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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A censura a serviço do adestramento social


Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

A restrição das manifestações culturais, das ideias, opiniões e informações que circulam na sociedade pode se dar de várias formas: pela concentração dos meios de comunicação na mão de grupos que compartilham dos mesmos valores e interesses, pelo ocultamento das divergências, das lutas e expressões culturais, pelo uso da violência para impedir a livre manifestação do pensamento, pela censura jornalística e cultural, pela perseguição ideológica.

Todos estes elementos estão presentes na sociedade moderna, em alguns momentos de forma mais latente, em outros de forma mais explícita, a depender do contexto político de cada período histórico.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

A descoberta do Brasil II

A explicação, nos livros Didáticos de História, sobre o descobrimento do Brasil, é que ocorreu por acaso quando da viagem de uma grande expedição enviada para as Índias, com a finalidade de comprar drogas e especiarias. Por conta de uma calmaria e os navios serem impulsionados pela força dos ventos (Caravelas) a esquadra portuguesa teve de fazer um desvio em direção a Oeste. O problema é que normalmente os escritos antigos não explicam o fato de ter calmaria e mesmo assim os navios, que eram impulsionados pelos ventos, navegaram em direção a Oeste.


Todo o malabarismo é utilizado para tentar explicar o Descobrimento do Brasil como tido sido um fato ocorrido por acaso (sem querer). Ignoram a chegada dos espanhóis ( Vicente Yañes de Pinzón e Diego de Lepe) em terras a oeste um ano antes (1499) e ignoram fatos do comércio dos franceses

terça-feira, 7 de julho de 2015

A descoberta do Brasil !



Ainda é comum encontrarmos, nos livros didáticos, que o Brasil foi descoberto no dia 22 de abril de 1500 (século XVI). Nossos professores ensinam (nos dizem) e os alunos aprendem (decoram) e todos saem com a nítida ideia que foi descoberta nesta data é por que, antes, ninguém sabia da existência do mesmo. Isso do ponto de vista dos europeus. Afinal de contas, existiam milhões de nativos (índios) vivendo nesse novo continente!

Nestas histórias escritas (livros e derivados) ou orais (aulas e palestras) se fala sobre os Tratados celebrados entre Espanha e Portugal e sempre passam a ideia que eles ainda não sabiam da existência das terras que serão descobertas. Entre esses tratados o mais conhecido é o Tratado de Tordesilhas (1494), onde ficou definido que as terras descobertas a leste do Paralelo de Tordesilhas iriam pertencer a Portugal e as terras a oeste iriam pertencer à Espanha. Vejam bem, os representantes do governo espanhol e português assinaram tratados de terras que não sabiam da existência! Vocês acreditam mesmo que eles assinaram tratados para explorarem terras que não sabiam existir? Alguém em sã consciência assinaria um tratado de alguma coisa que pensa não saber existir?

Já faz algum tempo que é de conhecimento, científico, a existência destas terras muito antes da assinatura destes tratados. Já era de conhecimento dos europeus, principalmente franceses, a existência de terras no Oceano Atlântico e era comum o comércio da tinta vermelha e móveis, fabricados do pau-brasil, entre os franceses e holandeses. Existem vários documentos comprovando que os franceses faziam comercio com os nativos na América. O que os franceses e europeus imaginavam era que as terras, existentes, eram ilhas no Oceano Atlântico e ainda não se davam conta que as terras na realidade é um imenso continente.

Na Região Norte e parte da Região Nordeste, os habitantes creditam a descoberta do Brasil ao espanhol Vizente Yáñez Pinzón. Na realidade, nosso país foi descoberto (tomado posse) na parte oeste de Tordesilhas pelos espanhóis e na parte leste pelos portugueses. Infelizmente nas nossas escolas a descoberta dos espanhóis (que chegaram primeiros que os portugueses) é ocultada nos nossos livros de história e o mais grave é que na realidade dois espanhóis (Vizente Yáñez Pinzón e Diogo de Lepe) chegaram, as terras brasileiras, primeiro que Pedro Álvares Cabral.

Mesmo nos tempos atuais, os nossos livros de História e Geografia trazem a informação que o Brasil foi descoberto em 1.500 (século XVI) e a América em 1457. Essas informações levam a termos perguntas um pouco constrangedores por parte de alguns alunos mais observadores. Já fui questionado várias vezes como pode o Brasil ser descoberto em 1500 se a América foi descoberta em 1457? A pergunta do aluno tem certa lógica. Sabiam da existência de um continente e não sabiam da existência do Brasil! É claro que os portugueses sabiam que existia um continente, mas eles não sabiam que as terras que eles descobriram fazia parte do continente. Eles pensaram ter descoberto uma grande ilha e só posteriormente ficou esclarecido que fazia parte de algo maior, um continente.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia

Endereços (Sites) pesquisados:
Controvérsias sobre a descoberta do Brasil 
Afinal, quem descobriu o Brasil, Pinzon ou Cabral?

Textos relacionados:

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A biblioteca de Bush está incompleta


A Biblioteca Presidencial George W. Bush foi inaugurada no Texas com a presença do próprio Bush, de seu pai, de Obama, Clinton e Carter. No discurso de Obama (que afirmou que Bush é um bom homem), como em todos os demais deste exclusivo clube, o mais notável foi a ausência de referências ao tema das guerras do Iraque, a resposta ao desastre natural do furacão Katrina e a pior crise econômica desde a Grande Depressão; ou seja, as principais conquistas da gestão Bush.

David Brooks - La Jornada


Há alguns dias, um quinteto presidencial se reuniu no Texas (EUA) para celebrar a inauguração de uma biblioteca com o nome de um deles e, com isso, reabilitar um dos piores presidentes, segundo a opinião pública, da era moderna.

A Biblioteca Presidencial George W. Bush foi inaugurada com a presença de ex-presidentes deste país, e do atual, Barack Obama: o da biblioteca estreada, Bill Clinton, George H.W. Bush (o pai do festejado) e Jimmy Carter. No discurso de Obama (que afirmou que Bush é um bom homem) como em todos os demais deste exclusivo clube, o mais notável foi a ausência de referências ao tema das guerras do Iraque, a resposta ao desastre natural do furacão Katrina e a pior crise econômica desde a Grande Depressão; ou seja, as principais conquistas da gestão Bush.

E é que, como todos no planeta sabem, a grande conquista de Bush foi levar seu país às duas guerras agora mais longas de sua história com justificativas falsas, inaugurou o campo de concentração de Guantánamo, autorizou o uso da tortura e a desaparição de pessoas como instrumentos oficiais da guerra contra o terror, e impulsionou uma das maiores ampliações do governo para administrar esta nova guerra infinita, que incluiu toda uma série de medidas sem precedente para espionar o mundo, incluindo seu próprio povo; tudo isto denunciado por organizações de direitos humanos e de liberdade civil como violações à Constituição e ao direito internacional.

Como se isso fosse pouco, Bush e seu pessoal levaram o país ao precipício do caos econômico. Isso com o custo de milhões de desempregados e o incremento da população com fome, sem casa e sem acesso a serviços de saúde. A lista de consequências é extensa. Mas também foi parte de uma política econômica que se estendeu com Obama e que, de fato, resultou em uma das transferências de riqueza das maiorias ao um por cento mais rico mais dramático da história contemporânea. A desigualdade econômica desde os anos Bush até agora se tornou a mais aguda desde justo antes do estouro da Grande Depressão.

Nada disto foi mencionado no grande festejo, o que leva a perguntar o que há dentro dessa biblioteca, ou melhor, o que não há.

Por exemplo, seguramente não está a carta aberta que um veterano de guerra do Iraque chamado Tomas Young lhe enviou no mês passado ao celebrar-se o décimo aniversário dessa guerra. “Em todos os níveis – moral, estratégico, militar e econômico – o Iraque foi um fracasso… E foram vocês, Sr. Bush e Sr. Cheney, que iniciaram esta guerra. São vocês que deveriam pagar as consequências” escreveu, no que chamou de A última carta, porque Young tomou a decisão de se suicidar nas próximas semanas porque já não aguenta a dor e o deterioro físico de sua existência depois de ficar paralisado nessa guerra.

Young escreve que enviava esta carta a Bush e Cheney “não porque penso que entendem as terríveis consequências humanas e morais de suas mentiras, manipulações e sede por riqueza e poder. Escrevo esta carta porque, antes de minha própria morte, quero deixar claro que eu e centenas de milhares de meus companheiros veteranos, com milhões de companheiros cidadãos e centenas de milhões mais no Iraque e no Oriente Médio, sabemos plenamente quem são vocês e o que fizeram. Vocês poderão evadir da justiça, mas a nossos olhos, cada um é culpável de crimes de guerra severos, de pilhagem e de assassinato, incluindo o de milhares de jovens estadunidenses, meus companheiros veteranos, cujo futuro vocês roubaram”. (A carta completa pode ser consultada em: truthdig).

Seguramente também não estão nessa biblioteca os detalhes de uma das maiores fraudes na história mundial, onde os principais bancos, seguradoras e financeiras enganaram e manipularam a tal grau de avareza que conseguiram detonar uma crise gigantesca que pôs em risco a viabilidade econômica do país. Foram resgatados pelo estado, com a poupança do povo para, pouco depois, regressarem a uma prosperidade recorde hoje em dia.

E agora a festa continua para os afortunados: durante os dois primeiros anos da recuperação econômica, o valor líquido dos lares dos 7% mais ricos do país se incrementou aproximadamente 28%; para os 93% restantes desmoronou 4%, segundo uma análise difundida na semana passada pelo Centro de Investigação Pew. Com isso se incrementou a desigualdade: os 7% mais ricos agora concentram 63% da riqueza dos lares; dois anos antes tinham 56%.

Bush afirmou na celebração que as gerações futuras saberão que nos mantivemos fiéis às nossas convicções.

Tanto as guerras como a política financeira e econômica foram um grande negócio para uns quantos. Tudo isto produto de um consenso entre as cúpulas políticas e econômicas ao longo desta última década.

John LeCarre, o grande escritor britânico, foi um crítico da crescente inter-relação entre as cúpulas políticas e econômicas, apontando com alarme até a cada vez maior privatização das operações bélicas e de inteligência do Estado. Ele comentou recentemente ao New York Times que Mussolini disse que a definição do fascismo era quando não se podia colocar um papel de cigarro entre o poder empresarial e o poder governamental.

Mas nada disto está nessa biblioteca e, menos ainda, que Bush continua ocupando o segundo lugar entre os presidentes mais desaprovados pela opinião pública na era moderna, apesar de este tipo de cerimônias e outros esforços para tentar reabilitar quem formava parte do que Gore Vidal chamava a junta Cheney/Bush (nessa ordem).

Talvez fosse necessário abrir uma biblioteca só com o que não está nessa.

Texto retirado CARTA MAIOR