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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Manicômios judiciários funcionam como prisão e têm 'novo conceito de tortura'

por Giovanna Costanti — publicado 13/08/2018 00h30, última modificação 13/08/2018 18h42

Relatório da Pastoral Carcerária lança luz sobre a condição desumana de portadores de transtornos mentais esquecidos em hospitais de custódia

“Pedi para encontrarem meu pai mas até agora não tive resposta. Se eu te der o
telefone , você liga pra mim?”, foi o que ouviu o grupo em uma das visitas
“Dizem que não tem prisão perpétua no Brasil. Mas sabe onde tem? É aqui”. Esse foi o desabafo ouvido por uma equipe da Pastoral Carcerária em um Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico no interior de São Paulo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PAC 2 conclui 99,7% das ações e executa R$ 1 trilhão

Da Comunicação do Ministério do Planejamento

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) atingirá até 31 de dezembro de 2014 a execução de R$ R$ 1,066 trilhão, o que representa 96,5 % do previsto para o período 2011-2014, R$ 1,104 trilhão. As ações concluídas atingiram R$ 796,4 bilhões nos seis eixos do PAC 2, 99,7 % do valor global previsto concluir até 2014. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11/12) durante apresentação do 11º Balanço do PAC 2 no Palácio do Itamaraty.

Participaram do evento os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Paulo Sérgio Passos (Transportes), Edison Lobão (Minas e Energia), Gilberto Occhi (Cidades), Francisco Teixeira (Integração Nacional), Moreira Franco (Aviação Civil), Cesar Borges (Portos), Henrique Paim (Educação), Arthur Chioro (Saúde) e Francisco Gaitani (interino do Meio Ambiente), além de Marcio Holland, secretário de Política Econômica da Fazenda.

A ministra Miriam Belchior reafirmou o compromisso da presidenta Dilma Rousseff em continuar executando investimentos em infraestrutura. “Por essa razão eles continuarão com força nos próximos anos”, disse ela. “Continuaremos com a execução e planejamento desse trabalho que foi abandonado por décadas.”

Sobre a continuidade do PAC a partir de 2015, Miriam afirmou que uma proposta já foi preparada pelos ministros e “a presidenta vai avaliar e lançar quando julgar prudente”. O novo ciclo será muito similar ao PAC 2, mas vai incorporar novidades como investimentos em banda larga, afirmou a ministra, além de outros pequenos ajustes. “Um dos principais desafios é ampliar a participação do setor privado”, afirmou.

A relação do PAC com o Tribunal de Contas da União (TCU) também foi abordada pela ministra Miriam Belchior, considerando que “foi uma das coisas que mais avançou se consideramos os dois ciclos do PAC”.

“Qualquer dúvida a respeito dos projetos deve ser e é analisado a fundo e em todas as obras. O TCU acompanha as obras do PAC, analisa os contratos, vai ‘in loco’ verificar e aponta suas objeções, muitas vezes com razão, outras vezes sem razão, e e é nessa conversa direta com o TCU que a gente vai ajustando”, disse a ministra, acrescentando que nos últimos oito anos, a relação com o TCU passou de ‘conflituosa’ para “uma relação muito mais madura”.

“A gente discute cada caso com tranquilidade e temos resolvido as pendências de maneira importante.”

Veja abaixo os dados do 11º Balanço do PAC 2 apresentados hoje:

EIXO TRANSPORTES

O Eixo Transportes do PAC 2 concluiu R$ 66,9 bilhões em empreendimentos em todo o País.

Em Rodovias são 5.188 km de obras finalizadas das quais 1.413 km foram concessões. Os destaques são a duplicação da BR-060 (GO), de Goiânia a Jataí, com 315 km e o Arco do Rio de Janeiro – BR-493 (RJ). Também foram construídos 22 km da BR-448 (RS), a Rodovia do Parque, entre Porto Alegre e Sapucaia do Sul, a construção de 4,3 km da Via Expressa ao Porto de Salvador na BR-324 (BA).

Ainda há obras em andamento em 7.002 km, sendo 2.612 km de duplicação e adequação e 4.390 km de construção e pavimentação.

Em Ferrovias, ao longo de quatro anos, 1.088 Km entraram em operação como o trecho de 855 km da Ferrovia Norte- Sul (FNS), de Palmas (TO) a Anápolis (GO) e a extensão de 247 km da Ferronorte, entre Alto Araguaia (MT) e Rondonópolis (MT).

Em Portos, o PAC 2 concluiu 30 empreendimentos, como a ampliação do Cais Comercial do Porto de Vitória, construção dos Terminais de Passageiros de Natal e Recife e dragagens de aprofundamento nos portos de Imbituba (SC), Santos (SP), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Suape (PE).

Na área de Aeroportos, as obras do PAC 2 ampliaram a capacidade de atendimento para 70 milhões de passageiros por ano, com a conclusão de 37 empreendimentos.

Entre as obras que foram concluídas nos aeroportos para facilitar e agilizar o deslocamento de passageiros estão: a reforma do Terminal de Passageiros 2 do Galeão (RJ), a recuperação de pistas e pátios dos aeroportos de Foz do Iguaçu (PR) e Campo Grande (MS), e a construção do Terminal 4 – Guarulhos (SP). E as concessões dos aeroportos de Brasília (DF), Campinas (SP), Guarulhos (SP) e São Gonçalo do Amarante (RN) . Nos aeroportos regionais foram concluídas 15 obras em 11 cidades.

O PAC 2 universalizou ainda o acesso a retroescavadeiras, motoniveladoras e caminhões caçamba em municípios com menos de 50 mil habitantes. Foram entregues 5.071retroescavadeiras, 5.060 motoniveladoras e 5.060 caminhões caçamba alcançando toda a meta prevista no Programa.

EIXO ENERGIA

No Eixo Energia, o PAC 2 concluiu R$ 253,3 bilhões de ações em Geração de Energia Elétrica e Petróleo e Gás Natural.

Em Geração, promoveu a entrada de 15.908 MW no parque gerador brasileiro. Entre as usinas que entraram em operação, vale destacar as hidrelétricas de Santo Antônio (3.150 MW), e Jirau (3.750 MW) que ficam no estado de Rondônia. As duas já contam com 51 unidades geradoras totalizando 3.636 MW de capacidade instalada.

Também entraram em operação 108 usinas eólicas, com capacidade instalada de 2.849 MW. Destaque para o início de operação do Complexo Eólico Verace, no Rio Grande do Sul (132 MW).

Estão em construção oito hidrelétricas (18.839 MW), três termelétricas (1.992 MW), 89 usinas eólicas (2.324 MW) e quatro pequenas centrais hidrelétricas (84 MW). Essas diversas fontes de energia aumentarão em 23.239 MW a capacidade de geração de energia do País.

A Usina de Belo Monte, que terá 11.233 MW de capacidade instalada, já está com 62% de execução e a Usina de Teles Pires, no Mato Grosso, está com 97 % de obras executadas.

Para levar toda essa energia aos mercados consumidores foram concluídas 53 linhas de Transmissão de Energia Elétrica, totalizando 19.862 km de extensão e 15 subestações. No PAC 2, 14 leilões viabilizaram a concessão de 26.159 km de novas linhas de transmissão, com investimento previsto de R$ 36,3 bilhões.

No setor de Petróleo e Gás Natural, foram concluídos 28 empreendimentos em exploração e produção de petróleo, 21 em refino e petroquímica, 11 em fertilizantes e gás natural e três em combustíveis renováveis. Foi contratado o financiamento de 426 embarcações e 13 estaleiros.

O Pré-Sal está batendo recordes sucessivos de produção. Em outubro deste ano, a produção alcançou 640 mil barris em um único dia, equivalente a 28% da produção nacional.

Na área de Refino e Petroquímica, destaca-se a entrada em operação em novembro da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, com capacidade para processar 230 mil barris de petróleo por dia.

O Complexo Petroquímico do Rio Janeiro já atingiu 82% de obras executadas. Foram concluídas ainda as obras de modernização e melhoria da qualidade das refinarias existentes, com investimentos de mais de R$ 22 bilhões nos quatro anos.

CIDADE MELHOR

O Eixo Cidade Melhor concluiu, com investimentos de R$ 10,7 bilhões, 1.600 empreendimentos de saneamento, incluindo esgotamento sanitário e saneamento integrado. Além disso, foram concluídos 86 empreendimentos de drenagem, 27 de contenção de encostas e 46 de pavimentação.

Em Mobilidade Urbana, foram concluídos, ou estão em fase final de obras, e já operam 31 empreendimentos. Em 2014, destacam-se o trecho Lapa-Retiro da Linha 1 do metrô de Salvador, as Linhas Sul e Centro do metrô de Recife, a Linha Sul do metrô de Fortaleza, os BRTs Leste-Oeste e Norte-Sul, além da Via Mangue, em Recife, os BRTs da Área Central, da Av. Cristiano Machado, da Av. Antônio Carlos, em Belo Horizonte, o BRT Transcarioca, no Rio de Janeiro, o Corredor Mário Andreazza, em Cuiabá, o BRT Eixo Sul, em Brasília, e o trem urbano São Leopoldo-Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre.

Por meio do PAC Cidades Históricas, o Governo Federal disponibilizou R$ 1,6 bilhão para recuperação de monumentos e sítios urbanos de 44 cidades, em 20 estados. Estão em execução, por exemplo, as restaurações da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto (MG) e do Mercado Público de Jaguarão (RS).

COMUNIDADE CIDADÃ

No Eixo Comunidade Cidadã, foram contratadas a construção ou ampliação de 14.448 Unidades Básicas de Saúde (UBS), com investimentos de R$ 3,7 bilhões, em 4.145 municípios de todo o país, das quais 9.002 estão em obras e 3.326 foram concluídas até 2014.

Foram também contratadas 484 Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que terão capacidade mensal de até 3,1 milhões de atendimentos e, desse total, 283 estão em obras e 39 foram concluídas até outubro de 2014.

MINHA CASA, MINHA VIDA

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) concluiu empreendimentos no valor de R$ 449,7 bilhões. Foram contratadas 3,7 milhões de moradias, sendo que 1,87 milhão já foram entregues. São mais de sete milhões de pessoas beneficiadas, quase três vezes a população de Belo Horizonte (MG).

ÁGUA E LUZ PARA TODOS

No Eixo Água e Luz Para Todos foram concluídas ações no valor de R$ 10,3 bilhões.

No PAC 2, foram realizados mais de 538 mil ligações de energia elétrica para 2 milhões de pessoas que vivem no campo, em assentamentos da reforma agrária, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas. Desse total, mais de 205 mil pessoas são beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria.

Em Recursos Hídricos, mais de 238 localidades tiveram sistemas de abastecimento de água implantados e foram construídos 58 sistemas de esgotamento sanitário. Estão concluídos 1.150 empreendimentos, que melhoraram o sistema de abastecimento de água em áreas urbanas e 32 empreendimentos de recursos hídricos para combater a escassez de água no Nordeste brasileiro.

A Integração do Rio São Francisco, maior obra hídrica do Brasil com 477 km de extensão, iniciou o bombeamento de água no Eixo Leste. No Eixo Norte, as obras estão com 68% executadas. No Eixo Leste, progrediram para 67% no mesmo período. O Projeto atualmente emprega mais de 11 mil trabalhadores e 3.800 mil máquinas estão em operação.

Texto original: O ESCREVINHADOR (Rodrigo Viana)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Nadar no cocô e tomar banho com ele


Ontem, uma amiga compartilhou comigo esta matéria sobre a qualidade (zero) da água dos chuverinhos das praias cariocas:

Nenhuma das amostras, coletadas no último dia 3, indicou a presença de cloro — isso deixa claro que a água não é tratada

Cibelle Britto, O Globo

Verão no Rio, com termômetros da orla marcando quase 40 graus. Numa cena tipicamente carioca, banhistas fazem filas diante dos muitos chuveirinhos instalados por barraqueiros na orla. Porém, tirar o sal ou o excesso de areia do corpo pode representar graves riscos à saúde.

O GLOBO-Zona Sul contratou um laboratório de análises químicas para checar a qualidade da água que sai de dez duchas improvisadas nas praias do Leblon, de Ipanema, do Arpoador, de Copacabana, do Leme e do Flamengo. O resultado não poderia ser pior: todas as amostras apresentaram indícios de contaminação por esgoto.

Nenhuma das amostras, coletadas no último dia 3, indicou a presença de cloro — isso deixa claro que a água não é tratada; ou seja, não sai de reservatórios da Cedae. Ignorados há anos pelo poder público, apesar de estarem em praias que são cartões-postais de uma das cidades mais conhecidas do mundo, os chuveirinhos não contam com fiscalização e fazem de um simples banho uma situação propícia para o surgimento de doenças como hepatite A.

Segundo a microbiologista responsável pelas análises, Fernanda Drumond de Paula, do laboratório Baktron Microbiologia, nenhum dos pontos checados se adequam aos padrões estabelecidos pela Portaria n 518 do Ministério da Saúde, publicada em 25 de março de 2004. Nela, o governo federal estabelece os procedimentos e as responsabilidades sobre o controle da qualidade da água para o consumo humano no país.

— A quantidade de bactérias encontradas em três amostras está acima de três mil unidades formadoras de colônias por mililitro, um volume tão alto que, a partir dele, não conseguimos mais fazer a contagem — diz a microbiologista.

Entre as análises com maior índice de contaminação está um chuveirinho do chamado Baixo Bebê, na Praia do Leblon. É comum os barraqueiros da área utilizarem a água que sai de suas duchas para encher piscinas de plástico que são alugadas para famílias e utilizadas por crianças.

— A presença, em sete pontos de coleta, de coliformes termotolerantes, que se desenvolvem em fezes humanas, indica a possibilidade de contágio por vírus como o da hepatite A, rotavírus e salmonela, que pode provocar diarreia, gastroenterite e febre tifóide — explica Fernanda.

De acordo com Daniele Bila, chefe do Departamento de Engenharia Sanitária da Uerj e especialista em qualidade da água, os resultados dos exames são preocupantes.

— Todas as amostras possuem indícios de esgoto. Imagine os riscos para quem está com sistema imunológico menos eficiente — alerta.

Pois é, pode parecer realmente algo absurdo, e de fato é, que a cidade que está gastando os TUBOS DO DINHEIRO para fazer propaganda de suas vantagens, belezas naturais e atrativos ao mundo, na esperança de alavancar mais ainda um dos MAIORES centros turísticos do PAÍS, oferece água contaminada com COCÔ aos banhistas. E me causa ainda mais indignação que esse COCÔ seja ainda mais presente, justamente no “baixo bebê”, onde as madames levam seus filhos para brincar e muitas dão banho neles ali.

Eu penso que este seria o caso do Ministério Publico processar e o Juiz condenar à PRISÃO toda a cadeia de responsabilidade que deu no que deu. Do fiscal que não fiscaliza, ao presidente da CEDAE, o Secretario de meio Ambiente e o prefeito, quiçá o governador. Só assim pra nego tomar o que precisa. Banho? Não, VERGONHA NA CARA!

Mas eu ficaria feliz se eu soubesse que a ÁGUA DE COCÔ está somente nos chuveirinhos. Ocorre, meu amigo que a verdade, é como minha vó diz: O buraco é mais embaixo… E a julgar pelo que você verá aqui, o buraco é bem sujinho.



 Quando você mergulha, lépida e faceira nas águas das mundialmente famosas praias do Rio, pode se achar ” A tal”, mas todo o glamour vai por água abaixo se eu te disser que você está fazendo mergulho no cocô!

Incrível que em época de eleição, ninguém pega esta MERDA como bandeira… Incrível como com todo o investimento para vender a imagem do Rio como “a bola da vez” – o que é claramente um mecanismo bem safado para explodir (como de fato ocorreu) os preços dos imóveis, beneficiando uma parcela seleta de investidores que haviam praticamente LOTEADO a cidade antes do anuncio dos grandes eventos mundiais- não se importa com uma coisa fundamental como saneamento básico. Pois é, meu amigo, aqui no Brasil tem coisas bem estranhas que ocorrem. Mas vamos deixar de lero-lero e vamos aos fatos.
 Quem olha a praia de Ipanema num dia de sol, não poderia imaginar que suas águas azuis repletas de mulheres bonitas e caras saradões, está com cocô. Infelizmente, tudo que se joga num vaso sanitário da zona sul carioca vai parar ali. Na água que você, eu e os turistas mergulham.

É bizarro e difícil de acreditar, né? Confira aí esta imagem de satélite. Observe bem o círculo vermelho:
Dessa altura, poderia passar batido… E é o que as autoridades esperavam. Mas olhando mais de perto, podemos ver que são 8000 litros por segundo de COCÔ sendo lançado entre a praia e o monumento natural das Ilhas Cagarras. (nome apropriado, mas o nome das ilhas vem do guano, o cocô das aves marítimas, que tinge as pedras de branco)
São 1.500.000 pessoas dando sua “contribuição”.

Isso tudo vai para a mesma tubulação, o “emissário Submarino” de Ipanema:

Qualquer pessoa mais ou menos esclarecida, pode parar para pensar num duto enorme onde corre um rio de dejetos de todos os tipos sendo lançado IN NATURA no mar, como uma excrescência. Mas estranhamente, as autoridades deixaram rolar, na esperança que o mar leve para longe os cardumes de camisinhas, seringas, fezes, óleo de cozinha, lixo de todo tipo, incluindo resíduos tóxicos e metais pesados.
São as nossas “oferendas da pós-modernidade”, meu amigo. Nós torcemos para que Imemanjá fique com elas, mas de acordo com o vento, isso volta para a praia…

Para o meio ambiente, isso é um claro sinal de desastre. A imagem a seguir, fala por si:


Os políticos gostam sempre de ressaltar as belezas do Rio, mas nunca vejo um político falando abertamente sobre isso, a não ser para colocar a culpa no que veio antes. Isso quando falam em poluição… Atualmente, este é um assunto que “não convém” ao momento… Sabe como é.

Mas é uma questão GRAVE de saúde pública e descaso total. Pra piorar, ninguém pode alegar desconhecimento, ignorância, já que os aspectos biologicos dessa tragédia ambiental ja foram exaustivamente estudados e até publicados no Brasil e exterior.

A coisa é séria:

As bactérias dos géneros Aeromonas e Plesiomonas isolam-se frequentemente em ambientes aquáticos e são consideradas agentes patogénicos de peixes, anfíbios e diferentes mamíferos, entre eles o Homem. Espécies de Aeromonas e Plesiomonas foram descritas em sistemas de distribuição de água para consumo humano, tanto tratadas como não tratadas e a sua quantidade parece relacionada com a qualidade da água.

Aeromonas já foi declarado um patogénico emergente pela FDA, e é um microrganismo controlado pela normativa de águas no Canadá, Itália e Holanda. Ambos os microrganismos produzem gastroenterites em humanos e também estão associados a uma ampla variedade de doenças sistémicas. Desde o ponto de vista da aquicultura, Aeromonas pode originar um grave problema devido a que a espécie Aeromonas salmonicida causa uma doença nos peixes salmonados, furunculoses e úlceras musculares, que provoca a morte conduzindo a um notável desastre económico da exploração onde haja ocorrência de uma epidemia. As outras espécies adaptaram-se a ambientes mesófilos (podem viver a temperaturas de 37ºC ou mais) conseguindo colonizar animais de sangue quente. Além disso, tanto Aeromonas spp. como Plesiomonas shigelloides (única espécie do género), segregam várias toxinas e outros factores de virulência que podem contribuir para o desenvolvimento de uma infecção, em muitos casos gastrites agudas que precisam de uma atenção clínica hospitalar que às vezes se prolonga até duas semanas. fonte

Muita gente se alimenta dos peixes da costa do Rio, e pra piorar, dos da Baía da Guanabara!


Resultado? Estamos comendo peixes que vivem e se alimentam no meio do cocô.

Chega a ser difícil de acreditar que alguém em sã consciência, propôs algo deste tipo num dos maiores cartões postais do mundo. E pior ainda: Aceitaram a ideia e construíram. Para entender isso, temos que voltar ao passado, há mais de 30 anos atrás, quando o emissário foi concebido. Eram os anos 70, e ninguém tinha a mínima noção de aspectos ecológicos e ambientais como hoje.
Era um tempo mais simples, onde não havia necessidade de licenciamento ambiental, normas, porra nenhuma que existe hoje (e que não raro, são contornadas com propinoduto).
 Naquele tempo, a resolução 357 do CONAMA não existia. Ela veio depois, e diz claramente:
“[...]Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento. [...]”

Nos anos 70 não havia nem política ambiental, nem norma e muito menos órgãos como tem hoje. Órgãos que tinham a OBRIGAÇÃO de fazer alguma coisa, mas preferem ficar como se diz na minha terra: “No mocó”.

Não tinha CONAMA, Minstério do Meio Ambiente, Política Nacional de Meio Ambiente, Protocolo de Anáppolis, Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, Eco 92, desenvolvimento sustentável, Rio +20, nada disso. Era um oba-oba do caramba. Aliás, nos anos 70 nem sequer tinha democracia nessa joça aqui!
O passado era meio tosco, mas a questão que se coloca é que se a lei mudou, as posturas mudaram desde os anos 70, tudo evoluiu;
POR QUE DIABOS ESTAMOS OBRIGANDO AS CRIANÇAS A
NADAREM NA MERDA ATÉ HOJE?

Descaso e burrice. Não sei qual dos dois é pior. Ambos são terríveis, mas essa combinação quando somada ao descaramento, gera uma situação muitas vezes pior. Isso porque a coisa se multiplica. Quer ver? Estou marretando aqui o emissário de Ipanema, mas se eu te falar que ele é apenas UM DOS VÁRIOS que existem na costa da Cidade Maravilhosa, você diria o que?

É verdade mesmo. Existem outros. Emissários na Barra, e em Icaraí, em Niterói… (aliás, ainda tenho que contar aqui do dia em que eu achei um DEFUNTO HUMANO boiando na Praia de Icaraí) Veja só que coisa horrenda esta imagem a seguir. Ela mostra como a contaminação de bactérias e coliformes se espalha e lambe toda a zona de mar onde os banhistas mergulha e as crianças invariavelmente acabam ingerindo água: 
 Este é o grafico de dispersão e decaimento colimétrico ao longo de míseros seis dias.

Quem mora aqui em Niterói e não está alienado, sabe da briga que está rolando porque a Petrobrás quer jogar o ESGOTO DO COMPERJ NAS PRAIAS. Isso mesmo, os dejetos de um complexo petroquímico inteiro sendo jogadas no mar.
A ideia dos caras é fazer mais um emissário, e o mesmo vai ameaçar com esgoto petroquímico não apenas o litoral de Itaipuaçu, suas ilhas, demais praias de Maricá e vida marinha, mas também a área marinha do Parque Estadual da Serra da Tiririca, as praias de Itaipu, Itacoatiara, Camboinhas, Sossego e Piratininga e ilhas oceânicas de Niterói. Isso certamente trará prejuízos para os habitantes das cidades afetadas e para os modos de vida que dependem da pesca, do lazer, da prática de esporte e do turismo na região. Como se não bastasse, a composição dos efluentes (óleos, graxas, fenóis, cianetos e outros venenos de características cumulativas e conservativas) que a Petrobras planeja descartar na Praia de Itaipuaçu não é suficientemente conhecida pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente) nem pela CEPEMAR, empresa contratada pela Petrobras, que elaborou o incompleto e falho Estudo de Impacto ambiental (EIA) do empreendimento. (há uma abaixo assinado contra o emissario do Comperj aqui)

Triste né? Mas o pior nem é isso. O pior é que à reboque dos emissários do Rio, e os que planejam fazer em Itaipuaçu, há muitas outras cidades jogando seus esgotos in natura no mar:
Os caras nem se envergonham de jogar cocô no mar. Cocô que vai parar nas praias e nos peixes que nós COMEMOS. Aliás, eles se orgulham ao ponto de colocarem placas com seus nomes nas obras:


Este é o país em que nós vivemos e vendemos para o resto do mundo como sendo a última bolacha do pacote, a “bola da vez”. Aumenta o som aí.
TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO: