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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A miserável terra dos doutores

 O Brasil é o país dos doutores.


Em cada esquina há uma placa indicando algum.

O médico é doutor.

O dentista é doutor.

O veterinário é doutor.

O advogado é doutor.

O engenheiro é doutor.

O dono da fábrica de parafusos é doutor.

O fazendeiro é doutor.

O delegado de polícia é doutor.

O juiz é doutor.

O promotor público é doutor.

O sujeito bem vestido, de 

sábado, 26 de setembro de 2020

'O empregado tem carro e anda de avião. E eu estudei pra quê?'

 Se você, a exemplo dos professores que debocharam de passageiro "mal-vestido" no aeroporto, já se fez esta pergunta, parabéns: você não aprendeu nada


O condômino é, antes de tudo, um especialista no tempo. Quando se encontra com seus pares, desanda a falar do calor, da seca, da chuva, do ano que passou voando e da semana que parece não ter fim. À primeira vista, é um sujeito civilizado e cordato em sua batalha contra os segundos insuportáveis de uma viagem sem assunto no elevador. Mas tente levantar qualquer questão que não seja a temperatura e você entende o que moveu todas as guerras de todas as sociedades em todos os períodos históricos. Experimente. Reúna dois ou mais condôminos diante de uma mesma questão e faça o teste. Pode ser sobre um vazamento. Uma goteira. Uma reforma inesperada. Uma festa. E sua reunião de condomínio será a prova de que a humanidade não deu certo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A nossa imprensa, a serviço da barbárie


Comecei este blog há mais de oito anos porque, já naquela época, achava um absurdo que praticamente todos os jornais, todas as revistas, todas as emissoras de rádio e televisão, todos os meios de comunicação, enfim, se dedicavam à gloriosa tarefa de esculhambar o governo trabalhista, suas lideranças e o principal partido de esquerda do país, o PT.

Inconformado, resolvi exercer minha cidadania da melhor maneira que julguei possível, utilizando a internet, essa maravilha, para falar sobre tudo aquilo que, para mim, é importante.

Aprendi que esse exercício cotidiano vale a pena, pois nos fortalece como seres humanos conscientes, que buscam um mundo melhor, mais justo e igualitário.


Trabalhei mais de 40 anos em redações dos mais variados figurinos - minúsculas, pequenas, médias e grandes, do interior e da capital. 

Por mais medíocre que eu seja, deu, nesse tempo todo, para saber como funcionam as coisas no jornalismo pátrio.

Regra número 1: a liberdade de imprensa é um mito, só se publica o que o patrão deixa - e quer.

Regra número 2: os donos das empresas jornalísticas estão entre os piores patrões do universo, burlam descaradamente todas as leis que não lhes favorecem, tratam os jornalistas como lixo descartável - mesmo aqueles que, em determinado momento fazem, descaradamente, o jogo patronal.

Regra número 3: não existe jornalismo imparcial, todas as notícias passam por um filtro ideológico, e, portanto, não retratam o factual e não mostram a realidade.

Vamos ficar por aqui.

E voltar ao início desta croniqueta.

O massacre midiático contra qualquer um que não pense exatamente como a oligarquia nacional é tremendo, desumano até.

O que dizer, então, daqueles que cometeram o pecado de, além de não se sujeitarem às regras seculares da nossa plutocracia, resolveram que era hora de mudá-las?

Falem o que quiser do PT, mas se não fosse por ele, o Brasil ainda seria uma imensa fazenda dividida entre a casa grande e a senzala, completamente submissa ao "grande irmão do norte", implorando por algumas migalhas do butim que o capital recolhe diariamente em todo o planeta.

Muito do PT original se perdeu nesses anos todos. 

O poder corrompe, é o que dizem.

Talvez seja mesmo esta a hora de o partido fazer uma reflexão, pesar os seus acertos e seus erros, submeter-se a uma autocrítica, mudar o que deve ser mudado, limpar de seus quadros os oportunistas.

E talvez seja esta também uma boa hora para, em meio a esse processo, firmar a convicção de que, sem uma imprensa plural forte, a jovem democracia brasileira terá poucas chances de sobreviver.

Todos sabem que a nossa imprensa é inimiga do Brasil civilizado.

Que tal aqueles que temem a volta da barbárie se unirem para combater as suas ações deletérias?

Texto original: CRÔNICAS DO MOTA

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Dilma e o porto em Cuba: a diferença entre jornalismo e discurso panfletário

Do Escrevinhador

O Porto de Mariel, construído em Cuba em parceria com o Brasil, gerou polêmica nos últimos dias. O BNDES investiu US$ 802 milhões para o porto. Mais US$ 290 milhões serão destinados para a zona especial de desenvolvimento de Mariel.

A comentarista Rachel Sheherazade, apresentadora e comentarista do Jornal do SBT, fez duras críticas aos investimentos do governo. Jornalista brilhante, especialista em todos os assuntos, fez um comentário dura: “Parece que está sobrando dinheiro no Brasil, porque não tem limite a generosidade do governo com os estrangeiros”.

No final do comentário, a especialista em comércio internacional pergunta: “Por que financiar um porto em Cuba quando se os nossos portos estão sucateados e abandonadas?”

Heródoto Barbeiro, apresentador do Jornal da Record News, mais humilde, abriu mão de fazer comentários conclusivos e convidou para o programa um diretor da Fiesp, Thomaz Zanotto, para saber a opinião dos industriais.

Apesar de não serem tão sábios como a comentarista do SBT, os industriais têm interesses econômicos concretos e podem tecer avaliações sobre o assunto… O diretor da Fiesp destacou que, o porto foi construído por empresas brasileiras, que forneceram também 80% dos materiais e equipamentos envolvidos na obra.

“Existe um interesse estratégico. O Brasil é um país sul-americano e tem bastante inserção na região. A inserção econômica do Brasil no Caribe ainda é pequena e pode melhor muito. E o porto é uma oportunidades para isso”, disse.

A sábia apresentadora do SBT, com seu discurso ideológico, precisa ter cuidado, para não passar a imagem de que é boneco de ventríloquo dos blogueiros “fofos” da Veja…

Heródoto Barbeiro, por sua vez, fez jornalismo e entrevistou um diretor da Fiesp, que apresentou informações relevantes sobre as vantagens para as empresas do Brasil investirem no porto.

Abaixo, veja os vídeos:




Texto original no ESCREVINHADOR

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Burguesia inútil diz: “É nordestino querendo fazer coisa em São Paulo”

Um grupo de socialites clientes da Daslu e do JK Iguatemi dão show de arrogância, preconceito e desinformação

Por: Eliseu

Na última terça (7), conforme divulgou o jornal ultraconservador Folha de São Paulo, um grupo empresárias, socialites e “descoladas” integrantes ativas da fétida burguesia paulistana, com sua costumeira desinformação e preconceito comentavam o “mensalão” (Ação Penal 470), enquanto assistiam ao desfile de lançamento da nova coleção de verão da Daslu, no shopping Cidade Jardim. Naquele momento, o STF (Supremo Tribunal Federal) realizava a segunda sessão para ouvir os advogados dos réus do mensalão.

Esqueceram as burguesas que em 2005, no auge do escândalo, a dona da butique, Eliana Tranchesi, foi presa por suspeita de sonegação. A investigação que atingiu a empresária, ícone do luxo, foi interpretada por sua clientela como retaliação, uma forma de o governo desviar a atenção. Eliana morreu em fevereiro, sem que seu julgamento, ao contrário do mensalão, chegasse ao fim. E teve órgãos da imprensa que insinuaram que o culpado pela sua morte seria Lula. A Daslu foi vendida, mas conserva parte da freguesia, que torce, de forma quase unânime, pela prisão dos principais réus.

“Chego em casa à noite e leio quem falou que mentira. Fico nervosa e não consigo dormir”, diz Marcela Tranchesi, 21, filha da empresária. “O ideal é que todos sejam condenados. Não digo os 38 (réus), não sei se todos são culpados. Mas muitos.” diz a burguesa desinformada, que além de sonegar, também é chegada num contrabandozinho, como já foi divulgado sem grande destaque pela nossa mídia golpista.

E o show de preconceito, arrogância e desinformação continua: “Eu tenho nojo! Fico com a Carminha (da novela Avenida Brasil, da Globo), não com o Zé Dirceu!”, diz a socialite Anna Maria Corsi, 71.

Carolina Pires de Campos incentiva a amiga a continuar: “E o que é o mensalão, Anna?”.”Sabe o que é isso? É nordestino querer fazer alguma coisa em São Paulo”,responde Anna. “E é erradíssimo. Eles têm de ficar lá, em Garanhuns (cidade de Lula), lá no fuuundo do Pernambuco, lá no fuuundo do Ceará. Aqui, não, aqui é de paulista e de paulistano. É por isso que isso está acontecendo”, disse a preconceituosa e arrogante senhora.

Ela é lembra que há vários paulistas no mensalão. “Ah, claro...”, diz ela, para arrematar:“Eu não gosto do [José] Serra. Aqui, nós precisamos é de pessoas como o Fernando Henrique!”. diz sem saber que são carne e unha.

A stylist polonesa Ela Pruszynska, 45, é casada com um brasileiro e mora em SP há dois anos. Diz que não tem a menor ideia do que é o mensalão. “É uma coisa grave?”

O marido de uma tradicional cliente da Daslu, empresário que tem concessão do governo e se aproximou do PT na era Lula, relatou à coluna que quase “apanho”" no casamento de um amigo, na igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins. “Quase quebrei o pescoço, de tanta tensão”, disse, pedindo que seu nome não fosse revelado. Na festa, ele foi cobrado por ser amigo de alguns dos réus, que eram chamados de “ladrões, bandidos”. “Eu tentava argumentar, mas não deixavam. Principalmente as mulheres.” Elevou a voz e, segundo relata, afirmou: “Vocês querem fazer um bullying na era Lula”.

Diz que não negou a existência do mensalão, mas argumentou que não ocorreu apenas no governo do PT. “Eu disse: 'Gente, nós estamos numa sala de aula. A classe toda tá colando. E agora estamos querendo pegar um aluno, aquele barbudo, com a voz rouca, que não tem um dedo, e expulsá-lo da sala. Isso é bullying puro, bullying da elite branca, que aliás também 'cola' na prova.”

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Edson Freitas: Parece mas não é

TEXTO REPLICADO DESE ENDEREÇO: