibindo a ação dos sequestradores ou terroristas, e portanto, tornando o dia a dia das pessoas mais seguros.

As críticas surgidas, é que assim o Estado agiria mais rápido em relação ao perigo, mas teria um controle total da vida de cada cidadão, podendo controlar o comportamento individual e essa não é a função do Estado. Outra crítica, seria que esse controle seria perigoso nas mãos de uma pequena minoria que viesse a controlar o Estado ou mesmo o controle do sistema viesse a cair em mãos não confiáveis.

Só que o controle dos cidadãos já está sendo feito a todo momento e não há necessidade de colocação de um chip em cada individuo na sociedade. Os mecanismo de controle e localização já estão em prática e se modernizando a cada dia. 

Vendem facilidades e garantem o controle.

Qualquer cidadão que possui um Cartão de Crédito e ao passar esse cartão de crédito em qualquer  caixa do banco (eletrônico ou não) ou mesmo fazer um saque em uma agência bancária, estará informado ao sistema: onde, quando e em qual local ele se encontra, além da quantia que tem e está movimentando. 

Mas, o meio mais eficiente de se localizar qualquer cidadão é por intermédio de telefone. Quando você está fazendo uma ligação telefônica ele sabe a hora, o lugar, com quem você está falando e fica também registrado a conversa entre ambos. Isso vale para qualquer aparelho que usa o sistema informatizado, ou seja, quem tiver acesso ao sistema poderá saber todo o seu passado e onde você está, o que faz a todo o momento, com quem conversa e o que se conversa.

Como sabemos, todas as informações existentes nas instituições públicas ou privadas estão sendo colocadas em sistemas informatizados. Mesmo aquelas informações que existiam no passado, quando ainda nem se pensava na existência de computadores, estão sendo digitalizadas nesses sistemas, por exemplo: suas informações escolares, previdenciárias, institutos de identificações, contas de bancos, etc. Algunss desses sistemas já estão interligados e futuramente todos estarão funcionando como se fosse um único sistema. Sem falar que mesmo sem estarem interligados, os sistemas atuais podem serem invadidos por pessoas não autorizadas e bisbilhotarem a vida de cada um.


O DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) está aperfeiçoando o seu sistema de controle de tráfego de veículos. Agora  por onde você andar o sistema saberá onde você está por intermédio de um chip instalado em seu carro.





Alguns exemplos de utilização desses sistemas

a) é comum os corretores de imóveis telefonar para sua casa te oferecendo vendas. Eles telefonam oferecendo imóveis de cordo com o seu pefil financeiro e social. Como eles descobriram seu telefone, sua renda e suas características?

b) recebimentos de cartões te parabenizando (os políticos se utilizam muito desse sistema) por alguma data festiva (aniversários, natalinas, colação de grau em algum curso, etc) .  Como eles sabem o dia de seu aniversário, data e curso de sua formação?

c) ligações telefônicas com ofertas de serviços e produtos por diversas empresas. O mias interessante é que a oferta de tas serviços e produtos são ofertados casando com seu perfil (suas preferências por serviços e produtos). Como eles descobriram seu telefone e suas preferências por serviços e produtos?

O perigo da Globalização

Muitos países estados estão entregando as Empresas Públicas para iniciativa privada, ou seja, o controle do cidadão por parte do Estado,  que garantem a existência do Estado, está sendo colocado nas mãos de particulares. Consequentemente, essas empresas particulares passam a ter controle de onde você anda, quanto você tem, com quem você fala e o que você fala a todo o instante.

Vale lembrar que, com a tal globalização, as empresas estão se fundindo e o controle dessas empresas e de todos os cidadão no mundo estão ficando nas mãos de um pequeno grupo de pessoas.

Portanto, reforçando o que já foi dito anteriormente, quando se está usando: Cartão de Bancário (Crédito, Conta Corrente, Poupança, etc), Habilitação de Motorista, Cartão de Aposentando, Telefone ou qualquer coisa que seja necessário recorrer a algum sistema informatizado, você está informado sua localização, o que faz, com quem conversa (no caso de telefone e internet)  e o que se conversa e tudo fica a disposição de quem controla esses sistemas eletrônicos.  Já no sistema do DENATRAN, ele saberá onde você anda (no caso o seu carro) e irá controlar como você dirige.

E quanto mais o mudo se Globaliza (na minha opinião se monopoliza) e os sistemas informatizados mais se modernizam, mais o controle se torna mais eficiente e podendo ser controlado, cada vez mais, por um pequeno número de pessoas, ou seja, um pequeno grupo de pessoas estão, cada vez mais, ampliando o controle dessas empresas (sistema) e consequentemente de todas as pessoas do planeta.

Todo esse aparato é vendido para sua segurança e ao mesmo tempo, esses sistema informatizados,  dá total controle sobre todos nós. Você paga para ter segurança e também para ter o direito de ser controlado!!!

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura plena - Geografia

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sábado, 1 de setembro de 2012

Multinacionais exploram o trabalhador e sangram a nação


A economia brasileira atravessa um perigoso processo de desnacionalização. Somente no primeiro semestre deste ano, de acordo com informações da empresa de consultoria internacional KPMG, 167 companhias cujos proprietários eram brasileiros foram compradas por multinacionais de outros países através de operações de fusões e aquisições. Atualmente, capitalistas estrangeiros controlam mais de 50% do parque industrial do Brasil.

Por Wagner Gomes*, no Vermelho

O problema não é novo. Tem raiz na história da formação tardia e dependente do capitalismo brasileiro. Mas, ganhou nova dimensão nas últimas décadas, principalmente após o governo neoliberal de FHC, que realizou um escandaloso programa de privatizações e tratou de apagar, por meio de reforma constitucional, as diferenças jurídicas entre empresas estrangeiras e nacionais definidas na Carta Magna.

Hoje em dia, transnacionais como a GM, a Ford, a Fiat, a Volks, a Monsanto, entre outras, são consideradas e tratadas como empresas nacionais. O comportamento desses monopólios, porém, não condiz com o status concedido com espírito entreguista por FHC, infelizmente mantido nos governos Lula e Dilma. Os interesses das multinacionais nem sempre coincidem e no mais das vezes colidem de modo escandaloso com os da nação. Isto transparece na análise de alguns indicadores fundamentais da nossa economia.

É o caso das remessas de lucros e dividendos, que crescem na proporção direta da desnacionalização. Aumentaram 262,92% entre 2003 e 2011, ano em que a riqueza enviada pelas multinacionais ao exterior bateu novo recorde, alcançando US$ 38,1 bilhões, sangria que se transformou na principal causa do déficit na conta corrente do balanço de pagamentos. Cabe destacar o ramo automobilístico, que transferiu US$ 5,58 bilhões, 36,1% a mais que em 2010.

O Brasil é um verdadeiro paraíso para as multinacionais do carro, que por aqui obtêm uma taxa de lucros três vezes maior que nos EUA e pelo menos duas vezes superior à média mundial - estimada em 10% pelos especialistas, depois de deduzidos os custos de produção e impostos. A explicação está no preço absurdo dos veículos, impostos pelos oligopólios, que supera em mais de 200% o valor praticado no exterior. “Lucro de montadora no Brasil é maior do que em qualquer lugar do mundo”, conforme o diretor-gerente de consultoria IHS Automotive do Brasil.

As operadoras também contam com a generosa redução do IPI para automóveis, cuja prorrogação até o final de outubro foi anunciada quarta-feira, 29, pelo Ministério da Fazenda. Nada disto impede que as multinacionais reservem aos seus operários um tratamento carregado de desprezo e arrogância, demitindo em massa ou ameaçando demitir no primeiro sinal de crise, como a GM em São José dos Campos.

Os lucros e dividendos remetidos pelas transnacionais ao exterior são subtraídos dos investimentos líquidos realizados na economia brasileira e contribuem de forma considerável para a redução do potencial de desenvolvimento nacional, além de causar o rombo na conta corrente do balanço de pagamentos. Por esta e outras razões é urgente colocar um freio em tais remessas, ampliando as taxações e os mecanismos de restrição.

É igualmente necessário combater a liberdade incondicional dos oligopólios na formação dos preços. Não se justifica a distância abissal da taxa de lucros no Brasil, que é o quarto maior consumidor de automóveis do globo, em relação ao resto do planeta. É evidente que falta ao governo uma política industrial soberana para reverter a desindustrialização em marcha, deter a desnacionalização, conter a sangria provocada pelas remessas e estabelecer novas regras no relacionamento com as multinacionais. O excesso de liberalismo herdado dos governos tucanos é nocivo aos interesses nacionais e deve ser rechaçado.

A desnacionalização em curso não pode ser encarada como um fenômeno natural e inevitável, pois depende do rumo da política econômica. O tema reclama um debate mais profundo dos movimentos sociais e das forças progressistas.

*Presidente da CTB

Textos relacionados:

Texto retirado deste endereço:

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O COMANDO DAS TRANSNACIONAIS

          A globalização de produção é liderada pelas companhias transnacionais, que funcionam como destacamentos avançados da Tríade Imperial no interior de cada um dos países em que possuem filiais, não só buscando a valorização do capital, mas também influenciando a política econômica destas nações. Estas corporações, com as suas redes de filiais espalhadas pelo mundo, têm a possibilidade, especialmente na periferia, de se aproveitar das melhores possibilidades de cada país, em termos de matérias-primas, mão-de-obra barata, concessões fiscais e creditícias e podem ainda articular a produção em escala global, rompendo assim os estreitos limites da produção nacional e eventual escassez de matéria-prima ou mão-de-obra.

          Em outras palavras, as transnacionais transformaram o mundo numa imensa reserva de matérias-primas e mão de obra à sua disposição. Ganharam a flexibilidade para a reprodução ampliada do capital a partir de bases internacionais, quer segmentado as peças, de acordo com o menor custo de produção, e montando o produto final nos países centrais, quer fabricando o produto inteiro e vendendo-o nos próprios países onde é fabricado, ou simplesmente podendo desenhar o produto num país, fazer o protótipo em outro e produzir em massa onde haja a mão-de-obra mais barata (como ocorre com o tênis NIKE) e posteriormente vender a mercadoria no mercado mundial.

          As companhias transnacionais compreendem um conjunto de cerca de 63 mil matrizes e cerca de 690 mil filiais (WIR, 20000), além de um conjunto de milhares empresas a elas vinculadas (fornecedores, comerciantes etc.), cujo espaço geográfico envolve praticamente todas a regiões do planeta. Do conjunto destas corporações o que conta mesmo são as 100 principais, cuja produção representa o núcleo mais dinâmico da produção mundial. “As filiais estrangeiras das 100 primeiras empresas transnacionais concentram sua atividade principal na área de equipamentos eletrônicos e elétricos, automóveis, petróleo, produtos químicos e produtos farmacêuticos” (WIR, 2002). Ressalta-se que neste grupo de grandes conglomerados, até 2001, constava apenas uma empresa da periferia, a Petróleo de Venezuela – PDVSA. No relatório de 2002, estão listadas mais duas empresas desse grupo de países: A Whampoa, de Hong Kong, e a Cemex, do México. Portanto, das cem maiores do mundo, apenas três pertencem a países da periferia.

          Para se ter uma ideia do peso das corporações transnacionais na economia mundial, continuamos expondo mais dados do relatório da Unctad: o produto bruto associado à produção internacional e às vendas das filiais estrangeiras destas corporações aumentou mais rápido que o produto bruto mundial. Em 1980, aumentou mais rápido que o produto bruto mundial. Em 1980, as vendas destas empresas em todo o mundo somaram US$ 3 trilhões, 1999 já atingiram US$ 14 trilhões, representando quase o dobro das exportações mundiais no período. O produto bruto das vendas no estrangeiro representa uma décima parte do produto bruto mundial, enquanto em 1982 representava somente a vigésima parte (WIR, 2000). Esses dados demonstram o imenso poder econômico que as corporações possuem e provam que a produção mundial tem sua dinâmica centrda nos negócios realizados por etas empresas.

          Esse poderio po ser verificado examinando-se o ranking destas empresas e sua relação com o PIB de vários países do mundo. Por exemplo, as sete maiores firmas tem um volume de negócios anual de US$ 961 bilhões, portanto semelhante ao PIB da China, o país mais populosos do mundo. As seis maiores têm um um volume de negócios maior que o PIB do Brasil. As cinco maiores geram recursos maiores que o PIB das Ásia Sul (inclusive a Índia). A General Motors, Daimler, Crysler e Ford, com negócios somando 460,3 bilhões, superam o PIB da Índia. Somente a General Motors e a Daimler tem volume de negócios maior que o PIB da Rússia. Ou somente a General Motors tem um volume de negócio anual maior que os 48 países menos avançados (Toussaint, 2002, p. 57). Por esses dados pode-se ver claramente a dimensão econômica das corporações transnacionais e o imenso potencial que possuem para influenciar as políticas governamentais dos países da periferia no sentido de atender aos seus interesses.

          Além do gigantismo econômico, essas empresas controlam vários setores da economia mundial,  do comércio aos ramos de produção propriamente ditos. Por exemplo, no setor de micro-processadores, apenas o grupo Intel controlava, em 1977, 60% de todo o mercado mundial. Na aeronáutica civil, somente dois grupos, Boeing e Airbus, detinham, em 1998, 95% da produção mundial. No setor de equipamentos para telecomunicações, em 1997, quatro grupos possuíam mais de 70% das vendas mundiais. No setor de bancos de imagens, em 1994, três empresas eram responsáveis por 80% da produção mundial. No setor de fumo, apenas três empresas controlavam 87% de tudo que era comercializado no mercado mundial. No setor de material médico, cinco empresas detinham em, 1989, 90% da produção mundial (Toussaint, 2002, p. 64).

           No que se refere ao comercio mundial, as transnacionais não só romperam as tradicionais teorias das vantagens comparativas, ao transformar o comércio intra-firma num elemento fundamental do comercio mundial, atualmente por volta de 40% do volume global, como controlam 70% do comércio mundial. O comércio intra-firma não obedece aos preços internacionais de mercado, posto a que relação entre matriz e filial é de inteira subordinação por parte da segunda. Neste caso, são bem conhecidas as formas com que as filiais transferem renda para as matrizes. Existe farta documentação sobre os processo de superfaturamento o (venda da matriz para a filial a preços acima do mercado) e subfaturamento (venda de filial para a matriz a preços abaixo do mercado). A essa nova forma de transferência de recursos da periferia para o centro os especialistas procuram dar o nome pomposo de preços de transferências.

          As transnacionais também controlam com mão de ferro a inovação tecnológica, bastando dizer que 95% da pesquisa e desenvolvimento mundial são realizados nos países da organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a  elite do grande capital mundial.

A transnacional é o único participante do sistema de inovação que pode escolher entre  três forma de valorização de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento: a produção de bens para a exportação, baseada em inovação de processos ou incorporando inovações de produtos; a venda das patentes ou concessões de licença, cedendo o direito de utilizar as inovações , por fim e sobretudo, a exploração das tecnologias no interior do espaço privado dos grupos. (Chesnais, 1996, p. 147)

          A concentração das inovações tecnológicas por parte das corporações transnacionais é fruo de privatizações do conhecimento, que vem se consolidando desde o aparecimento dos monopólios no início do século passado. Esse processo faz com que, cada vez mais, as tecnologias avançadas passem a ser criadas nos países centrais, retando aos países periféricos apenas a utilização das inovações, sem a transferência dos padrões e códigos que permitam desenvolver e internalizar esse conhecimento. Dessa forma, amplia-se de maneira geométrica o fosso tecnológico entre os países centrais e os periféricos, fato que vem se consolidando com a maior rapidez após os acordos do Gatt (Acordo Geral para Tarifas e Comércio), atualmente substituídos pela Organização Mundial do Comércio.

          Esses acordos, elaborados a partir das pressões dos grandes grupos, reforçam os direitos de propriedade, impedem o desenvolvimento de produtos semelhantes e permitem que as corporações se apropriem, inclusive, da biodiversidade mundial e do intenso patrimônio do saber popular acumulado ao longo da história da humanidade.

As trasnacionais da bioindustria agrlimentar(...) percorrem o mundo para estabelecer seus direitos de "descoberta" fazendo registrá-lo no seu nome. Pilham assim o partimonio elaborado pacientemente pela humanidade. (Toussaint, 2001, p. 152)

          Enquanto concentram a tecnologia de ponta nos países de origem, desenvolvem políticas que visam depreciar os trwmos de troca entre o Norte e Sul, em função do controle que exercem no comércio mundial.  Por exemplo, o preço da tonelada de soja, em m1908, era de US$830, caiu para US$447,3 em 1990 e US$336,20 em 2000. O preço do café robusta (centavos por quilo) decresceu de US$450,5 em 1990 para US$90,8 em 2000. A laranja, que em 1980 caLIA us$555,8 a tonelada retrocedeu para US$361,40 em 2000. O minério de ferro, que custava US$39 centavos a tonelada caiu para US$28,6; a prata que despencou de US$2.866,1 centavos-onça para US$497, todos no mesmo período. Os dois úncios produtos que opbtiveram algum aumento de preço no nperíodo foi a maedira cortada da Malásia, que subiu de US$500 o metro cúbico para US$593 no período considerado e o zinco, que crescedu de US$105,7 centavos por queilo para US$112,2 entre 1980 e 2000 (Toussaint, 2001, p.81).

          Em termos de perspectiva, as relações de trocas desiguais e o monopólio tecnológico criam um círculo vicioso nas relações entre as nações e aprofundam proporcionalmente o atraso em que esses países vivem desde os tempos em que o capital internacional passou a delimitar o seu destino.

Tudo converge para que esses países permanençam prisioneiros de especializações tornadas obosoletas pela evolução dos conhecimentos cientificos e das tenologicas acumuladas pelos países avançados, especialmente dentro dos grandes grupos. Como antigos países colonizados, herdeiros de aparelhos estatais herdados da potência tutelar, com elites dirigentes formadas nas escola do parasitismo e da corrupção, eles ficam praticamente sem meios de defesa dianate dessa evoluções. (Chesnais, 1986, p.211)

Textos relacionados:
Os Apologistas da Globalização
Vozes contra a Globsalização

TEXTO RETIRADO DO LIVRO

COSTA, Edmilson, A Globalização e o Capitalismo Contemporâneo. Editora Expressão Popular – São Paulo - 2008

domingo, 17 de maio de 2009

O petróleo é nosso, Será !

17/maio/2009 12:30


Em defesa da Petrobrás

O petróleo é nosso, PSDB!

O bordão “O petróleo é nosso” foi criado pela Campanha do Petróleo, desencadeada pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e por nacionalistas. Daquela campanha nasceu a estatal petrolífera nacional, a Petrobras, em 1953.

O Brasil, desde aquela época, vem se dividindo entre nacionalistas e defensores do capital estrangeiro. Em 1938, o governo Getúlio Vargas determinou a exploração de uma jazida de petróleo em Lobato, na Bahia, dando origem ao Conselho Nacional do Petróleo. Desde então, as jazidas minerais passaram a ser propriedade do povo, sendo vedada a propriedade privada.

Criar a Petrobrás, no início dos 50, foi uma decisão acertada. Naquela época, o Brasil importava 93% dos derivados de petróleo que consumia. Hoje, somos autossuficientes.

O monopólio estatal do petróleo durou 44 anos. Foi quebrado em 16 de outubro de 1997 justamente pelo governo Fernando Henrique Cardoso e pelo partido que lhe dava sustentação, o PSDB, que agora, diante da maior descoberta petrolífera da história do país, novamente avança sobre o petróleo a fim de entregá-lo ao monopólio estrangeiro.

A CPI da Petrobrás, recém-criada no Senado Federal por iniciativa do PSDB e a mando evidente da eminencia parda da agremiação, o governador José Serra, é o mais novo avanço dos entreguistas de que falava Getúlio Vargas, aos quais o país se opôs e criou a empresa petrolífera.

Como disse recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a descoberta e o início das operações de exploração do pré-sal constitui a “Segunda Independência” do Brasil. Através dessa riqueza imensa que jaz em nosso litoral Sudeste, o Brasil poderá ascender ao Primeiro Mundo talvez em uma década, se conseguirmos manter a riqueza a salvo das garras tucanas.

Não é por outra razão que venho propor a criação da nova campanha em defesa das riquezas minerais brasileiras, sugerindo o bordão “O petróleo é nosso, PSDB!”

E, sem titubear, começo propondo o início dessa campanha num ato público em defesa da Petrobrás a se realizar o quanto antes diante do diretório estadual do PSDB em São Paulo, no bairro de Indianópolis, na avenida que leva o mesmo nome, pois o ataque à Petrobrás vem do mesmo partido que começou a entregar o petróleo brasileiro há 12 anos e que quer voltar ao poder no ano que vem para continuar sua obra nefasta.

Como sempre, dependerei de vocês para saírem pela internet propondo em sites e blogs a medida que anuncio aqui em defesa dos interesses nacionais.

Será um ato ao qual se pretende a adesão de partidos, sindicatos, movimentos sociais e da sociedade civil de forma geral. Diante do previsível bloqueio que a imprensa dará a esta iniciativa, só podemos contar com vocês, leitores, e com a força da internet.

Na semana que vem, novamente iniciarei contatos para difundir o ato público proposto. Desta vez, porém, será no âmbito maior de uma campanha que se espera que se espalhe pelo país.

Caso esta proposta receba as adesões minimamente necessárias dos leitores deste blog, novamente o Movimento dos Sem Mídia assumirá o compromisso de organizar outro ato em defesa da cidadania. E vocês, ao aderirem, comprometer-se-ão a difundir esta proposta onde possam na internet - nas ruas, entre a família, entre os amigos, onde cada um puder.

Primeiro em São Paulo, na terra da mente criminosa que está por trás de tudo isso, na mente obscura de José Serra. Depois, pelo país inteiro. A campanha deverá durar enquanto durar a CPI da Petrobrás, com atos públicos espalhando-se pelo país até chegarmos a um ato maior, que sugiro que seja feito em Brasília diante do Congresso Nacional.

Pronto, a sorte foi lançada. A reação, agora, dependerá de cada um de nós, de nosso empenho em difundir e defender os interesses do Brasil. Que Deus nos ilumine e ajude a manter as garras tucanas e reacionárias longe das riquezas nacionais.

retirado do blog de Eduardo Guimarães, presidente do Movimento dos Sem Mídia:
http://edu.guim.blog.uol.com.br/