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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

BILIONÁRIOS PELO MUNDO FICAM 20% MAIS RICOS EM 2017


Os chamados super-ricos do planeta, que correspondem a 2.158 pessoas, aumentaram suas fortunas em quase 20% em 2017, ano em que acumularam um montante calculado em 8,9 trilhões de dólares – algo como 4,1 bilhões de dólares cada uma; dados, que fazem parte do levantamento UBS Billionaires Report 2018 divulgado pelo banco suíço UBS e pela consultora PwC, mostram que a soma dessas fortunas são superiores, inclusive, ao Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países

18 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 22:07 // INSCREVA-SE NA TV 247

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

REFORMA TRABALHISTA SÓ AGRAVOU EMPREGO E RENDA

Após um ano da reforma trabalhista que aniquilou a CLT, as previsões catastróficas de especialistas foram confirmadas e a reforma, que retirou direitos fundamentais dos brasileiros, só serviu para agravar a crise do emprego e renda; atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12,5 milhões de brasileiros estão desempregados e mais de 40 milhões, na informalidade. 

12 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 05:12

Do Brasil de Fato - A reforma trabalhista do Governo Temer (MDB), que alterou mais de 200 pontos na CLT - conjunto de leis que protegia os direitos dos trabalhadores - completa um ano neste domingo (11).

terça-feira, 13 de março de 2018

Os 42 ricaços do Brasil. Todos golpistas!



Por Altamiro Borges

A revista Forbes, dedicada à cloaca empresarial do planeta, divulgou na última terça-feira (6) a lista dos maiores bilionários do Brasil. O ranking é um autêntico escárnio. Enquanto milhões de brasileiros são lançados na miséria pelas políticas antipovo do vampirão Michel Temer – com sua terceirização selvagem, "deforma" trabalhista, congelamento por 20 anos dos investimentos na saúde e educação, entre outras maldades –, 42 bilionários ostentam fortunas inimagináveis. Não é para menos que a maioria deles, de forma direta ou indireta, esteve envolvida no golpe dos corruptos. São banqueiros, barões do agronegócios, industriais e donos da mídia. Os ricaços querem manter e ampliar suas riquezas. E danem-se os brasileiros. Confira a lista: 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Empregos precários e mal remunerados


Por Marize Muniz, no site Vermelho:

O Brasil está gerando mais empregos precários e mal remunerados, aponta Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado nesta sexta-feira (23) pelo IBGE. 

Em 2017, o número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada, portanto, sem direito a férias e 13º salário, entre outros benefícios, aumentou 5,7% - o de trabalhadores formais caiu 2%. 

Além de não terem direitos, os informais recebem, em média, 44% menos do que o trabalhador que tem carteira assinada. 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O mercado financeiro vai ao paraíso


Por Laércio Portela, no site Marco Zero:

A cada voto contra Lula no julgamento do TRF 4, em Porto Alegre, as ações da Bolsa de Valores, em São Paulo, subiam e o dólar caia. O invisível (mas onipresente) mercado tem lado. Lá, no outro lado do mundo, no frio suíço de Davos, Michel Temer e Henrique Meireles comemoravam (recatadamente, como manda o figurino) o otimismo dos bilionários gringos com o futuro do Brasil sem o nome de Lula nas urnas das eleições presidenciais.

Mas ao saber do boom da bolsa, Temer não se conteve: “Nossa vinda para cá foi exitosa”. O seu discurso para uma plateia esvaziada de investidores no dia do julgamento de Lula “tranquilizou” o mercado e o jornal O Estado de S. Paulo para quem “Temer se distancia de atalho populista” ao garantir que “não há espaço para retorno, a pauta das reformas será mantida e que ninguém deve recear o resultado das eleições”. Pelo menos ninguém em Davos.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Impostos: implacável com o mais pobre


Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Do ponto de vista contábil, o Estado devolve através de políticas públicas para o conjunto da sociedade o que capturou na forma de tributação do excedente gerado pelo processo econômico, após deduzir o custo do seu próprio funcionamento. Nesse sentido, interessa saber a eficácia e o custo do Estado para gastar o que arrecada pelos impostos, taxas e contribuições, bem como de onde vem e para onde vai a tributação de responsabilidade estatal.

Historicamente, a preocupação arrecadatória no Brasil sempre esteve distante de qualquer preocupação de equidade, pois voltada à acumulação privada e por consequência favorável aos detentores de riqueza. Noutras palavras, a evolução das receitas e dos gastos não deixou de apontar o caráter de classe do Estado, justamente porque tem se apresentado implacável com o pobre e afável com o rico.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

“Delação premiada” na Conjuração Baiana de 1798

27 OUTUBRO 2016



Por Emiliano José e Patrícia Valim

A Conjuração Baiana de 1798, um dos episódios mais importantes de nossa história, pode iluminar o presente, como sempre o passado faz. O setor dominante local, que participou da primeira fase do movimento, diante da descoberta da revolta, soube dar um duplo twist carpado nos setores médio e baixo daquela sociedade e, para não ser incriminado por crime de sedição, passou a colaborar com as investigações: formularam as principais denúncias, ajudaram a premiar os delatores e entregaram seus escravos à Justiça.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O servidor público, entre a vida e a greve

por Justificando — publicado 28/10/2016 09h40, última modificação 28/10/2016 09h41


Na prática, o Supremo cassou o direito de paralisação dos servidores, deixando o País mais longe do projeto erguido em 1988

Carmen Lúcia, a nova presidente do STF: Supremo decidiu contra os servidores

Por Eloísa Machado de Almeida 

O Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu que servidor público deve escolher entre a vida e a greve. Isso mesmo. Apesar de ser um direito constitucional de primeira grandeza, daqueles que faziam a Constituição brasileira ser reconhecida e festejada mundo afora, a greve deixou de existir.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Massacre do Carandiru e a "legítima defesa"

Por Leonardo Sakamoto, em seublog:

O Massacre do Carandiru, quando 111 presos foram executados por forças policiais que invadiram o Pavilhão 9 da então Casa de Detenção de São Paulo, completa, no próximo dia 2 de outubro, 24 anos. Durante os julgamentos, eu havia escrito aqui que a Justiça estava sendo – mesmo que parcialmente e temporariamente – feita.Mas, nesta terça (27), a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo anulou os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre.

Ou seja, voltamos à situação ''normal'' de impunidade policial. Ufa! Eu estava estranhando. Afinal de contas, estamos no Brasil.

sábado, 17 de setembro de 2016

O BRASIL E O PERIGOSO JOGO DA HISTÓRIA.


RBA - (Versão estendida, sem redução para versão impressa) - Embora muita gente não o veja assim, o afastamento definitivo de Dilma Roussef da Presidência da República, em votação do Senado, por 61 a 20 votos, no final de agosto, é apenas mais uma etapa de um processo e de um embate muito mais sofisticado e complexo, em que está em jogo o controle do país nos próximos anos. 

Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT conseguiu a extraordinária proeza de fazer tudo errado, fazendo, ao mesmo tempo, paradoxalmente, quase tudo certo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Os golpes de Estado de ontem e de hoje

Estabelecer sistemas fundados na economia de mercado, potencializar a doutrina neoliberal e não perder o trem da globalização passaram a ser o novo dogma.

Marcos Roitman Rosenmann - La Jornada, México

Podemos dizer, com certeza, que o ciclo de golpes de Estado na América Latina não foi encerrado. Com o fim da Guerra Fria, surgiu uma ilusão política que tentou impor a ideia de começo de uma nova etapa. No horizonte, se contemplava um futuro de paz, estabilidade política e crescimento econômico. O comunismo havia caído em desgraça e o dispositivo para combatê-lo, que eram os golpes de Estado, perdiam legitimidade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Desemprego e crise social

A redução do desemprego depende da retomada da atividade mais geral da economia. E políticas públicas como o auxílio desemprego devem ser fortalecidos.

Paulo Kliass *

O IBGE acaba de divulgar as informações mais recentes a respeito do desemprego em nosso País. No dia 30 de agosto a fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento tornou público o resultado da Pesquisa PNAD Contínua com dados do último trimestre. 

A taxa oficial medida pelo IBGE para o período maio/junho/julho registra uma taxa de desocupação média nacional de 11,6%. Trata-se do mais elevado índice desde que uma nova metodologia foi incorporada no levantamento dos dados, em substituição à anterior Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Esse número frio ganha mais significado quando se sabe que ele corresponde a um contingente de 11,8 milhões de pessoas que não estão com nenhuma fonte de remuneração associada a trabalho. Caso multipliquemos o número pelos dependentes familiares, teremos a noção mais aproximada do drama social em que o Brasil está mergulhando a cada dia que passa.

sábado, 6 de agosto de 2016

A LAVA-JATO E O VICE-ALMIRANTE.


Em uma sentença que chama a atenção pela severidade e a ausência de proporcionalidade, o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi condenado, ontem, por um juiz do Rio de Janeiro - com uma decisão que atingiu também a sua filha - a 43 anos de prisão por crimes supostamente cometidos durante as obras da usina nuclear de Angra 3.

O vice-almirante Othon é um dos maiores cientistas brasileiros, um dos principais responsáveis pelo programa de enriquecimento de urânio da Marinha, que levou o Brasil, há 15 dias, a fazer a sua primeira venda desse elemento químico - usado como combustível para reatores nucleares - para o exterior, para uma empresa pertencente ao governo argentino.
Em qualquer nação do mundo, principalmente nos EUA - país que, justamente por ser brasileiro, e não norte-americano, o teria espionado,

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Os "coxinhas" e as demissões no Judiciário

Por Altamiro Borges


Segundo vários relatos da mídia, as marchas golpistas pelo "Fora Dilma" sempre tiveram a expressiva presença dos servidores do Poder Judiciário. Muitos trajavam camisetas e carregavam cartazes com mensagens de apoio ao "justiceiro" Sérgio Moro e à sua midiática Operação Lava-Jato. Eles também revelavam insatisfação com as medidas de ajuste fiscal do governo Dilma. Agora, porém, diante das notícias sobre os planos da equipe econômica do Judas Michel Temer, muitos já devem ter percebido que serviram de massa de manobra para o "golpe dos corruptos" que vai arrochar

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A moderna economia brasileira!

Os economistas sonham, em seus cálculos, uma produção voltada para custo zero. Tentam a todo custo controlar o Estado e suas leis para conseguirem produtos e mão-de-obra com custos mais baixos. Claro que falam isso dizendo que se trata de modernizar a economia e para tanto tentam fazer com que a carga horária seja o maior possível, retirada de direitos trabalhistas e com o salário menor possível para produzir um lucro cada vez maior.

Atualmente, os economistas argumentam que para melhorar a economia é necessário aumentar a carga horária de trabalho (isso visando aumentar o lucro das empresas), retirar direitos trabalhistas alegando que irá criar condições para contratar mais pessoas. Segundo notícias na grande imprensa, aumentando o lucro e retirando custos trabalhistas a empresas irá ter mais lucro e poderá contratar mais.

As contradições começam logo com a história do aumento de carga horária de trabalho! Com o aumento da carga horária de trabalho irá precisar de menos mão de obra e isso deixa evidente que a preocupação é aumentar somente os lucros e retirar direito trabalhistas, alegando que irá facilitar contratar mais pessoas, é apenas mais uma maneira de aumentar os lucros baixando os custos de produção. Retirando direitos trabalhistas os trabalhadores terão menos dinheiro para consumo e o consumo caindo o comércio será obrigado a diminuir o número de empregados e isso provocará um efeito cascata que irá gerar maior desemprego.

Olhando para o passado, na época da colonização e do império, tivemos essa tal economia moderna atual em duas situações: no período da escravidão e logo depois sendo substituído pela mão de obra das imigrações italianas, alemãs e japonesas.

A mão de obra escrava

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Escravos americanos do sul
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Escravo africano
No período da escravidão, os trabalhadores (maioria esmagadora de escravos) não existiam a preocupação de salários com os índios e negros, já que eram considerados

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Escola sem partido é golpe na escola, é o fim da educação livre, plural e democrática!

Com argumentos extremamente desqualificados, mentirosos e perversos, este projeto é um dos maiores retrocessos que o país já vivenciou.

Paulo Pimenta*


Sem dúvida, uma escola sem pluralidade, sem liberdade, sem diversidade, sem inclusão, sem democracia é a escola do pensamento único, da segregação, da discriminação e da repressão. Esse modelo de escola é marca característica de regimes autoritários, de uma sociedade que se assenta sob um sistema de desigualdade e de exclusão e que não permite a educação como prática transformadora que consolide ideais democráticos de igualdade e valorização das diferenças.

Esse é o modelo educacional do qual temos nos distanciado desde o fim da ditadura militar no Brasil (1964-1985), por meio de um percurso que se efetiva com a

sábado, 9 de julho de 2016

O 'Deus Mercado' e a religião capitalista, segundo Jung Mo Sung

Segundo especialista, a narrativa religiosa do neoliberalismo coloca a fé no Mercado como única possibilidade de salvação e culpa os pobres por sua pobreza

Tatiana Carlotti


Os aspectos religiosos do neoliberalismo e o proselitismo na comunicação foram temas debatidos pelos professores da Universidade Metodista, Jung Mo Sung (Ciências da Religião) e Magali Cunha (Comunicação). Eles participaram do seminário “A Metafísica do Neoliberalismo e a Crise de Valores no Mundo”, promovido pelo Fórum 21, no último dia 2 de julho (sábado), no auditório da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESP).

O evento é o primeiro de uma série de debates voltada à discussão do neoliberalismo hoje. A escolha do tema, explica Anivaldo Padilha, presidente do Fórum 21, deve-se ao caráter

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Em defesa da liberdade de expressão em sala de aula

A escola democrática encontra-se sob múltiplos ataques. Um dos mais graves é o Programa Escola Sem Partido.

Fernando de Araujo Penna

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Constituição Federal de 1988)

A escola democrática encontra-se sob múltiplos ataques. Um dos mais graves é o Programa Escola Sem Partido, que o PL 867/2015 pretende incluir entre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Este projeto sintetiza as propostas do movimento homônimo, que defende que professores não são educadores, mas apenas instrutores que devem limitar-se a transmitir a “matéria objeto da disciplina” sem discutir valores e a realidade do aluno. Ainda segundo eles, a escola

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Lei Rouanet e os segredos da Globo

Por Altamiro Borges

Em mais uma operação cinematográfica, batizada de “Boca Livre”, a Polícia Federal prendeu 14 pessoas na manhã desta terça-feira (28) acusadas de desvio de recursos públicos através das isenções fiscais previstas na Lei Rouanet. Segundo as investigações, o grupo mafioso atuou por quase 20 anos no Ministério da Cultura e conseguiu aprovar R$ 180 milhões em projetos “culturais”. O desvio ocorria por meio de diversas fraudes, como superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços e produtos fictícios, projetos duplicados e contrapartidas ilícitas feitas às incentivadoras. Entre os presos na Superintendência da PF em São Paulo, estão os donos da produtora Bellini Cultural e o agente cultural Fábio Ralston.

Segundo relato do portal G1, do suspeitíssimo Grupo Globo, “a Polícia Federal concluiu que diversos projetos de teatro itinerante voltados para crianças e adolescentes carentes deixaram de ser executados, assim como livros deixaram de ser doados a escolas e bibliotecas públicas. Os suspeitos usaram o dinheiro público para fazer shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até a festa de casamento de um dos investigados na Praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis. Além das 14 prisões temporárias, 124 policiais

sexta-feira, 4 de março de 2016

A micropolítica da Agricultura Urbana e as grandes transformações coletivas

A rápida urbanização pela qual passamos nos fez desaprender sobre os ciclos da natureza e enxergá-la como algo estranho ao nosso cotidiano.

Lya Porto, Gustavo Nagib, Giulia Giacchè - Membros do Grupo de Estudos em Agricultura Urbana (GEAU)


Vivemos uma era de transformação, onde podemos encontrar ações e visões completamente opostas em espaços comuns: competição e cooperação, criação de hortas comunitárias e demandas por mais concreto na cidade, meditações coletivas e aumento do consumo de antidepressivos, explosão da culinária natural e dos fast foods. Nosso velho sistema econômico está na UTI e levou junto com ele os recursos naturais de nosso planeta Terra. Mas, afinal, quais são as resistências para transformar os nossos modos de vida que não deram certo?

É interessante observar que as dinâmicas da micropolítica têm muito a nos dizer sobre as lógicas dos níveis meso e macro do nosso sistema econômico, político e social. Um exemplo são os conflitos que ocorreram no espaço É Hora da Horta, no bairro da Casa Verde (zona norte), na cidade de São Paulo – espaço de trabalho com o cultivo de alimentos orgânicos em um terreno da Eletropaulo desde agosto de 2014.

A horta é cuidada diariamente por três agricultores e há mais de 50 espécies comestíveis, entre frutas, legumes, verduras, ervas medicinais e Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC). Além do cuidado com o cultivo de alimentos, há uma fiscalização constante para que não haja água parada com o objetivo de evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika e da chikungunya.

Frequentada por pessoas do bairro e de outras regiões de São Paulo, há sete casas ao redor da horta e as atividades de agricultura passaram a incomodar alguns vizinhos. No final do ano passado, alguns deles fizeram uma denúncia contra a horta alegando que há falta de limpeza e risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue. A Subprefeitura da Casa Verde, por sua vez, traduziu essa denúncia em uma multa de R$ 15 mil e enviou um fiscal no local pedindo para que uma das agricultoras retirasse todas as PANC.

Tendo em vista o ocorrido, nos perguntamos: quais são os sentidos envolvidos na ideia de falta de limpeza e risco de contaminação de dengue para os vizinhos e para os fiscais e técnicos da subprefeitura? Espinafre silvestre, ora pro nobis, beldroega, batata doce, trapoeraba, rúcula silvestre, feijão orelha de frade, vinagreira, amaranthus, bertalha, salsinha silvestre. Todas essas espécies são plantas alimentícias que se desenvolvem espontaneamente e se estabelecem no imaginário de algumas pessoas como ideias relacionadas à sujeira e doença.

Curiosamente, o próprio município assegura (e deveria promover) a Agricultura Urbana e Periurbana Agroecológica, conforme estabelecido na Lei no 13.727/04, regulamentada por meio do Decreto 51.801/10. Com base nessas regulamentações é papel da prefeitura promover o cultivo da diversidade das espécies, considerando que os fundamentos das práticas agrícolas de base ecológica são, entre outras, a agrobiodiversidade.

Depois do ocorrido, ao acionar a Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional do município, a coordenação do programa entrou em contato com a subprefeitura para esclarecer que não havia irregularidade nas atividades da horta. Ainda assim, esse fato demonstra que há despreparo para lidar com o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana (PROAURP) no nível local.

O que há de errado nisso?

Por que chegamos ao ponto de plantas alimentícias serem consideradas perigosas e daninhas? Qual seria o sentido envolvido entre os vizinhos que se satisfazem em fazer denúncias e buscar culpados? E fiscais do poder público que se sentem úteis em prescrever multas e punir cidadãos? Por que não conseguimos sedimentar transformações no nosso sistema político, social e econômico?

A rápida e excessiva urbanização pela qual passamos no Brasil, especialmente em São Paulo, nos fez desaprender sobre os ciclos da natureza e nos colocou em uma situação de estranhamento a ela, como se não fizéssemos mais parte de um sistema integrado. Passamos a ter certa aversão do contato direto com a terra e considerar este envolvimento sinônimo de sujeira e promotor de possíveis doenças. Além de ser uma visão equivocada, este comportamento pode impossibilitar o tratamento dos problemas urbanos com iniciativas mais criativas e menos dependentes de produtos industriais que comprometem em larga escala não só o meio ambiente, mas a saúde humana.

O desafio de controlar o mosquito Aedes aegypti está diretamente associado à nossa péssima relação com as águas urbanas. O aterramento de rios e córregos da cidade de São Paulo transformou-se em dutos subterrâneos coletores e transportadores de esgoto. Além da falta de saneamento básico, que tornou os principais rios metropolitanos absurdamente poluídos e contaminados – hoje, o Tietê, o Pinheiros e o Tamanduateí são rios “mortos” na cidade de São Paulo. Essas são as causas reais da insalubridade do meio urbano e da propagação de doenças em escala tão alarmante.

Há um distanciamento e rechaço das pessoas em relação à natureza e esse posicionamento é refletido e reforçado pelas ações públicas.

Sucessivas gestões governamentais de diversos níveis federativos continuam sendo permissivas para a não preservação de áreas verdes e de mananciais, como é o caso da liberação de construção no Parque dos Búfalos, localizado em área particular. Nesse caso, tanto o governo federal, quanto o estadual e o municipal flexibilizam essas construções através de ações conjuntas.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), órgão estadual, concede licenciamento para construção nessa área de preservação e o município de São Paulo segue mantendo a lógica de leis antigas sob nova roupagem, restringindo construção em áreas de preservação apenas para propriedades públicas e não para propriedades particulares.

Assim, embora a atitude dos vizinhos denunciarem uma horta alegando que o plantio de alimentos significa falta de limpeza não pareça ter alguma relação com a diminuição dos espaços verdes da nossa cidade, há uma forte relação entre as mesmas. É o distanciamento cada vez maior das pessoas e da natureza que gera doença, depressão, falta de sentido na vida, competição e consumo como fuga de um grande vazio. O vazio do distanciamento da essência de cada um de nós que está assassinando os recursos naturais do nosso planeta.

Nesse contexto, as hortas comunitárias se apresentam como solução a nível micro para despertarem a consciência ambiental e resgatarem o contato das pessoas com a natureza, que pode ter efeitos progressivos. As hortas urbanas não apenas nos indicam outro caminho para melhor gerir e cuidar das nossas cidades de maneira mais participativa, democrática e ambientalmente sustentável, como nos ensinam a controlar doenças na vida cotidiana.

O cultivo consciente de PANC (verdadeiros “matos de comer”) e o manejo responsável da água, que vêm sendo realizado nas hortas comunitárias de São Paulo, são exemplos desta ampliação de consciência cidadã. Por meio de uma nova forma de se relacionar com as pessoas e com a natureza, podemos transformar nossos hábitos, nossas cidades e nosso planeta.

Texto original: CARTA MAIOR